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CRÍTICA – Rainhas do Crime (2019, Andrea Berloff)

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CRÍTICA - Rainhas do Crime

Buscando diversificar suas produções baseadas em quadrinhos, a Warner Bros optou por adaptar para as telonas a série Rainhas do Crime (The Kitchen), antigamente distribuída pelo selo adulto Vertigo da DC Comics. Dirigido e roteirizado por Andrea Berloff e protagonizado por três atrizes do alto escalão de Hollywood – Melissa McCarthy, Elisabeth Moss e Tiffany Haddish -, Rainhas do Crime chega aos cinemas com grandes expectativas.

O longa conta a história de Kathy (Melissa McCarthy), Claire (Elisabeth Moss) e Ruby (Tiffany Haddish), três mulheres que vivem à sombra de seus maridos. Com papéis bem definidos na estrutura familiar, as mulheres não possuem nenhum direito que não se refira a ficar em casa e cuidar dos filhos. No caso de Tiffany, há ainda toda a questão do preconceito racial envolvendo o seu casamento com um homem branco irlandês.

As famílias fazem parte de um grande esquema de trabalho ilegal no bairro de Hell’s Kitchen. Eles coletam dinheiro dos comerciantes em troca de proteção contra bandidos de fora da região – bem no estilo milicianos. Quem se opõem a trabalhar dessa forma é convidado a se retirar do bairro e da vida na terra.

A história muda quando os maridos de Kathy, Claire e Ruby são presos, deixando as três mulheres de mãos atadas e sem dinheiro para alimentar suas famílias. A partir disso, as Rainhas do Crime passam a tomar conta dos negócios de seus maridos e se tornam as chefonas do crime organizado local.

O grande destaque do filme é, sem dúvidas, Melissa McCarthy. Com uma atuação impecável, Melissa transita entre o humor e o drama e domina boa parte das cenas. Ela é uma líder natural para o grupo, conquistando a simpatia do comércio local. Elisabeth Moss, que teria tudo para ser um dos destaques, acaba presa a um arco ruim e pouco inspirado que impede que a atriz demonstre todo o seu potencial – já tão conhecido em séries como The Handmaid’s Tale. O gargalo está na presença em cena de Tiffany Haddish: apesar de ótima atitude, deixa a desejar na entrega ao papel.

 

Ao longo de seus 103 minutos de duração, Rainhas do Crime parece um pêndulo, dando passos para frente e para trás quase que constantemente. Em certo momento são retratadas tantas cenas de funerais que parece que você está assistindo ao mesmo desenrolar da história repetidas vezes. O grande problema do roteiro é a falta de tempo para desenvolver a trama das três personagens principais, deixando seus dramas, dilemas e ambições mal explicados. É aquele caso de colocar muitas histórias em um projeto curto quando, na verdade, poderia ser melhor desenvolvido em uma série com 8 ou 10 episódios.

O trabalho de direção de Andrea também não é dos mais inspirados. Cortes abruptos e tons de filme diferentes que parecem não se conectar entre si atrapalham a fluência da trama. Andrea, que também é responsável pelo roteiro, não amarra pontas soltas, coloca inúmeros personagens em tela e não aprofunda a motivação de quase nenhum deles. O desfecho do longa é a pior parte, deixando um gosto de amargo de algo que poderia ser muito, muito melhor.

Rainhas do Crime tem como seu principal trunfo o trabalho de Melissa McCarthy. Se você vai ao cinema esperando boas cenas de ação ou um daqueles suspenses de máfia maravilhosos… é melhor procurar outro filme.

Assista ao trailer:

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