Início FILMES Crítica TBT #172 | Festim Diabólico (1948, Alfred Hitchcock)

TBT #172 | Festim Diabólico (1948, Alfred Hitchcock)

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TBT #172 | Festim Diabólico (1948, Alfred Hitchcock)

O TBT dessa semana relembra um dos filmes mais aclamados de Alfred Hitchcock e podemos dizer que Festim Diabólico (Rope, título original) lançado em 1948, fecha com chave de ouro uma década esplêndida para o cinema.

O longa é uma adaptação da peça teatral inglesa de Patrick Hamilton e conta no elenco com James Stewart, John Dall e Farley Granger.

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SINOPSE

Brandon (John Dall) e Philip (Farley Granger) matam David Kentley (Dick Hogan), um colega da escola preparatória, apenas para terem a sensação de praticar um assassinato e provar que conseguem realizar o crime perfeito. Para desafiar os amigos e a família, resolvem convidá-los para uma reunião no apartamento deles, onde colocam a comida em cima de um baú e dentro do mesmo está o corpo da vítima.

ANÁLISE

Nada é tão desafiante quanto um filme que se passa em um só cenário. Tanto para o cineasta, quanto para o público, as produções filmadas em um único ambiente precisam ser criativas e cativantes o suficiente para prender a atenção. Felizmente, Hitchcock entende bem o conceito e aplica em filmes como o famoso Janela Indiscreta, mas é em seu longa menos reconhecido, Festim Diabólico, que o diretor relaciona o conceito com outras incríveis técnicas cinematográficas. 

O longa enfatiza toda genialidade de Alfred Hitchcock ao criar uma trama com toques de drama, suspense e um humor mórbido. Filmado para dar a impressão de um plano sequência (ou seja, sem cortes), o filme desliza lentamente. Mas, é óbvio que os mínimos cortes acontecem nas transições em que o diretor foca nas costas de um personagem. 

Isso de forma alguma estraga a experiência, pelo contrário, denota o poder visual que Festim Diabólico tem. Mesmo com planos em profundidade de campo, no qual podemos ver toda ação além dos personagens em primeiro plano, o filme constantemente direciona nosso olhar para o que o diretor deseja evidenciar.  

Dessa forma, é fácil se interessar pela trama do filme. Um crime perfeito cometido por dois e uma festa com a vítima em um baú. Aqui os rapazes matam seu colega, David; escondem o corpo em um baú e preparam uma festa. Aos poucos os convidados começam a chegar; sendo o pai e a tia de David, assim como seu melhor amigo e sua namorada. Mas é o professor Ruper Cadell, vivido por James Stewart, que percebe algo de errado no comportamento dos garotos. 

A motivação dos rapazes é simples: queriam saber a sensação de matar alguém. Brandon é extremamente narcisista e arrogante, enquanto Philip percebe no decorrer da festa que cometeu um erro. A teoria de Brandon para o crime surge do próprio Sr. Cadell, para eles o ato de matar seria uma arte reservada a poucas pessoas. Segundo o próprio Brandon, homens superiores estão acima da ética e moral e por isso, poderiam matar homens inferiores. 

As explicações dos personagens são por si grotescas, mas evidenciam um sentimento comum da alta sociedade de superioridade. Além disso, Hitchcock também mostra que o ato dos garotos são puníveis e constrói uma “moral da história” baseada na justiça. 

Para mais, Festim Diabólico apresenta uma ótima mise-en-scène, os personagens estão dispostos de maneira tanto a interagir com o cenário, como uns com os outros. Tal como uma peça teatral, o longa busca a dinâmica e os longos diálogos. A falta de ação não é sentida, se o espectador mergulhar fundo na nas questões éticas e morais da produção. 

VEREDITO

Com uma estética que mostra o bom gosto dos anos 40, Festim Diabólico é uma grande obra do cinema hollywoodiano. Não apenas sua trama, como também suas técnicas cinematográficas evidenciam o que existe de melhor nos filmes de Alfred Hitchcock.

5,0 / 5,0

Assista ao trailer legendado:

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