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CRÍTICA – Maze Runner: A Cura Mortal (2018, Wes Ball)

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Maze Runner: A Cura Mortal é o desfecho de uma trilogia iniciada em 2014 com Correr ou Morrer. Agora Thomas (Dylan O’Brien) e seus aliados precisam entrar na Última Cidade, base da CRUEL, para salvar Minho, que foi raptado nos eventos de Prova de Fogo.

Desde o início, o longa já evidencia seu tom para o resto da obra, com perseguição frenética no meio do deserto em latas velhas enferrujadas, lembrando visualmente Mad Max: A Estrada da Fúria. Todos os elementos de um bom filme de ação estão presentes, até mesmo os que desafiam as leis da física, como se jogar de um prédio altíssimo e sair de lá como se nada tivesse acontecido.

Maze Runner desde o início sempre deixou muitas perguntas sem respostas, como o fato das memórias dos jovens serem retiradas para o experimento ou o fato de só ter meninos na clareira até a chegada de Teresa. Mas já era sabido que a franquia seria uma trilogia, então espera-se que até na conclusão a trama responda todas as questões ou a maioria delas. Mas não é isso que acontece; em vez de dar respostas para tantos mistérios levantados anteriormente, o longa insere novos elementos que também ficam sem um desenvolvimento satisfatório e são solucionados de forma barata e conveniente.

A obra de James Dashner sempre apresentou um potencial gigantesco por causa de sua temática distópica que levanta questionamentos morais e sociais. O território a ser explorado é vasto, mas a adaptação não se aprofunda muito nessas questões e mostra apenas a ponta do iceberg, desperdiçando uma ótima oportunidade, mesmo após o sucesso de Jogos Vorazes. Nem mesmo a polêmica mensagem final de que os fins justificam os meios é capaz de fazer com que o espectador engaje com aquela situação.

O roteiro faz escolhas erradas, perdendo muito tempo em partes que não agregam nenhum valor e acelera em momentos que pedem um pouco mais de calma para trabalhar as emoções dos personagens quando inseridos em dilemas morais ou situações de risco.

Mesmo assim, Dylan O’Brien ainda consegue se destacar individualmente, muito pela sua expressividade em cena. Enquanto a atriz Kaya Scodelário tem uma atuação sem brilho e com diálogos poucos inspirados como Teresa, assim como praticamente todas as personagens femininas da trama; com exceção da Brenda, vivida por Rosa Salazar, que ao menos se destaca nas cenas de ação.

Os vilões Ava Paige e Homen-Rato, vividos por Patricia Clarkson e Aiden Gillen, são triviais e não possuem nada de notável, inclusive a reviravolta ligada a eles é resolvida rapidamente sem criar qualquer sensação de urgência ou preocupação.

Maze Runner: A Cura Mortal funciona como um filme de ação, garantindo o entretenimento do público, mas falha em sua proposta primária de contar uma história, mesmo com uma duração de quase 2 horas e 30 minutos e um hiato de 2 anos por causa do acidente que Dylan O’Brien sofreu.

Avaliação: Razoável

Assista ao trailer oficial:

A nova produção do diretor Wes Ball chegou aos cinemas no dia 25 de Janeiro. 

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