“Ou você morre como herói, ou vive o bastante para ver você mesmo se tornar vilão.” É com essa premissa que a obra-prima da trilogia de Christopher Nolan permeia toda a jornada do Batman contra seu principal arqui-inimigo: o Coringa.
O primeiro ato já evidencia a qualidade do longa com a cena de assalto a banco. Nolan trabalha muito bem a questão de apresentação da nova ameaça de Gotham, pois brinca a todo o momento com a identidade do Coringa nos primeiros cinco minutos de filme, além de demonstrar a genialidade do vilão já nas primeiras cenas. O momento mais icônico vem com a frase “o que não nos mata, só no deixa mais estranhos.”.
Virtude é a grande palavra que desenvolve a história. A todo o momento vemos os personagens em dilemas morais, sendo levados ao limite da corrupção de seus valores, mostrando o quão difícil é ser um herói em momentos de anarquia e extremismo. Até onde vamos para obter justiça? Até que ponto lutamos contra nossas virtudes em prol de um bem maior? Essa questão é muito evidenciada no segundo ato do longa, pois o vilão já está consolidado como real ameaça e faz com que Batman e os demais personagens tenham que ir ao limite para derrotá-lo.
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O ponto alto é a cena de ação no viaduto da cidade, com muitos efeitos práticos, uma assinatura do diretor em todos os seus filmes, que tiram o fôlego do espectador; além da épica cena do interrogatório entre Batman e Coringa, que evidencia a insanidade e a genialidade do vilão.
A cereja do bolo vem no terceiro ato do longa: a ascensão de Duas Caras. Aaron Eckhart brilhantemente entrega um vilão que poderia ter facilmente um filme solo, mostrando sua consolidação no crime. Depois de perder Rachel (Maggie Gyllenhaal) e ter metade do corpo queimado, ele vai atrás de vingança e a insanidade do personagem, uma vez íntegro, é o que o destaca. Cris Nolan mostra que no final de tudo, mesmo com a prisão do Coringa, o palhaço do crime venceu, pois atingiu seu objetivo de desvirtuar o trio de heróis e tornar o Batman um pária da sociedade, dando um duro golpe em Bruce Wayne.
Nolan acerta demais no cast, principalmente ao escalar Heath Ledger, que foi contestado pelos fãs, mas que nos entregou um dos maiores vilões do cinema. O diretor conseguiu fazer um filme que até hoje é referência no gênero de super heróis.
Não é à toa que até quem não gosta desse estilo aprecie o filme, uma vez que ele vai além de um homem fantasiado que tenta apenas salvar o dia. O filme aborda questões éticas, morais e sociais, nos mostrando que todos temos um lado sombrio dentro nós e que uma hora ele pode aparecer. Batman: o Cavaleiro das Trevas é sem dúvida um daqueles poucos filmes que está muito a frente do seu tempo.
Confira o trailer:
E aí, já assistiu esse filmão do Christopher Nolan? Provavelmente sim, mas nunca é tarde para revê-lo. Aproveite para conferir as indicações anteriores do TBT do Feededigno, deixe seus comentários e também sua avaliação de Batman: O Cavaleiro das Trevas.
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