Hellraiser é uma franquia inspirada no livro Hellbound Heart, do autor Clive Barker e publicado em 1986, sobre as misteriosas e infernais criaturas Cenobitas e seu portal aberto através da Configuração do Lamento cuja a lenda é abrir uma passagem para um reino de prazer sensual inimaginável, mas para o Cenobitas existe o prazer na dor e assim aquele que abre o portal é condenado ao sofrimento eterno.
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Ao todo foram lançados dez filmes desde o primeiro longa lançado em 1987 e, infelizmente, o tempo não foi muito gentil com boa parte das produções que ao longo dos anos sofreu com problemas envolvendo direitos autorais na luta de Clive para recupera-los e apenas quatro destes filmes foram lançados no cinema, sendo Hellraiser: O Julgamento (2018) o último e um fracasso de crítica.
Conheça os cinco melhores filmes da franquia, indo do menos pior ao melhor deles.
Hellraiser IV: Herança Maldita (1996, Kevin Yagher e Joe Chappelle)
Começamos nossa lista com Hellraiser IV: Herança Maldita (Hellraiser: Bloodline), que foi lançado em 1996 e dirigido por Kevin Yagher e Joe Chappelle, com roteiro de Peter Atkins e trilha sonora de Daniel Litch. O filme teve algumas divergências criativas entre Kevin e o estúdio Miramax que exigiu novas gravações e refilmagens, mudando alguns momentos do longa como a chegada de Pinhead e o terceiro ato do longa.
Após o corte final, o filme estava tão distante da visão original de Yagher que o diretor optou por não ser creditado com seu nome optando pelo pseudônimo Alan Smithee, usado por diretores que faziam parte do Sindicato dos Diretores (DGA) e que não tinham o controle sobre o resultado final de uma produção.
Estas novas gravações ficaram por conta de Chappelle, porém arrecadou 9,3 milhões de dólares perante um investimento de 4 milhões. Com isso, o filme foi o ultimo de toda a franquia a ter lançamento no cinema; se tornando uma sequência de lançamentos em home video.
O elenco conta com Doug Bradley que interpretou Pinhead, o líder sacerdote dos Cenobitas, por 9 filmes da franquia e particularmente falando, um dos responsáveis por dar significado aos longas por sua atuação marcante mesmo com breve tempo de tela que teve em alguns deles.
Além de Bradley o elenco tem Valentina Vargas, Bruce Ramsay, Kim Myers e Adam Scott que futuramente seria conhecido pela série Parks and Recreation.
A história se passa no Século XXII quando o cientista Phillip L’Merchant (Bruce Ramsay) sente-se responsável pela ação de seu antepassado que abriu as portas do Inferno com a criação da Configuração do Lamento. É por este motivo que L’Merchant deseja com afinco vencer a difícil batalha contra Pinhead, líder dos seres das trevas.
Apesar de diversas intervenções que tornaram algumas relações mais ambíguas como os Cenobitas Pinhead e Angelique (Vargas), a proposta de contar a origem da Configuração do Lamento se torna interessante, mas o roteiro se atrapalha em alguns aspectos como a tentativa de contar esta história ao longo de uma linha temporal.
Hellraiser: Caçador do Inferno (2002, Rick Bota)
A quarta melhor produção da franquia é o ultimo longa que ainda teve alguma influência de Clive Barker que foi consultor da equipe de produção, principalmente a respeito do terceiro ato do filme.
Dirigido por Rick Bota e roteirizado por Carl V. Dupré e Tim Day, o filme Hellraiser: Caçador do Inferno (Hellraiser: Hellseeker) conta com o retorno da personagem Kirsty Cotton interpretada por Ashley Laurence nos dois primeiros filmes e o longa flerta com um lado investigativo para a franquia, o que não combinou tão bem comparado as produções anteriores.
A história trata de Trevor Gooden (Dean Winters), que sobreviveu a um acidente de carro que culmina com o desaparecimento de sua esposa Kirsty (Ashely Laurence), a perda de sua memória e uma série de alucinações com criaturas bizarras o fazendo duvidar da sua sanidade.
Apesar do tom não combinar com diversos aspectos da franquia, o longa de 2022 é interessante por tentar trabalhar com o conceito do universo demoníaco dos Cenobitas de uma forma diferente, além de contar com o retorno de uma personagem importante do cânone da franquia e um plot twist que apesar de previsível, traz elementos característicos de Hellraiser como a violência graficamente chocante.
Hellraiser lll: Inferno na Terra (1992, Anthony Hickox)
Quem abre o pódio dessa lista é Hellraiser lll: Inferno na Terra (Hellraiser III: Hell on Earth) que já sinalizava como o “canto dos cisnes” da franquia nas grandes telas, sendo a penúltima produção a ser distribuída ao cinema.
