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CRÍTICA – Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019, J.J Abrams)

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CRÍTICA - Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019, J.J Abrams)

Star Wars: A Ascensão Skywalker chega aos cinemas com a missão de encerrar o legado de 42 anos da franquia. Desde a sua estreia em 1977, a saga criada por George Lucas se tornou um marco no cinema, quebrando barreiras e abrindo portas para uma nova leva de filmes de ficção. Seja pelos efeitos especiais ou pela qualidade narrativa, a saga clássica estabeleceu padrões que são, até hoje, aclamados por público e crítica.

O novo longa marca o retorno de J.J. Abrams à direção da trilogia após a demissão de Colin Trevorrow. O roteiro é creditado a Chris Terrio e ao próprio J.J. Abrams a partir do argumento inicial de Trevorrow e Derek Connolly.

Star Wars: A Ascensão Skywalker inicia alguns anos após os acontecimentos de Os Últimos Jedi, mostrando a Resistência cada vez mais fraca perante o fortalecimento da Primeira Ordem. Kylo Ren (Adam Driver) que foi enganado por Luke Skywalker (Mark Hamill) no longa anterior, retorna mais furioso do que nunca, desempenhando o papel de Líder Supremo perante as tropas do novo Império.

Na contextualização dos créditos iniciais, uma mensagem de Palpatine (Ian McDiarmid), distribuída em todas as frequências, seria o estopim para o retorno do Darth Sidious à trama de Star Wars, fazendo com que Kylo, Rey (Daisy Ridley), Finn (John Boyega) e Poe (Oscar Isaac) saiam em uma caçada ao antigo senador da república. Diferentemente do Episódio VIII, aqui os heróis da Resistência estão unidos novamente, trabalhando em conjunto para destruírem a Primeira Ordem de uma vez por todas.

Star Wars: A Ascensão Skywalker parece uma continuidade direta de O Despertar da Força, ignorando quase 100% das escolhas polêmicas de Rian Johnson. O resultado é um filme bagunçado, sem unidade e identidade, com cortes abruptos e ação frenética e constante. Há pouco tempo de filme para explicar tudo o que precisa ser explicado, mesmo com uma duração de 2 horas e 22 minutos.



Essa sensação de falta de tempo e de foco é resultado dos inúmeros ganchos criados em Star Wars: O Despertar da Força que não foram resolvidos em Os Últimos Jedi. Esse último, por sua vez, criou novas narrativas e abriu possibilidades que também precisavam ser finalizadas. Todo o engodo envolvendo o Episódio IX se dá, basicamente, por diversas visões diferentes comandando dois filmes que deveriam seguir uma unidade. Infelizmente, o resultado decepcionante da produção já era esperado.

Abrams busca emular momentos extremamente similares aos já vistos na franquia clássica ao longo de toda a trama. Entretanto, o excesso de homenagens e repetições torna toda a experiência extremamente cansativa. O mesmo podemos dizer das cenas de ação: com tantas lutas entre Kylo e Rey, a batalha final acaba perdendo seu clímax, se tornando banal e pouco atrativa.

Star Wars: A Ascensão Skywalker parece uma grande correção de percurso. Quando as escolhas anteriores destoaram do planejamento pensado para a franquia, a equipe criativa optou por ignorar todos os acontecimentos, seguindo em frente, sem olhar pra trás. É uma pena, pois se a nova trilogia fosse trabalhada com um mesmo roteirista ao longo de todos os seus filmes, os problemas de desenvolvimento, tom e foco teriam sido evitados.

Mesmo com todos os problemas, o longa consegue arrancar sorrisos e lágrimas de emoção em algumas cenas. A química entre o elenco principal é, provavelmente, o melhor elemento de toda a saga nova. Daisy, John e Oscar são ótimos juntos e entregam bons momentos de cumplicidade e lealdade – algo que Star Wars sempre possuiu em suas histórias. O mesmo podemos falar do espaço que J.J. Abrams disponibiliza para os droides, que são – e sempre serão – a alma das aventuras na galáxia muito distante.



Infelizmente, o pior de tudo, é saber que não há como tentar novamente. Havia apenas uma oportunidade de vermos os personagens antigos unidos e iniciar um novo legado. Não há como voltar atrás. Não há como trazer Carrie Fisher de volta. As cenas da atriz, que possui 8 minutos de tela, são simples e pouquíssimo inspiradas. Sua interação com os outros personagens é quase nula, mostrando que todos os rumores de que ela seria a peça-chave dessa produção não passavam de, apenas, rumores. Ainda assim, o abraço entre Leia e Rey é um dos momentos de esperança mais bonitos da produção.

Star Wars: A Ascensão Skywalker encerra uma trilogia mediana, que não faz jus ao legado criado pela saga clássica – e nem ao rico e bem construído universo expandido – e que é marcada pelo ego de seus diretores e roteiristas na busca de criar um novo O Império Contra-Ataca. Infelizmente, para os fãs, apenas nós saímos perdendo nessa batalha.

Assista ao trailer

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