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CRÍTICA – Santa Maud (2021, Rose Glass)

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CRÍTICA - Santa Maud (2021, Rose Glass)

Santa Maud (Saint Maud) é o primeiro longa da carreira da diretora Rose Glass. Lançado originalmente em 2019, o terror psicológico estrelado por Morfydd Clark é distribuído no Brasil pela Sony Pictures e está disponível para compra e aluguel nas plataformas digitais.

SINOPSE DE SANTA MAUD

Uma enfermeira piedosa se torna perigosamente obcecada em salvar a alma de sua paciente.

ANÁLISE

Santa Maud é um daqueles filmes de terror psicológico sem grandes sustos ou sangue, mas que mantêm o espectador apreensivo ao longo de toda a duração. Tendo como pano de fundo o relacionamento entre a enfermeira Maud (Morfydd Clark) e sua paciente Amanda (Jennifer Ehle), o longa desenvolve a obsessão da personagem principal em se tornar uma salvadora.

Amanda era uma dançarina muito famosa. Entretanto, devido a um linfoma em estágio avançado, ela precisa da ajuda de enfermeiras particulares. É por essas circunstâncias que Maud e Amanda se encontram. A enfermeira passa a acreditar que Deus possui um plano para ela, sendo a sua missão guiar Amanda nessa estranha jornada espiritual em busca de salvação.

Esse é o primeiro longa escrito e dirigido por Rose Glass. Ela se junta ao time de novos diretores no ramo do terror que trazem uma visão diferente para o gênero, optando por uma trama que deixa os entendimentos a cargo do espectador.

Usando elementos sobrenaturais como complemento da narrativa principal, Glass encontra terreno para construir uma história coesa e instigante, utilizando o terror e a religião como formas de debater sobre saúde mental.

Morfydd Clark é um nome que se tornará muito famoso em breve, pois ela irá interpretar a personagem Galadriel na série de O Senhor dos Anéis. A jovem atriz é a alma do filme, tendo todo o roteiro construído em torno de sua atuação. Não é por menos que ela recebeu indicações nas premiações britânicas, incluindo o Rising Star Award do BAFTA.

A direção de Glass é inventiva e consegue explorar diversos pequenos cenários ao longo da produção, tirando o melhor de cada área na construção de sua narrativa. O apartamento de apenas uma peça onde Maud vive é um exemplo disso, pois naquela pequena área temos os momentos mais significativos da história da personagem.

Apesar do plot principal parecer um pouco simples, e por vezes passar a impressão de que não há muito como expandir a narrativa de Maud com Amanda, as tramas paralelas que cruzam a realidade da enfermeira trazem dinamismo para o longa. Seus 80 minutos de duração são suficientes para criar uma trama interessante e fechar o arco de Maud de forma satisfatória.

Os segundos que complementam o grande ato final de Santa Maud são um bônus inteligente na edição do filme. Mesmo durando pouco tempo, esse detalhe dá um toque de realismo para a jornada de Maud, sendo uma adição bem-vinda para a trama.

VEREDITO

Santa Maud é uma ótima surpresa e cria um caminho interessante para Rose Glass no cinema. Se seus próximos longas seguirem o mesmo nível de qualidade, certamente teremos ótimos títulos da diretora para aproveitarmos.

3,5/5,0

Assista ao trailer:

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