Lançado em 1991, O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs), estrelado por Jodie Foster e Anthony Hopkins, é uma adaptação do romance homônimo do escritor Thomas Harris. O filme, que é um clássico do cinema americano, sendo responsável pela ascensão de Hopkins no cinema – apesar de contar com pouco mais de 16 minutos de tela, é o personagem que marca a carreira do ator até hoje –, que vinha de filmes menos conhecidos como O Homem Elefante de 1980, Amor e Vingança de 1985, e Horas de Desespero de 1990.
O Oscar de 1992 deu ao filme 5 estatuetas: Melhor Filme, Melhor Ator para Anthony Hopkins, Melhor Atriz para Jodie Foster, Melhor Diretor para Jonathan Demme, e Melhor Roteiro Adaptado.
O Silêncio dos Inocentes nos sugere o rumo que tomará ao nos apresentar em seus primeiros segundos, uma mulher até então, indefesa correndo no meio da floresta, ofegante, como quem foge de alguém. Mas assista sabendo de uma coisa, muito pouco do filme é realmente o que aparenta ser.
Há muitos anos, ao assistir esse filme, grande parte do seu conteúdo não me incomodou, mesmo ele sendo repleto de machismo, misoginia, e muita luta da personagem central para se provar capaz da missão que a foi incumbida. Talvez pelo fato de ter uma visão de mundo completamente diferente da que tenho hoje.
Ao reassistir o filme, me dei conta do incômodo que o diretor queria provocar ao espectador, ao diminuir a personagem central em diversas ocasiões.
Personagem feminina forte e história contundente
Clarice Starling (Jodie Foster), é uma trainee do FBI que é capaz de toda e qualquer coisa para provar o quão capaz é, a fim de ser promovida. Ela é enviada em uma missão pelo diretor da agência para visitar um dos piores seriais killers já vistos. Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), um ex-psiquiatra, que se aproveitava da fraqueza e fragilidades de seus pacientes para transformá-los em sua presa.
A psique de Hannibal é apresentada minutos antes de ficarmos frente a frente com o personagem, de fato, criando toda uma mística em torno da figura do serial killer canibal.
Toda a história de uma possível promoção de Clarice e seu crescimento profissional, tem como plano de fundo, os atos de um serial killer misógino. Buffalo Bill que é brilhantemente interpretado por Ted Levine – e ambientado pela designer de produção Colleen Atwood e pela diretora de arte Kristi Zea – tem uma relação conflituosa de masculinidade com o que é feminino.
O Silêncio dos Inocentes acerta ao abordar firmemente temas pouco comentados na época em que fora lançado e se distancia do material fonte, fazendo de Clarice uma personagem mais independente da sua contraparte do livro, não necessitando de relações amorosas ou carnais, a fim de humanizar a personagem.
Por se tratar de uma figura complexa, a história de Lecter viria a ser abordada mais outras 4 vezes no futuro, três delas em adaptações para o cinema, e uma para a TV – sendo uma delas história de origem.
O filme conta com três atos brilhantemente amarrados, não deixando nenhuma ponta solta – e se deixa, nos dá a certeza de que Hannibal Lecter logo a resolverá.
Confira o trailer:
Se você quiser conferir a produção original, O Silêncio dos Inocentes está disponível no Telecine Play.
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