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OPINIÃO – O fardo de Aves de Rapina

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Nessa quinta-feira (6), chegou aos cinemas a mais nova aposta da DC Comics em conjunto da Warner Bros. Pictures, o primeiro filme a trazer uma equipe unicamente feminina em seu time principal: Aves de Rapina: Arlequina e sua Fantabulosa Emancipação. Contudo, além de suas conquistas pessoais enquanto quebra de padrões dentro desse universo cinematográfico dos heróis masculinos, o longa também carrega alguns fardos consigo.

Quando Esquadrão Suicida foi lançado, mesmo que no geral ele não tenha sido uma experiência muito positiva, algo se destacou perante tudo: a Arlequina. A vilã conseguiu ser aclamada por uma parcela significativa de fãs, se tornou um grande ícone na cultura pop, uma referência em fantasias, entre diversas coisas. A Warner percebeu isso e investiu nela, assim Margot Robbie ganhou mais controle criativo sobre sua personagem dentro do universo.

Margot Robbie, uma das protagonistas e produtoras do filme, já revelou em algumas entrevistas a luta que ela teve que travar para conseguir que esse filme saísse do papel e chegasse onde está hoje. Segundo a atriz, ela precisou de muito tempo para convencer a Warner Bros. a fazer um filme de uma equipe feminina e que fosse para maiores de idade, principalmente por não ter produções passadas para se tomar como base. Contudo, após o lançamento de Deadpool e seu futuro sucesso, o estúdio se tornou mais receptivo para a existência do filme, mesmo que ele demorasse ainda alguns anos para ver a luz do dia.

Margot conseguiu convencer a Warner a produzir o longa e, mesmo que o estúdio preferisse que fosse desenvolvido um longa para as Sereias de Gotham – equipe formada pelas vilãs Arlequina, Mulher-Gato e Hera Venenosa -, a atriz lutou para que Aves de Rapina fosse desenvolvido primeiro, pois essas personagens eram incríveis e também precisavam de visibilidade.

O projeto de Sereias de Gotham ainda está em desenvolvimento, mas, para isso, Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa precisa de certo sucesso e apoio popular. O filme não custou tanto – por volta dos US $ 100 milhões, contando o marketing -, mas ainda assim seria de grande importância que ele fosse bem de bilheteria; ele precisa se pagar e ainda fazer uma quantia significativa de lucro.

As previsões iniciais não são tão animadoras assim, mas ainda pode – e deve – melhorar. Não há grandes filmes para estrear por agora e ainda há alguns feriados chegando, e é imprescindível que o filme e o público se aproveitem deles.

Com o devido sucesso de Aves de Rapina, alguns filmes devem seguir um desenvolvimento mais agilizado e outros ainda podem entrar em vigor, tais como Sereias de Gotham e Batgirl – que já haviam sido anunciados há algum tempo – ou até filmes solos para as personagens da Caçadora e da Canário Negro.

A própria quadrinista de Aves de Rapina, Gail Simone, já se posicionou a favor do filme solo da Canário e até se ofereceu para roteirizar! E lembrando que, com a existência desse universo singular para ela, poderíamos presenciar o nascimento do Arqueiro Verde nas telonas, assim como o casal icônico que eles formam e toda a mitologia em volta de Star City.

A sequência para a própria equipe poderia ser anunciada, seguindo as três aves principais: Renée, Caçadora e Canário Negro, e ainda introduzir grandes ícones como Oráculo, Katana, Vixen, Mulher-Gavião, Questão e a jornada da Cassandra Cain até se assumir o manto de Batgirl.

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Tal sucesso pode não apenas afetar e ajudar a própria DC Comics, mas também sua rival de gênero, a Marvel. Filmes como A-Force ou algo mais focado nas heroínas pode encontrar alguma luz no próprio estúdio se Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa alcançar o sucesso.

Muitos supostos fãs de quadrinhos usam como argumento que o gênero está saturando, mas coincidentemente isso só começou a acontecer e afetar agora em 2020, que a maioria dos filmes são de protagonismo feminino. Mas é só uma coincidência, não?

Mesmo que o gênero esteja saturando, Aves de Rapina procura mudar algumas coisas, aposta numa classificação mais alta pra trazer um pouco mais de violência e assuntos mais pesados para tentar sair da mesmiceEntão, não adianta muito reclamar de tal “saturação” e mesmo assim não apoiar as mudanças. Histórias em quadrinhos são mais do que homens bombados lutando contra outros homens bombados em uniformes apertados. Então: ou você reclama da saturação e reciclagem das histórias ou apoia as mudanças.


Mesmo que muitos – muitos – torcessem contra o filme e esperassem que ele fosse mal recebido, ainda assim ele está (até o momento dessa publicação) com 85% de aprovação no Rotten Tomatoes, sendo o terceiro filme da nova leva da DC Comics a ser mais aclamado pela crítica – até mais do que o premiadíssimo Coringa.

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Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa se encontra nos cinemas de todo o país. E lembrando que também está disponível em todas as plataformas de música o álbum com as músicas feitas exclusivamente para o filme – e que a maioria também toca nele – “Birds of Prey: The Album“. Vale a pena conferir. E em seguida temos Os Novos Mutantes que estreia em Abril, Viúva Negra em Maio e Mulher-Maravilha 1984 em Junho.

A Arlequina retorna em Agosto de 2021 para a sequência de Esquadrão Suicida, dessa vez sob comando de James Gunn (Guardiões da Galáxia).

Assista abaixo o trailer de Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa!

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