Início FILMES Crítica CRÍTICA – Bliss: Em Busca da Felicidade (2021, Mike Cahill)

CRÍTICA – Bliss: Em Busca da Felicidade (2021, Mike Cahill)

0
CRÍTICA – Bliss (2021, Mike Cahill)

Bliss: Em Busca da Felicidade, novo longa original da Amazon Prime Video, chega ao streaming no próximo dia 5 de fevereiro. Escrito e dirigido por Mike Cahill, a ficção-científica traz Salma Hayek e Owen Wilson nos papéis principais.

SINOPSE

Depois de se divorciar e, em seguida, ser demitido, Greg (Owen Wilson) conhece a misteriosa Isabel (Salma Hayek), uma mulher que vive nas ruas e está convencida de que o mundo poluído e destruído ao redor deles é uma simulação de computador.

ANÁLISE

Bliss se propõe a ser uma ficção/distopia que aborda uma das principais indagações do ser humano: o que é ser feliz? O que compõe a ideia de felicidade? Ela pode estar nas pequenas coisas ou precisa ser encontrada em grandes eventos e realizações?

Com esse mote, acompanhamos a estranha vida de Greg, um homem divorciado e claramente infeliz em sua vida. Ao longo de um dia agitado e extremamente confuso, somos munidos de várias informações sobre aquela pessoa e a realidade à sua volta. Tudo acontece em curto espaço de tempo, já nos primeiros minutos do filme, o que causa uma sensação incômoda de estranheza.

Após ser demitido de seu trabalho, Greg conhece Isabel, que afirma que tudo ao redor deles é fictício e poucas pessoas são reais. Ele é uma delas. A partir disso, eles passam a aproveitar a vida como se não houvesse regras, mas obviamente o preço por essas escolhas será cobrado em algum momento.

Ao longo dos 108 minutos de trama, o roteiro de Mike Cahill tenta desenrolar toda a explicação sobre a realidade simulada e a vida real, além das consequências que o Brain Box pode causar na vida dos voluntários. A ideia de experienciar uma vida ruim para dar valor ao que é bom parece uma lógica simples, mas acaba sendo carregada de problemáticas.

Mesmo com uma ótima temática e ideia, o filme se perde em sua explicação, tornando todos os acontecimentos mais difíceis do que seria necessário. A direção de Cahill também não ajuda, deixando implícita a diferença de tom entre as atuações de Hayek e Wilson. Chega a ser complicado acreditar na história que os próprios personagens estão contando quando nem mesmo os atores parecem comprar a narrativa.

Um destaque positivo é a construção de cenário e direção de arte do filme. A diferença entre ambas as realidades se dá não só pelos cenários, mas também pelos tons das cenas, migrando de cores mais cinzas e escuras para momentos claros, com cores laranjas e amarelas. Além disso, o uso do glitch em segundo plano é bem interessante, principalmente quando vemos elementos de cena desaparecerem ou pessoas serem duplicadas no background.

Talvez um dos maiores problemas seja o caminho de finalização do filme. Com uma construção que levava ao entendimento de um suspense, sobre o que é real e o que não é, o final acaba deixando a desejar, caindo em um clichê extremamente desnecessário.

Até mesmo os personagens secundários não conseguem dar a real profundidade que a situação busca apresentar, tornando todo o desfecho bem aquém do esperado.

VEREDITO

Bliss tinha tudo para ser um ótimo filme de ficção e distopia, mas acaba se perdendo em sua necessidade constante de explicações, dificultando uma resolução que poderia ser simples e interessante.

2,5 / 5,0

Confira o trailer:

Curte nosso trabalho? Que tal nos ajudar a mantê-lo?

Ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.

Sair da versão mobile