Início FILMES Crítica TBT #290 | ‘X-Men’ iniciou um movimento cinematográfico que mudaria tudo

TBT #290 | ‘X-Men’ iniciou um movimento cinematográfico que mudaria tudo

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X-Men

Lançado ainda nos anos 2000, ‘X-Men‘ rapidamente se tornou um dos filmes mais adorados pelos fãs dos quadrinhos. Depois de flops do cinema, X-Men surgiu apresentando uma tendência dos vindouros anos. Antes mesmo de um MCU, e até mesmo um filme do Homem de Ferro que daria início a tudo, acompanhamos a história dos mutantes.

Nos anos 2000, assim como hoje, os diretores pouco se importavam com a fidelidade ao material fonte. E inseriam em seus longas a maioria das referências que podiam. Olhando para trás, cerca de 24 anos no passado, podemos constatar que os filmes de Bryan Singer se sustentavam – até seus segundos atos.

Tentando firmemente aproveitar ao máximo as propriedades intelectuais dos X-men que pertenciam à Fox, Bryan Singer fez uso do maior número possível de personagens em seus filmes. O diretor esteve diretamente ligado à todas as produções dos mutantes na Fox e com um histórico duvidoso, tendo sido chamado de tóxico por muitos dos atores de seus elencos, o diretor trouxe à vida alguns dos personagens mais icônicos dos X-Men. Incluindo Patrick Stewart como Professor X, Ian Mckellen como Magneto e é claro, Hugh Jackman como Wolverine, o “X-Man.”

SINOPSE

Um grupo de mutantes com poderes extraordinários travam uma luta contra a intolerância e a intenção de exterminar a raça humana de um grupo de mutantes extremistas.

ANÁLISE

Trazendo de maneira mais palatável a alguns dos principais motes dos X-Men nos quadrinhos, acompanhamos a jornada dos mutantes em uma história de preconceito e intolerância. Tendo como plano de fundo ou história principal do arco do filme, acompanhamos o temor dos humanos pelos recém-descobertos mutantes.

Ao passo em que a jornada dos X-Men tenta trazer ao congresso americano um maior conhecimento sobre eles, acompanhamos a história paralela de Logan, Vampira, bem como de Magneto e sua Irmandade de Mutantes. Vendo em Xavier e Magneto duas faces distintas de uma mesma moeda, podemos compará-los a ícones de uma luta da nossa realidade, como Martin Luther King Jr. e Malcolm X, como Chris Claremont fez no arco dos quadrinhos dos anos 70, dando mais profundidade a estes personagens.

Tirando de Magneto o aspecto do vilão genérico e dando a ele um tom muito mais respeitoso e transformando-o em um anti-herói, não apenas ele, mas todos os X-Men ganharam mais profundidades do que já tiveram desde suas criações.

Tentando forçar em alguns personagens empatia a se colocar no lugar dos mutantes, Magneto segue sua jornada de extremismo (não tiro a razão) e desperta em um humano uma mutação. Por meio de uma jornada de conhecimento não apenas interior como do mundo que os rodeia, vemos em Xavier e Erik forças ambivalentes que buscam o mesmo objetivo.

Sendo assim, vemos de maneira sucinta alguns dos principais tropos dos quadrinhos: Os X-Men buscando apenas existir, Wolverine em uma jornada de autoconhecimento, Vampira em uma jornada de descoberta.

VEREDITO

X-Men dos anos 2000 nos faz refletir que o longa não deixa de ser um retrato de um período histórico. Seguindo o estilo dos filmes da virada do milênio como Blade (1998), Matrix (1999) e também a franquia Anjos da Noite, vemos um uso talvez exagerado de couro no uniforme dos mutantes. Por meio de divertidos arcos, o filme se leva a sério e assim como os quadrinhos, o longa faz referência a como as minorias se sentem (mesmo que a população negra não seja minoria, o filme faz algumas referências às pessoas LGBTQIA+).

Não apenas no primeiro longa, como no segundo, vemos em Bobby uma repressão de quem se é. Pois do mesmo jeito que a mãe do personagem tenta oprimir seu lado mutante, muito é feito pelos pais de personagens LGBTQIA+ no mundo real.

Não diferente do mundo real, em que tudo que é diferente, é oprimido. Os X-Men traçam uma jornada respeitosa, mas por vezes falha. Enquanto possui muita força em seus dois primeiros atos, no terceiro, o longa se perde, se tornando uma aliteração de tudo que foi visto até ali. Com super explicações dos fatos evidentes em cena, vemos aqui algo mais do que didático, um filme que por vezes nos considera burros.

X-Men é o início de uma jornada de heróis nos cinemas e merece ser assistido não apenas pelo fator nostalgia, mas por ter sido o princípio do cinema de heróis que conhecemos hoje.

4,5 / 5,0

A franquia X-Men pode ser assistida no Disney+.

Confira o trailer abaixo:


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