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CRÍTICA – Cinderela (2021, Kay Cannon)

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Estrelado pela cantora Camila Cabello, a nova versão de Cinderela é um musical produzido pela Sony e distribuído no Brasil pelo Prime Video

Cinderela (Cinderella), novo filme da Sony Pictures com distribuição do Amazon Prime Video, chega ao Brasil pelo streaming no dia 3 de setembro. 

A direção e o roteiro são de autoria de Kay Cannon (Não Vai Dar), com produção de James Corden (Cats), que também atua no filme. O elenco conta também com Camila Cabello, Idina Menzel, Pierce Brosnan e Billy Porter.

SINOPSE

Na nova e ousada abordagem musical da história tradicional que o público conhece, Cinderela (Camila Cabello) é uma jovem ambiciosa cujos sonhos são maiores do que o seu mundo permite. Entretanto, com a ajuda de seu Fado Madrinho (Billy Porter) ela é capaz de perseverar e realizar seus sonhos.

ANÁLISE

Como ressignificar um conto de fadas clássico sem perder a magia e ao mesmo tempo chamar a atenção do público? Essa deve ter sido a principal pergunta nas salas de reuniões de Cinderela. Por um lado, a produção conseguiu criar um filme inusitado e divertido, mas que em pouco tenta se superar e ir além do seu estado cômico. 

É fato que Cinderela é uma história simples. Contudo, tanto o conto original, quanto suas adaptações (a mais icônica da Disney em 1950) são potentes e construíram um imaginário para sempre na cabeça de meninas e meninos que um dia sonharam em ser Cinderela. 

O filme de 2021 não tira esse mérito e até apresenta uma história mais moderna, com Cinderela ou “Ella”, como é chamada, sendo uma jovem totalmente independente e com um sonho de se tornar uma grande estilista. O filme saúda o feminismo e tenta minimizar toda e qualquer interferência patriarcal na história, o que certamente passa uma forte mensagem. 

Porém, o trabalho de direção e roteiro de Kay Cannon é limitado e esquecível. Como roteirista, a vertente do trabalho de Cannon é a comédia. Basta lembrar das ótimas tiradas na trilogia A Escolha Perfeita (2017). Mas, quando Cannon precisa ir para o drama, Cinderela perde seu compasso e não apresenta um momento marcante na trama. 

Entretanto, sua direção é segura e garante alguns bons números musicais com músicas populares. Apostar em letras e ritmos como Material Girl, Rhythm Nation e Somebody to Love foi uma boa jogada para segurar o público. Mas quando a performance acaba, você nem se lembra que ela existiu.

Nesse sentido, é nítido em Cinderela a influência dos musicais contemporâneos. No tom de algumas apresentações há um “quê” de Hamilton (2020). Por sua vez, o figurino é de Ellen Mirojnick, responsável pela série Bridgerton e pelo filme O Rei do Show (2017). O que denota que houve um cuidado na estética do filme, mas que infelizmente não supera seus tropeços.

Ainda assim, temos atores formidáveis que seguram muito bem seus papéis. A começar por Idina Menzel, conhecida da Broadway, faz uma Madrasta Má na medida certa. Pierce Brosnan e Billy Porter estão igualmente fabulosos e divertidos. Por último, Camila Cabello em sua estreia como atriz garante uma Cinderela despojada e sincera. 

O segundo trabalho de Kay Cannon pode não ser o seu melhor, mas parece dar o tom de sua carreira. Por fim, Cinderela reformula um conto que todos sabem de cor, apresenta novas perspectivas e busca ser diferente. Se de fato conseguiu, só o público dirá. 

VEREDITO

Cinderela da Amazon Prime Video é divertido, com ótimas músicas e uma história nada convencional do conto clássico. Contudo, é um filme raso sem grandes momentos.

2,5 / 5,0

Assista ao trailer de Cinderela:

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