Não Devíamos ter Crescido é um filme japonês e está disponível na plataforma da Netflix, escrito por Ryô Takada e com direção de Yoshihiro Mori e Hayato Kawai, possui um enredo melancólico que nos faz questionar sobre a vida adulta e as nossas antigas expectativas sobre essa fase.
SINOPSE
Sato (Mirai Moriyama) é um homem com cerca de 40 anos, que apesar de ter boas condições financeiras, se sente frustrado profissionalmente, para completar, uma solicitação de amizade em uma rede social, de um antigo romance faz com que entre em uma profunda reflexão sobre a vida adulta onde somos levados.
VOCÊ ESTÁ SATISFEITO COM SUAS ESCOLHAS?
Esse é o grande dilema em que Não Devíamos ter Crescido joga em nosso rosto a todo instante, enquanto lentamente nos carrega pela vida de Sato, que reflete sobre suas antigas namoradas, as relações e suas escolhas.
Não é uma produção com grandes acontecimentos, sua premissa é o espectador dê uma pausa nas grandes explosões, plots-twists e emoções mais abruptas, para assim como o personagem principal da trama, analise sobre si mesmo no embalo de um ritmo lento.
O que é bem comum em filmes de dramas, porém, houve um excesso particularmente de conteúdo, porque possui muitas cenas que poderiam ser facilmente deletadas, seu primeiro erro foi não ser sucinto em sua narrativa.
Ou seja, não haveria a necessidade de ser uma obra com duração de duas horas e quatro minutos, outro ponto que dificulta a darmos atenção total para o filme é o fato do personagem chave da narrativa não ter carisma, por isso fica praticamente impossível se emocionar mais intensamente e ter empatia.
Mas, o que nos agarra nas mãos suaves de Não Devíamos ter Sofrido, é a capacidade visual que tem, são cenas lentas e com a beleza da delicadeza de uma fotografia que não recorre a grandes artifícios para encantar, aliás, nos deixa com gostinho nostálgico de fotografia analógica, e uma cena que foi o “click” na minha mente, responsável por me fazer questionar sobre a inspiração do filme.
O TEMPO DESTRUIU OS SEUS SONHOS?
Existe uma cena, em que aparece uma propaganda com vários relógios e o nome Chronos, se você não se lembra deste personagem da mitologia ou desconhece, saiba ser o Deus do Tempo.
Em um quadro de 1964 considerado um clássico, Chronos corta as asas do Cupido, o responsável por despertar o amor, basicamente a mensagem que o artista Pierre Mignard quer passar, é que o tempo pode matar nossos sonhos, e assim, como os amores que carregamos com tanto afinco.
O que explica os sentimentos de Sato, que perde conforme o tempo vai caminhando a paixão pelos sonhos, pessoas e tudo o mais que poderia cativar.
VEREDITO
Apesar da proposta de Não Devíamos ter Crescido diferir de Medianeras, para quem já assistiu diversas vezes (eu), pode ter lembranças sutis, devido a alumas cenas similares, mas, ao contrário do filme argentino, a produção em questão não conseguiu passar sua visão de um jeito que nos prendesse totalmente.
O filme não é ruim, principalmente, considerando a sutileza de referência e a beleza da fotografia, mas poderia ter sido mais breve cortando diversas cenas que não foram essenciais para o objetivo da produção.
3,7/5,0
Confira o trailer de Não Devíamos Ter Crescido:
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