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CRÍTICA – Zona de Confronto (2021, Frederik Louis Hviid e Anders Ølholm)

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CRÍTICA - Zona de Confronto (2021, Frederik Louis Hviid e Anders Ølholm)

O longa dinamarquês Zona de Confronto (Shorta), que foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Veneza em 2020, está disponível para compra e aluguel nas principais plataformas digitais. Dirigido pela dupla Frederik Louis Hviid (Bedrag) e Anders Ølholm (Garoto-Formiga), Zona de Confronto foi um dos três concorrentes à indicação da Dinamarca ao Oscar 2021.

SINOPSE

Durante uma operação policial em um bairro de imigrantes árabes, um jovem é ferido por oficiais. A comunidade fica indignada e clama por justiça. A polícia, preocupada com uma possível insurreição na cidade, aumenta o número de viaturas nas ruas para manter a ordem.

Os policiais Jens (Simons Sears) e Mike (Jacob Hauberg Lohmann) acabam encurralados durante a patrulha, já que a violência escala após a revelação de novas e chocantes informações sobre a ação do dia anterior. Presos em um acerto de contas e envolvidos em uma guerra cultural, os dois precisam encontrar uma forma de sair daquele ambiente e permanecerem vivos.

ANÁLISE

Zona de Confronto explora diversos acontecimentos ao longo de 24 horas. A construção do roteiro de Anders Ølholm e Frederik Louis Hviid, que também são os diretores da produção, é objetiva, mas possui uma sequência de fatos que causam pouca surpresa.

Jens e Mike são dois oficiais que precisam trabalhar juntos após os acontecimentos que causaram a morte do adolescente Talib Ben Hassi. Sem explicitar a forma como o adolescente foi torturado, o longa nos conduz pelos pormenores corruptos que mantêm o silêncio e a proteção dos policiais frente à tragédia ocorrida.

Mike é o estereótipo do policial corrupto e bruto, ao passo que Jens é um oficial sério, dedicado e que quer proteger a população. A união dos dois em um bairro sitiado, fugindo da violência das manifestações, expõem diversos pontos de vista sobre o impasse entre policiais e civis.

Em determinado momento da trama, a adição de Amos (Tarek Zayat) na jornada acaba funcionando como um “personagem guia”, explicando pontos que possam facilitar no desenrolar dos acontecimentos. Entretanto, a dinâmica entre os três personagens, que acabam angariando outros coadjuvantes em sua peregrinação pela cidade, acaba tornando a condução da história vagarosa.

Toda a tensão que o thriller deveria propor fica em segundo plano, dando mais espaço para dramas existenciais e possíveis redenções. A ameaça dos grupos de civis não causa tanto impacto, e é difícil ter alguma empatia até mesmo pelo policial “bonzinho”. Com esses atrasos na condução da metade final do filme, o desfecho fica aquém do esperado.

As atuações de Simons Sears, Jacob Hauberg Lohmann e do jovem Tarek Zayat são boas e bem conduzidas. Entretanto, as cenas de luta deixam muito a desejar, e é perceptível alguns truques de movimento entre um soco e outro.

VEREDITO

Zona de Confronto possui uma ideia criativa, mas peca em alguns pontos de seu desenvolvimento. Mesmo assim, é um bom entretenimento.

3,0/5,0

Assista ao trailer de Zona de Confronto:

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