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TBT #58 | Taxi Driver (1976, Martin Scorsese)

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TBT #58 | Taxi Driver (1976, Martin Scorsese)

Taxi Driver foi o filme gatilho que despertou o cinéfilo que há dentro de mim, com ele veio outros clássicos do cinema que moldaram meu caráter. Todas as vezes que eu o revejo esse filme sou completamente transportado para aquela Nova Iorque dos anos 70, decadente e escrota, sem perspectiva de melhoria.

“À noite, saem animais de todos os tipos: prostitutas, cafetões, corruptos, drogados, traficantes e esquisitos de todo tipo. Um dia uma grande e verdadeira chuva vai limpar as ruas de toda essa escória.”

O filme foi bastante impactante em minha vida por tratar de um tema tão reconte a na sétima arte: a solidão. Todos os anos quando encontro uma oportunidade eu revisito esse clássico e sempre vejo algo diferente em alguma cena (A última vez que vi notei o Super MKT, quem é gamer vai pegar a referência).

Taxi Driver é o sexto filme dirigido por Martin Scorsese, que é escrito por Paul Schrader e tem a trilha sonora por conta Bernard Herrmann; lançado em 1976 o filme venceu Palma de Ouro no Festival de Cannes do mesmo ano e foi indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme, porém não venceu na maior premiação do cinema, que acredito por retratar uma América sem esperança, retratando o oposto do vencedor: Rocky: Um Lutador.

O ano de 1976 foi um marco para o cinema, onde tivemos filmes que se tornaram clássicos como: Carrie, Rede de Intrigas, A Profecia, e até mesmo Rocky, mas certamente para muitos críticos de cinema Taxi Driver está entre os quatro melhores filmes do Scorsese junto com Touro IndomávelOs Bons Companheiros e O Rei da Comédia.

A trama acompanha Travis Bickle (Robert De Niro), um jovem de 26 anos que sofre de insônia e está à procura de um emprego como taxista para ocupar o vazio existencial que lhe persegue; para ele tanto faz o horário ou o valor que lhe será pago, ele apenas deseja encontrar um significado para sua existência, mas ao conseguir o emprego passa por dias indistinguíveis um após outro, sem proposito ou objetivos.

Tudo muda ao ele se encantar por Betsy (Cybill Shepherd), uma voluntária de campanha do senador e candidato à presidência Charles Palantine (Leonard Harris). Travis a convida para um encontro onde tudo parece normal, até o segundo encontro no qual é dispensando por Betsy devido um encontro no cinema com um filme nada sugestível. Após levar um fora, Travis entra em uma espécie de ciclo de deterioração mental no qual planeja o assassinato do candidato à presidência.

“A solidão me perseguiu a vida toda. Em todo lugar. Em bares, carros, calçadas, lojas, em todo lugar. Não há escapatória. Sou um homem solitário de Deus.”

A direção de Scorsese juntamente com o roteiro de Paul Schrader é magistral e a trilha sonora de Bernard Herrmann – Herrmann também foi responsável pela trilha sonora de Psicose de Alfred Hitchcock – que foi seu último trabalho para o cinema antes de seu falecimento é sombria e contém uma marcha que nos remete bem ao personagem principal: que a qualquer momento irá explodir com sua insanidade.

Curiosidade: Martin Scorsese faz duas aparições no filme, coisa que ele aprendeu com seu mestre Alfred Hitchcock.

O elenco têm atuações surpreendentes! Robert De Niro está incrível nesse filme, tão bem quanto em O Poderoso Chefão: Parte 2 (1974), uma menção especial para a jovem Jodie Foster interpretando uma prostituta de 12 anos bem convincente e agressiva.

Apesar de Taxi Driver ser um filme de 1976 ele continua atemporal tratando de temas bastantes recorrentes como solidão, depressão e loucura. O filme continua tendo bastante influência para outros filmes, O Abutre (2014), Você Nunca Esteve Realmente Aqui (2017), Vivendo no Limite (1999), Drive (2011) e o premiadíssimo e um dos grandes favoritos ao Oscar desse ano: Coringa (2019).

Assista ao trailer abaixo:

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