A direção do filme ficou por conta de Anthony Hickox, roteiro de Tony Randel conta também com o retorno de Peter Atkins; além de Clive Barker na produção, que foi a segunda maior bilheteria da franquia faturando US$ 12,5 milhões durante a sua exibição.
A história deste filme segue os acontecimentos diretos do segundo filme e vemos Pinhead aprisionado em uma estatua de mármore que vai parar nas mãos de J.P. Monroe (Kevin Bernhardt), um playboy dono de uma boate; após um acordo, o demônio é libertado e começa a matar pessoas inocentes, planejando destruir o cubo para que nunca mais precise voltar para o Inferno, mas em seu caminho esta a repórter Joey Summerskill (Terry Farrell) que investiga os assassinatos após ver uma das vítimas do “Papa Negro” dos Cenobitas ser esfolada por correntes.
O que torna Hellraiser 3 o terceiro melhor filme é a crescente na proposta do roteiro que eleva as ambições de Pinhead, agora tentando se livrar da única forma de afasta-lo do mundo humano; que o faz ser o filme mais ambicioso da franquia tanto no aspecto financeiro quanto criativo.
O filme ainda conta com uma breve participação de Ashley Laurence como Kirsty Coton; a atriz com sua personagem é a segunda a participar mais vezes da franquia, sendo superada apenas por Doug Bradley e seu icônico Pinhead.
Hellraiser II: Renascido das Trevas (1988, Tony Randel)
A prata fica exatamente para a sequência do filme original, Hellraiser II: Renascido das Trevas (Hellraiser II: Hellbound) que repete de forma competente o sucesso da primeira produção, que ainda contava com um grande controle por parte de Barker no aspecto criativo, sendo responsável pelo roteiro, mas dividindo a direção com Tony Randel.
A história segue diretamente os acontecimentos do primeiro filme, quando Kirsty encontra-se atordoada em um hospital psiquiátrico após ser resgatada pela polícia e ninguém acredita em sua história até que um dos médicos, o Dr. Kyle MacRae (William Hope) descobre o retorno dos mortos de Julia Cotton (Clare Higgins) se alimentando de vitimas, assim como seu amante Frank (Sean Chapman), sendo auxiliada pelo Dr. Phillip Channard (Kenneth Cranham).
O que merecidamente torna este filme a segunda melhor produção da franquia é continuar a narrativa do primeiro filme, mostrando suas consequências, além de conhecermos o passado de Pinhead, anteriormente Eliott Spencer e a sua transformação no sacerdote dos Cenobitas.
Hellraiser 2 estabelece a estética do horror proposta pelo seu antecessor, uma combinação de uma sessão de BDSM com extrema violência, sangue por toda a parte e a figura assustadora de Pinhead e seus Cenobitas como os seres mais assustadores da cultura pop da época.
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Hellraiser: Renascido do Inferno (1987, Clive Barker)
O primeiro lugar fica exatamente para a obra que iniciou toda a franquia. Lançado no Brasil como Hellraiser: Renascido do Inferno (Hellraiser), o primeiro filme da franquia foi roteirizado e dirigido por Clive Barker, autor do livro que serviu como base para a adaptação cinematográfica.
O sucesso foi tamanho que a sua bilheteria não foi superada por nenhuma das outras três sequências que foram para as telonas; com um orçamento de US$ 1 milhão o filme arrecadou US$ 14 milhões de bilheteria.
A premissa do filme segue de forma fiel aos eventos do livro, quando o hedonista Frank Cotton (Sean Chapman) adquire o misterioso cubo chamado Configuração do Lamento, com a promessa de acessar um mundo de infinitos prazeres, mas que é transportado para a dimensão dos Cenobitas, que possuem uma outra perspectiva de prazer.
Algum tempo depois Larry (Andrew Robinson), o irmão de Frank, se muda com sua esposa Julia (Clare Higgins) para sua casa sem ter o conhecimento do seu retorno, pois havia fugido da dimensão dos Cenobitas mas precisava recuperar sua forma completamente dilacerada pelos seres daquele mundo.
O filme é uma obra de arte do terror pois consegue prender a atenção a todo o momento, seja pela cenas violentas ou pela tensão da história que ganha contornos cada vez mais sombrios quando se conhece o papel de Julia na narrativa.
Kirsty Cotton é a outra personagem principal do filme e responsável por dar um fim, pelo menos temporariamente, a todo o caos causado por Frank e sua fuga que custou a não apenas a vida como a pele de seu irmão Larry, servindo para cobrir o seu novo corpo.
Hellraiser: Renascido do Inferno apesar de não ter tido um enorme sucesso após ser lançado em home video, muitos fãs o considerarem o melhor de todos e sua franquia formada pelos filmes subsequentes sendo canônicos até Hellraiser 4.
Em outubro chegará ao catálogo do serviço de streaming Hulu, um reboot que promete não apenas homenagear o primeiro longa, mas também dar novos ares para a franquia que merece uma adaptação digna de sua glória passada.
Assista ao primeiro trailer oficial:
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