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Noites Sombrias #31 | Floresta de Sangue: Terror a Dentro – Mais uma obra bizarra de Sion Sono

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Floresta de Sangue

O diretor e roteirista japonês, Sion Sono, é conhecido por fazer filmes que criticam a sociedade, de uma forma bem diferente do normal, misturando cenas muito violentas e macabras com outros artifícios sexuais e, em vários momentos, até fetichistas, Floresta de Sangue sem dúvidas é um deles.

Suas obras causam bastante comoção por ser tão polêmico, ao mesmo tempo, que apresentam uma ótima fotografia com tons e enquadramentos que aumentam o impacto do seu objetivo principal: o total horror.

Para ter ideia da sua capacidade de ser polêmico, é o responsável pelo filme O Pacto (2001), que a trama gira em torno de um clube de alunas com aquele típico uniforme de colegial que planejam cometer suicídio juntas.

SERÁ QUE VOCÊ AGUENTA ASSISTIR?

Acho muito importante dar um alerta que o filme apresentado neste artigo é muito forte, considerado da categoria Ero Guro, onde junta cenas sexuais com extrema brutalidade.

Não é uma obra para qualquer momento ou pessoa, não apenas por começar bastante lenta, como principalmente pelas cenas extremamente fortes.

Sou uma pessoa que ama obras de terror e horror, acostumada a acompanhar o mais bizarro que esses gêneros podem trazer, porém, tive dificuldade em olhar para a tela por diversos momentos e quase passei mal.

Portanto, se não está habituado, for sensível ou simplesmente não estar nos melhores dias: NÃO VEJA!

SEJA PACIENTE

Como mencionei, o filme requer paciência, porque é muito longo, contendo duas horas e trinta e um minutos de duração, e em seus primeiros 40 minutos tem ritmo lento.

Também nas cenas iniciais toda a sua capacidade visual não é apresentada, enquanto não é uma história linear usando o recurso do flashback.

Outra característica das obras do Sion Sono, e claro que não poderia faltar em Floresta de Sangue, é deixar a impressão de amadorismo na produção, de propósito, com exageros nas emoções e atitudes.

ENFIM, AQUI ESTÁ A SINOPSE DE FLORESTA DE SANGUE

Jovens cineastas amadores decidem produzir um filme baseado na história e o comportamento de um homem, mais velho e incomum, conhecido por aplicar golpes em várias mulheres.

Assim, recebem ajuda de duas vítimas com menos de 30 anos, que apresentam diversos indícios de traumas passados no tempo em que estudavam juntas.

ANÁLISE

O filme acompanha os traumas e o triângulo amoroso entre Mitsuko (Eri Kamataki), a ninfomaníaca Taeko (Kyoko Hinami) e a falecida Romeo (Natsuki Kawamura), enquanto seguem fielmente as ordens abusivas do Joe Murata (Kippei Shiina).

Um homem bem mais velho que utiliza do seu comportamento carismático para se aproximar mais da vida das mulheres e suas famílias, e aplicar golpes.

Assim, como o psicopata Charles Manson, o egocêntrico Joe é extremamente violento e usa do seu poder de persuadir para convencer jovens a segui-lo, acatar suas ordens, e nunca suja diretamente suas mãos, sempre suas “vítimas” para cometer os atos mais macabros possíveis.

Enquanto mostra a ideia absurda e bizarra dos cineastas amadores, Shin e Jay de gravar toda essa relação esquisita com o Joe, por desconfiarem que ele é o assassino em série que tanto os jornais noticiam os seus crimes.

Nos primeiros minutos da trama, o horror são as atitudes sexuais fetichistas em público, as mulheres que brigam pela atenção do Joe e a necessidade que Shin e Jay tem de ficar perto enquanto o mais sensato seria fugir.

Porém, Sion Sono faz o seu nome quando mostra o lado mais agressivo e sem escrúpulos do psicopata Murata, neste clímax que contém as cenas mais macabras que eu nunca tinha visto antes em toda a minha história com horror.

São cenas tão pesadas que foi quase impossível olhar para a tela, precisei pausar para beber água e certificar que não iria passar mal.

Aquela lentidão, o costume de voltar o tempo todo para o passado e a sensação de filme com baixa produção é descartada, para dar espaço a cenas com enquadramentos e edições tão boas que te deixam totalmente chocado.

Enquanto, a qualidade do roteiro só melhora entregando plot-twists incríveis, com o peso da crítica da sociedade violenta em que vivemos escondida atrás de falsas aparências, conservadorismo e roupas caras.

Baseado em Fatos Reais

Floresta de Sangue foi produzido com base em casos de assassinato reais que aconteceram no Japão, em que os culpados foram julgados em 2002.

Em minhas pesquisas, não encontrei exatamente os nomes reais dos criminosos ou mais informações sobre esses acontecimentos terríveis, porém, os fofoqueiros da internet teorizam que pode ser o caso do Futoshi Matsunaga e Junko Ogata.

VEREDITO

Confesso que entendo em alguns momentos, o diretor e roteirista Sino Sono de usar a sexualidade em seus filmes, porém, em outros fico incomodada com o tanto de mulheres colegiais, referência a sadomasoquismo e relações lésbicas.

Pois, tenho receio qual seria a melhor forma de abordagem para que não amplie misticismos ou estereótipos de relações sexuais entre mulheres.

Pode-se entender que usa estes pontos como elemento inicial e depois mostrar todo o seu trabalho ou para aumentar o desconforto de quem esteja vendo.

Porém, a escalação de atores, o roteiro, a direção, e todos os aspectos visuais são tão incríveis e macabros que precisarei me recuperar deste impacto para pensar em rever esta obra.

4,7/5,0

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