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Cinemateca Brasileira recupera e digitaliza a mais antiga coleção de filmes brasileiros 

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Cinemateca Brasileira recupera e digitaliza a mais antiga coleção de filmes brasileiros 

Pela primeira vez em sua história, a Cinemateca Brasileira recuperou, catalogou e digitalizou 1.785 filmes de sua coleção em nitrato de celulose: a parcela mais antiga e frágil do acervo da instituição e que reúne os mais antigos títulos da cinematografia brasileira. Algumas das obras, que são registros históricos do Brasil entre as décadas 1900 e 1950, estarão disponíveis gratuitamente no Banco de Conteúdos Culturais (BCC) e no site da Cinemateca Brasileira.

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A iniciativa integra o Viva Cinemateca que reúne os grandes projetos da Cinemateca voltados à recuperação de importantes acervos, além da modernização de sua sede e infraestrutura técnica. Por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o projeto, de cerca de R$ 15 milhões, conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale, com o patrocínio master da Shell, e o copatrocínio do Itaú Unibanco.

Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale, comentou:

O Instituto Cultural Vale está ao lado da Cinemateca desde 2020 por entender a importância da casa da produção audiovisual brasileira, que preserva, também, um retrato da nossa própria identidade. Por isso, atuamos, juntos, em iniciativas pela sustentabilidade e modernização do espaço e pela salvaguarda de seu acervo, em especial, a coleção de filmes em nitrato de celulose, de valor inestimável.”

A coleção de Nitratos da Cinemateca Brasileira foi formada por títulos sobreviventes advindos de arquivos e cinematecas de todo o país. Entre as obras recuperadas pelo projeto estão raridades como Barulho na Universidade (1943), filme de Watson Macedo dado como perdido; Ceremônias e Festa da Igreja em S. Maria, documentário mais antigo do acervo, filmado em 1909; Apuros de Genésio, filme de 1940 que será exibido no Festival de Filmes Silenciosos de Pordenone, em outubro; e Amazônia e Rio Exposição de 1922, uma compilação de imagens feitas por Silvino Santos entre 1919 e 1926 na região Norte do país e na então capital federal. De suma importância para a compreensão dos primórdios da cultura cinematográfica brasileira, a obra de Silvino Santos ganhou destaque recentemente com a (re)descoberta do seu primeiro longa Amazonas, o Maior Rio do Mundo (1918-1920).

Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil diz:

Apoiamos o Viva Cinemateca pois, acreditamos que a instituição tem um papel fundamental na construção, conservação e difusão da nossa herança cultural com ações que promovem o desenvolvimento humano e geram valores para toda nossa sociedade através da cultura.

Trata-se da concretização de um esforço de décadas. As películas em nitrato de celulose, que eram utilizadas nos primeiros anos da indústria cinematográfica, são materiais extremamente delicados e que podem entrar em autocombustão. Foram eles os responsáveis por quatro incêndios da história da Cinemateca: 1957,1969, 1982 e 2016.

A recuperação da coleção de filmes do projeto Nitratos da Cinemateca Brasileira tem sido uma das principais frentes de trabalho da instituição desde sua reabertura, em 2022. Para essa iniciativa, foram contratados 30 pesquisadores e técnicos de preservação e documentação de todo o país, que trabalharam por dois anos no projeto, recuperando 3.392 rolos de filmes – cinejornais, documentários, filmes de ficção, domésticos e publicidade. A maioria dessa equipe foi posteriormente incorporada ao quadro de funcionários da instituição.


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