Início FILMES Crítica TBT #95 | A Gente Se Vê Ontem (2019, Stefon Bristol)

TBT #95 | A Gente Se Vê Ontem (2019, Stefon Bristol)

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A Gente se vê Ontem

A Gente Se Vê Ontem antes de ser um longa-metragem da Netflix, dirigido por Stefon Bristol e produzido por Spike Lee, foi um curta-metragem lançado em 2017 pelo mesmo diretor.

O filme conta a história de dois brilhantes jovens moradores do Brooklyn que tentam desenvolver uma máquina do tempo a fim de usar como bilhete de entrada para uma das universidades de maiores prestígios dos Estados Unidos, o Massachusetts Institute of Technology, mais conhecido como MIT.

A Gente Se Vê Ontem, passou abaixo do radar de muitos, mas após tudo que passamos ao longo do último ano, ele tem muitos arcos que merecem ser discutidos.

Apesar de ser um filme que aborde viagem no tempo, ele está bem longe de ser apenas um filme de ficção científica.

ENREDO

C.J. Walker e Sebastian Thomas, são dois adolescentes negros que lutam por ciência em meio à realidade truculência de uma sociedade em que vivem e em meio disso tudo, da desaprovação de um professor de ciências frustrado – na forma do brilhante cameo de Michael J. Fox, o Marty McFly de De Volta Para o Futuro – que tenta a qualquer custo colocar seus brilhantes alunos para baixo.

O filme se sobressai a todo tempo quando se propõe em usar as questões raciais como plano de fundo para uma brilhante história de sci-fi.

Após o assassinato de seu irmão mais velho, C.J. decide trabalhar com muito mais afinco em sua máquina do tempo para impedir que tal infortúnio aconteça.

Ao fazê-lo, paradoxos surgem e infelizmente nada acontece como planejado.

Qualquer discussão a partir daqui, pode ser considerada spoiler, então vamos às tecnicidades de A Gente Se Vê Ontem.

VEREDITO

Os jovens Eden Duncan-Smith, Danté Crichlow, respectivamente C.J. Walker e Sebastian Thomas, são alguns dos atores para ficar de olho no futuro. Pois se mostram extremamente a vontade na pele de seus personagens, tornando-os completamente palpáveis e identificáveis.

Apesar de ser um filme que aborda viagem no tempo, ele não se atém ou se limita pelo que uma viagem no tempo realmente poderia causar, a não ser os paradoxos que uma máquina do tempo em teoria tem.

Utilizando esses paradoxos como ponto de partida para diversos arcos, Stefon sabe onde quer chegar com seu longa-metragem, pois após dirigir o curta parece conhecer as nuances que seus personagens precisam para seguir em frente, e sabendo suas forças motrizes, o filme flui de maneira tranquila, apesar de tudo que é discutido.

O racismo é um ponto de enorme destaque no filme, já que as ações de seus personagens burlam um sistema extremamente falho, em que jovens negros são mortos por falha no caráter daqueles que deviam protegê-los.

Após o que vimos com George Floyd e Breonna Taylor, questões raciais precisam ser discutidas de forma séria e dependendo do quão lúdica a importância disso se tornar, mais relevante essa discussão se mostrará. E se depender de diretores como Spike Lee, Ava DuVernay, Barry Jenkins, Ryan Coogler, Jordan Peele, Tyler Perry, e muitos outros, isso ainda vai acontecer muito.

Apesar de parecer um filme para um fim de tarde, A Gente Se Vê Ontem, é um filme que não é só divertido, ele também é um soco no estômago e não te prepara para curva que seu roteiro tomará.

Confira o trailer do filme:

E você, já assistiu A Gente Se Vê Ontem? Deixe sua avaliação e seus comentários. E lembre-se de ver as indicações anteriores do TBT do Feededigno.

5,0 / 5,0

A Gente se vê Ontem está disponível na Netflix.

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