CRÍTICA – O Homem Que Passeia (2017, Devir)

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CRÍTICA - O Homem Que Passeia (2017, Devir)

Vivemos em tempos de correria e ansiedade e a todo momento estamos com uso excessivo de redes sociais e esquecemos completamente de apreciar os pequenos prazeres da vida. Seja uma conversa com amigos, um pôr do sol ou mesmo os passarinhos cantando em uma manhã de sábado. Isso tudo vem se perdendo a cada dia diante dos olhares desatentos fixados na tela de um celular. E em O Homem Que Passeia mostra a importância de olhar ao redor.

A aqui acompanhamos um homem (o personagem não tem nome) em sua a caminhada contemplativa diante de sua cidade japonesa, ou seja, voltando do seu trabalho ou passeando com seu cachorro. Nesses passeios ele sempre está com olhar atento aos pequenos prazeres da vida. O homem a todo momento está aproveitando a beleza que circula o seu cotidiano e transporta o leitor juntamente para essa caminhada contemplativa.

O roteiro e arte fica por conta de Jiro Taniguchi, a arte é bem simples e sem muitos detalhes, porém deslumbrante, que remente bastante ao traço europeu. A leitura desse mangá é bastante rápida, pois não temos tantos diálogos, por isso leia esse com bastante calma e observe cada detalhe que a arte lhe apresenta em cada quadro. Aprecie esse quadrinho como um vinho que a cada gole deve ser degustado.

Jiro Taniguchi ganhou vários prêmios por seu trabalho; entre outros, o Prêmio Cultural Osamu Tezuka (1998) pela série Botchan no Jidai, o prêmio Shogakukan com Inu o Kau, e em 2003, o Alph Art de Melhor Roteiro no Festival de Angouleme por Um Bairro Distante. A sua obra tem sido traduzida para muitos idiomas. E o cineasta mexicano Guillermo del Toro elogiou seu trabalho, afirmando:

“Taniguchi foi um poeta do mangá. O Kieslowski das páginas. Um sereno e profundo observador do mundo.

Se formos comparar O Homem Que Passeia com um filme, certamente seria com A Árvore da Vida (2011) e Primavera, Verão, Outono, Inverno e… Primavera (2003). Filmes que têm uma pegada mais contemplativa e filosófica.

Para quem espera um mangá com lutas, tramas sombrias, plot twist ou mistérios, pode “tirar o cavalinho da chuva”, portanto a história é bastante contemplativa e filosófica e acredito que não vá agradar ao público shonen, shounen e seinen.

A edição da Devir faz parte da Coleção Tsuru, que reúne os maiores mangakás do Japão e O Homem Que Passeia foi a primeira edição a ser publicada, em 2017, que hoje já conta seis volumes publicados, entre eles: Nonnonba, Uzumaki, Tekkon Kinkreet, Marcha Para Morte! e O Gourmet Solitário.  O acabamento do mangá é excepcional, com uma contracapa linda e que vai ficar excelente na estante de qualquer fã de leitura.

Editora: Devir (2017)

Autores: Jiro Taniguchi

Páginas: 242

Avaliação: Excelente

Nossa nota

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