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CRÍTICA – O Assassino de Clovehitch (2018, Duncan Skiles)

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O Assassino de Clovehitch

De surpresa, um filme de 2018 recentemente chegou à Netflix e alcançou o terceiro lugar de obras mais assistidas da plataforma. O Assassino de Clovehitch se distancia dos moldes de filmes convencionais, e em seu primeiro ato não nos prende, mas do segundo ato em diante, desenvolve os mais diferentes arcos de maneira concisa e vai além do que foi prometido inicialmente. Ontem comecei a assistir ao filme com minha namorada, Thalita, a convite dela e enquanto assistíamos, uma discussão profunda sobre os problemas do mesmo não pararam de surgir.

Ainda que a trama se desenvolva de maneira lenta, o filme se mostra em grande parte como um drama evangélico, O Assassino de Clovehitch nos leva por caminhos que a princípio não parecem saber onde levar, mas entrega um filme contundente e poderoso.

SINOPSE

Um adolescente descobre provas que mostram que seu pai, um homem aparentemente calmo e bondoso, é um serial killer. O rapaz começa a investigar o caso e se vê dividido ao tentar entender se o homem que o criou é um assassino cruel.

ANÁLISE

Em meio à uma comunidade evangélica nos Estados Unidos, vigílias todos os anos em uma mesma data marcam as vidas das vítimas de um serial killer, apelidado Clovehitch Killer, que assolou uma pequena comunidade no Kentucky nos anos 90.

Por meio de arcos insossos e fracos, o filme desenvolve sua história permeado de preconceitos relacionados à fetiches e aponta diretamente que elementos relacionados aos desejos são comportamentos desviantes, sendo protagonizado e exclusivo da personalidade de um serial killer, ou de um pervertido.

Vale apontar que no passado, BDSM e alguns outros fetiches eram considerados “Transtornos da preferência sexual”, e em 2018, a OMS parou de considerá-los como uma parafilia. Hoje, apenas atividades sexuais não-consensuais continuam sendo consideradas como uma parafilia. Ou seja, um filme evangélico, evocar qualquer atividade não considerada pelo evangélicos como algo aceitável, e não uma perversão, é no mínimo problemático.

Dylan McDermott (American Horror Story, Stalker e Hollywood) estrela como um “cidadão de bem, um pai de família” que esconde muito mais do que sua máscara social aparenta mostrar. Atuando como o chefe dos escoteiros Don Burnside, da pequena cidade do Kentucky, o filme nos lança em meio à intrigas relacionadas aos assassinatos que pararam de acontecer 10 anos antes do momento em que o filme é ambientado.

Enquanto permite desenvolver arcos autocontidos quase que inteiramente baseados nos preconceitos da cultura evangélica, a hipocrisia presente nas ações de um psicopata dissimulado que se aproveita da religião para agir como quer, o filme dá espaço para que muito seja mantido no campo subliminar.

VEREDITO

Ao dar sinais confusos quanto ao seu final, a hipocrisia contida nos arcos dos filmes apontam sinais que indicam as mais diferentes coisas. Mas ainda que incoerente, O Assassino de Clovehitch nos faz perceber que muito do desenvolvimento das tramas e o segundo e terceiro atos levam o filme por caminhos interessantes, enquanto nos deixa confusos e ao seu fim, é difícil saber se o filme é um filme bom ou ruim.

Um dos maiores problemas do filme é relacionar BDSM e travestismo à perversão de um serial killer. Relacionando qualquer preferência sexual, como fetiche aos transtornos e perversão de um psicopata abusivo e dissimulado.

2,5 / 5,0

Confira o trailer do filme:

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