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CRÍTICA – Sally: Fisiculturismo e Assassinato (2022, Netflix)

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A cultura do fisiculturismo traz a busca de esculpir o corpo perfeito, fazendo com que cada fibra do corpo se torne fisiologicamente ideal seja em tamanho ou definição e, em alguns casos, se torna uma obsessão saindo do universo do esporte.

O concurso mais conhecido do fisiculturismo é o Mr. Olimpia, que iniciou-se nos anos 60 e algumas celebridades da cultura pop participaram da disputa como Arnold Schwarzenegger e Lou Ferrigno sendo o primeiro vencedor de algumas edições.

Nos anos 90 surge Ray McNeil, um fisiculturista promissor que começa a se destacar no meio e cinco anos depois é assassinato por sua esposa no dia de São Valentim (Dia dos Namorados na cultura americana).

O documentário dividido em três partes Sally: Fisiculturismo e Assassinato, foi lançado no ultimo dia 2 de novembro no serviço de streaming Netflix, dirigido por Nanette Burstein e recorda todos os detalhes da vida do casal Ray e Sally McNeil desde a sua relação até o dia do assassinato.

SINOPSE DE SALLY: FISICULTURISMO E ASSASSINATO

Amigos, familiares e a própria fisiculturista Sally McNeil relembram o caso do chocante assassinato de Ray McNeil, que ocorreu no Dia dos Namorados em 1995, cometido pela própria Sally que atirou contra Ray. Um caso complexo que envolvia fama, família e violência doméstica.

ANÁLISE

Dividido em três episódios o documentário aborda da forma mais neutra possível todos os acontecimentos que circundam o assassinato de Ray e o processo Sally como a responsável pelo o que ocorreu.

Como um registro que busca a neutralidade as entrevistas com pessoas próximas ao casal, os filhos e a própria Sally McNeil trazem diversas reflexões a respeito de assuntos que na década de noventa eram tratados sem a devida atenção.

Além da rotina de ambos a produção procura pelas pessoas que fizeram parte do julgamento como o promotor Dan Goldstein o advogado de defesa e a própria cobertura dos meios de comunicação a respeito de Sally e como idealizaram a acusada.

O documentário é muito relevante para diversas discussões sociais como relacionamentos tóxicos, violência doméstica, o uso de anabolizantes feito pelos praticantes do fisiculturismo e como um ambiente tão hostil se torna um trauma geracional para os filhos.

A condução das entrevistas expõe todos os detalhes a respeito da versão de Sally, que claramente entende como uma oportunidade que não lhe foi dada e fala de forma detalhada a sua perspectiva, revelando a complexidade entorno do caso que erroneamente não foi compreendida no período.

Acredito que a mensagem mais importante esta em torno da violência contra a mulher, a dificuldade em falar sobre este tema como vivência, relembrar coisas dolorosas e as consequências em torno de um relacionamento tóxico.

Também podemos pensar sobre como este documentário também aborda a cultura de violência que existe na sociedade norte americana, a desvalorização da figura feminina e a como os meios de comunicação retrataram esta mulher em escuta da sua narrativa.

Interessante que mostrando o lado de Sally se pode compreender que ela não é uma mulher inocente, como em muitos documentários procura passar a impressão, mas uma mulher que tinha defeitos, virtudes e uma história de vida muito problemática.

A direção de Burnstein além de abordar o caso mostra o desfechos das figuras centrais apresentadas que são Sally e os seus filhos, criados por seus avós durante o cumprimento de sua pena, mostrando a herança maldita do trauma geracional e o estágio mais recente desta relação familiar.

VEREDITO

Com um material polêmico, reflexivo e aborda questões atuais que devem sempre ser discutidas Sally: Fisiculturismo e Assassinato é um documentário que aborda de forma mais ampla um dos assassinatos mais chocantes da década de noventa.

5,0/5,0

Confira o trailer:

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