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CRÍTICA – A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais (2021)

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CRÍTICA - A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais (2021)

A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais são duas produções brasileiras que contam a história do assassinato da família Von Richthofen. Cada um dos filmes, que duram uma média de 85 minutos, apresentam os acontecimentos tanto na visão de Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt), quanto de Suzane Von Richthofen (Carla Diaz), autores do crime.

A direção do projeto é de Maurício Eça, e os roteiros de Ilana Casoy e Raphael Montes. A produção é da Santa Rita Filmes em coprodução com a Galeria Distribuidora e o Grupo Telefilms.

Ambas as produções estarão disponíveis no streaming Amazon Prime Video em 24 de setembro de 2021.

SINOPSES

Em 2002, Suzane e Daniel chocaram o Brasil quando se declararam culpados pelo brutal assassinato de Manfred e Marisia Von Richthofen. Ao longo dos filmes são apresentados o caso e possíveis motivos do casal para cometer essa atrocidade.

Lançados simultaneamente, os dois filmes mostram os pontos de vista de cada um: A Menina Que Matou os Pais é inspirado no depoimento de Daniel, e O Menino Que Matou Meus Pais baseia-se no de Suzane Von Richthofen.

ANÁLISE

A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais são produções que, antes mesmo de seu lançamento, já causaram extrema controvérsia.

O mesmo público que consome filmes, seriados e documentários true crime internacionais parece ter uma certa resistência com a ideia de produções que retratam assassinatos acontecidos no Brasil. Talvez por ser um crime ainda muito presente na mente das pessoas, assim como o caso Matsunaga, a recepção não seja tão natural por parte do grande público brasileiro.

O caso Von Richthofen movimentou o país em 2002, após os acusados confessarem que planejaram e executaram a morte de Manfred e Marisia. Entretanto, cada um dos envolvidos contou uma história diferente sobre como a ideia e o planejamento aconteceram.

A partir das incongruências nos discursos, o diretor Maurício Eça e os roteiristas Ilana Casoy e Raphael Montes desenvolveram o projeto de dois filmes separados, mas que se complementam.

Pensado originalmente para chegar aos cinemas, A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais foi postergado durante muito tempo por causa da pandemia de Covid-19.

No fim, encontrou uma casa para o seu lançamento na Amazon Prime Video. Uma boa escolha, ainda mais por se tratar de uma plataforma tão ampla. Isso poderá contribuir para que aumente o alvoroço em torno das produções.

Mesmo com uma ótima ideia de criar dois filmes para um mesmo caso, a execução de A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais não convence. Por mais que Carla Diaz atue de uma forma segura, transitando entre as duas personalidades impostas em cada produção, só sua atuação não consegue sustentar todo o desenvolvimento.

Além dos constantes flashbacks, que acabam tornando o desenrolar confuso, diversas cenas beiram o caricato, principalmente aquelas mostram Suzane e Daniel usando drogas. Apesar de boa parte do roteiro seguir os relatos dos criminosos no tribunal, a forma como as produções reconstroem as cenas não causa nenhuma emoção.

Por se tratar de duas produções que remontam mais de quatro anos de história, desde que o casal se conheceu até o dia do julgamento, há muitos acontecimentos para preencher a curta duração dos filmes. Buscando formas diferentes de contar algumas situações, há até uma quebra de quarta parede, destoando totalmente do restante da narrativa até aquele momento.

Creio que o que mais causa estranhamento nesses dois longas é o seu objetivo. Ambos os filmes mostram cenas muito parecidas para retratar pontos importantes, e de interesse público, mas boa parte de sua concepção é construída apenas no conturbado relacionamento de Daniel e Suzane.

Ao término das duas produções, fica a sensação de que nada de novo foi apresentado, apenas inconsistências entre dois jovens que buscavam se safar da prisão culpando um ao outro durante o julgamento.

Um ponto interessante a ser destacado é a ótima caracterização do elenco de apoio. Os personagens interpretados por Augusto Madeira, Vera Zimmermann, Debora Duboc e Leonardo Medeiros estão fisicamente muito parecidos com as pessoas da “vida real”, sendo um ponto positivo das produções.

VEREDITO

A ideia de criar dois filmes que se complementam é algo ousado e criativo, porém A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais não possuem uma execução à altura de suas intenções.

Com narrativas difíceis de se conectar e pouco críveis em seus desenvolvimentos, os longas falham em sua missão de mostrar um “outro lado” dos criminosos mais famosos do Brasil.

2,8/5,0

Assista ao trailer:

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