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CRÍTICA – Pinóquio (2022, Guillermo Del Toro)

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Pinóquio

Começo esse texto dizendo que assisti Pinóquio em uma sequência de dias nada fáceis e o filme me atingiu de uma maneira diferente. Por isso a demora para produzir esse texto, pois não sabia ao certo o que o encanto sombrio do longa havia causado neste que vos escreve. O filme de Guillermo del Toro é uma surpresa para os mais diferentes espectadores não apenas pelo que ele apresenta nos seus espectadores, mas pela forma de encaminhar seus personagens peculiares em suas mais diversas histórias naquele mundo.

O cuidado de Del Toro em nos apresentar uma história sobre luto e paternidade, tudo isso enquanto faz uma crítica à guerra e aos movimentos ultranacionalistas. Pinóquio foi exibido em alguns cinemas pelo mundo. E a partir daqui, conto a minha experiência em fazê-lo.

SINOPSE

O desejo de um pai solitário dá vida magicamente a um boneco de madeira, seu nome é Pinóquio. Confuso por ser tão diferente das outras crianças, Pinóquio foge de casa para encontrar seu lugar no mundo e se depara com perigo e aventura.

ANÁLISE

O longa de Del Toro ao longo de suas quase 2 horas nos apresentam temas contundentes, tudo isso enquanto somos apresentados à este mundo pela voz de Ewan McGregor – que dá a voz do Grilo-Falante – e sem pestanejar, a história se desenrola. Quando conhecemos Geppetto, vemos uma versão sombria do personagem que dá vida à Pinóquio.

Ao abordar o luto de uma maneira nunca antes vista em uma adaptação do garoto de madeira que sonhava em ser real, o longa parece estampar no rosto de nossos personagens suas motivações e suas verdadeiras índoles, tudo isso, em um momento histórico: a Itália sitiada pelo fascismo na primeira metade do século XX.

Um twist no longa é como entendemos algumas entidades daquele mundo bem peculiar, mas não apenas isso. O longa mostra o Pinóquio como mais um dos “monstros” de Del Toro. Mas meu intuito neste texto, é deixar claro que Pinóquio não é apenas “mais um” monstro do diretor.

O personagem tem o intuito de reverter o senso comum de que muitos entendem o personagem como algo próximo de nós humanos, ainda que possua características muito bem definidas, como: ser feito de madeira. Sua estrutura é desproporcional, bem como seu rosto, o que causa um impacto nos espectadores desde seus primeiros momentos. o Pinóquio de Del Toro é diferente de tudo que vimos anteriormente.

Enquanto nos enveredamos por uma história já conhecida por muitos, vemos as desventuras de Pinóquio com ligeiras mudanças, inclusive na sua lore. Além de Pinóquio, Gepeto e o Grilo Falante, contam com um incrível elenco de voz, com atores como David Bradley, Ron Perlman, Finn Wolfhard, Cate Blanchett, Christoph Waltz, Tilda Swinton e muitos outros no elenco.

O estranhamento do longa se apresenta em seus arcos e também no visual dos nossos personagens. O tom poluído e sombrio do filme é algo característico de Del Toro, que nos faz sentir incomodado em diversos momentos, mas isso logo passa a partir do segundo ato do filme. Algo que merece destaque no longa, é que é a primeira vez que testemunhamos o pesar e o luto de Geppetto de maneira profunda – bem como a morte de seu filho Carlo, o que o motiva a criar Pinóquio.

O visual de Pinóquio se reflete no momento em que ele foi criado, uma quase abominação disforme de madeira, nascida do súbito brilhantismo movido pelo álcool e o luto de um homem.

VEREDITO

Enquanto nos aprofundamos na história, vemos detalhes nunca antes explicados. O longa é divertido, é dolorido e maravilhoso em tudo que se propõe. Enquanto nos permite viajar por um universo místico, sombrio e curioso, Guillermo Del Toro nos abraça em um dos mais profundos momentos do longa e nos diverte.

Pinóquio é completamente feito em stop-motion e ter noção disso para testemunhar o feito que é este filme, é algo brilhante – pois a fluidez das sequências é tão grande, que isso pode passar despercebido.

Pinóquio é tocante, é emocionante e nos apresenta a melhor versão do famoso boneco de madeira já produzida.

5,0 / 5,0

Confira o trailer do filme:

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