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CRÍTICA – O Relatório (2019, Scott Z. Burns)

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Crítica - O Relatório (2019, Scott Z. Burns)

O Relatório, ou The Report, é um filme baseado em fatos reais que conta a história de Daniel Jones (Adam Driver), um homem idealista que está a serviço da senadora democrata Dianne Feinstein (Annette Bening), liderando uma investigação que apura os métodos pouco ortodoxos da CIA após o atentado terrorista do 11 de Setembro, em 2001.

A proposta de Scott Z. Burns é interessante. Com um enredo de tirar o fôlego, logo no primeiro ato já temos uma ideia do que está por vir: um thriller carregado de emoção e cenas de tirar o fôlego. E isso é entregue muito bem com a ajuda de Adam Driver, que brilha muito, mais uma vez.

O problema está nos atos seguintes… o segundo e terceiro atos do filme são cansativos e repetitivos. Vemos o enredo dar várias voltas e não ir a lugar nenhum. O fato da história ser baseada em eventos reais prende o roteiro, tornando pouco inventivo o texto.

O Relatório possui um viés de mea culpa por parte de toda a onda de medo instaurada nos Estados Unidos desde o dia 11/09/2001. As torturas são terríveis e o espectador fica apreensivo ao ver seres humanos sendo tratados daquela forma; desde privação de sono dos interrogados até afogamentos e hipotermias. Em dado momento do filme, um dos suspeitos recebe água pelo ânus, transbordando por diversos outros orifícios, uma cena chocante para as pessoas que não estão acostumadas.

Em relação as atuações, além de Driver, que faz mais um trabalho notável com um personagem denso e cheio de camadas, temos Annette Bening com uma atuação honesta, dando vida a uma senadora ambiciosa que quer chocar a imprensa e o governo norte americano. Adam Driver consegue nos passar toda a sua apreensão, entusiasmo e fúria em tela. Em alguns momentos vemos o seu personagem sucumbir diante das derrotas sucessivas, tornando o relatório uma obsessão do protagonista que luta para que a verdade vá à tona. O filme vale muito por sua atuação.

Ainda sobre as atuações, infelizmente os demais atores de quilate passam quase em branco no longa. Michael C. Hall, Corey Stoll e John Hamm são personagens genéricos e sem inspiração, culpa dos roteiristas que deram um demasiado destaque para o protagonista, deixando os demais de fora da festa. John Hamm ultimamente tem feito papéis unidimensionais, uma lástima para um ator tão talentoso.

Com uma trama forte, mas uma execução não tão boa, O Relatório é um bom filme para quem gosta de suspenses e teorias da conspiração. Vale dar aquela conferida ao final de um dia cansativo.

E vocês? Gostaram do filme? Deem sua avaliação e comentem!

Confira o trailer legendado de O Relatório:



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