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CRÍTICA – Esperando Bojangles (2022, Régis Roinsard)

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Esperando Bojangles

Esperando Bojangles (En Attendant Bojangles) é um filme francês estrelado por Virginie Efira e Roman Duris. Ambientado na segunda metade do Século XX, somos lançados à história de amor arrebatadora de Camille e Georges. Após se apaixonarem, os dois dançam toda noite ao som de sua música favorita Mr. Bojangles.

Em uma história que parece fantasiosa demais, somos lançados por uma trama de amor, de perseverança, de abnegação e doença mentais, como elas nascem, se desenvolvem e como eram tratadas no passado.

SINOPSE

Em Esperando Bojangles, na frente de seu filho, Camille e Georges dançam sua música favorita “Mr Bojangles”. Com eles, só há lugar para diversão e fantasia. Quem guia o caminho é a mãe, que os leva a um turbilhão de poesia e amor, para que a festa continue de novo e de novo, não importa o que aconteça. Até que um dia, a imprevisível Camille desce mais fundo em sua própria mente, e Georges e o pequeno Gary precisam mantê-la segura.

ANÁLISE

Em uma história que se estende pela França e Espanha, conhecemos a história de amor de um casal de tirar o fôlego, mas como nem tudo são flores, conhecemos também o lado mais obscuro dos dois. Ainda que a trama aborde uma história de uma maneira unilateral, a partir do ponto de vista de Georges, enquanto sua esposa Camille parece ter uma oscilação de humor constante, a levando próximo de um rompimento com a realidade em diversos momentos.

Enquanto se assemelha à uma espécie de bipolaridade de Camille e sua instabilidade, somos ambientados no filme à uma época em que os tratamentos manicomiais e as instituições baseavam sua atuação quase que inteiramente na brutalidade, normalizando banhos de gelo e eletrochoques como tratamento. Ainda que a lobotomia tenha sido proibida nos anos 40, cádmio, mercúrio e chumbo – metais tóxicos – costumavam ser usados como remédio, sem qualquer tipo de comprovação de sua eficácia. Com comportamentos abusivos, “tratamentos” sem comprovação e agressividade, a forma destes institutos tratarem seus pacientes muda a vida de Camille, Georges e do pequeno Gary para sempre.

O longa é dirigido de maneira poética, e mesmo em meio às suas crises, Camille e seu marido Georges levam a vida de maneira leve, e essa é a beleza do longa. O cuidado do diretor Régis Roinsard, diretor de Os Tradutores (2019) nos provoca o tempo todo, mas subverte nossas expectativas, nos lançando à todo tempo por sequências de tirar o fôlego.

VEREDITO

Assim como a letra Mr. Bojangles da Nitty Gritty Dirt Band, a história de amor de Georges e Camille nos apresenta seu amor e sua liberdade. Em grande parte caracterizada pelos desafios da relação e como os dois precisam abrir mão da normalidade a fim de garantir a leveza em suas vidas. A interação do casal principal com o mundo que os rodeia, nos permite entender que ainda que a relação dos dois não seja ideal, é a forma dos dois serem felizes juntos.

Em uma história caracterizada pela abnegação e uma tentativa incessante de manter os pés de sua família no chão, seus personagens farão de tudo para preservar seu amor e sua família unida.

4,0 / 5,0

Confira o trailer:

Esperando Bojangles foi lançado nos cinemas brasileiros no dia 20 de outubro.

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