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CRÍTICA — ‘Prince of Persia: The Lost Crown’ retoma o legado platformer e surpreende

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The Lost Crown

Fiquei positivamente surpreso ao receber a key para review de Prince of Persia: The Lost Crown logo nos primeiros dias de janeiro. O game com lançamento previsto para o dia 15 é o primeiro título da franquia após mais de 10 anos de hiato. Mesmo após um reboot em 2008, a Ubisoft parece ter deixado de lado a adorada franquia. O game anunciado em junho de 2023 conta com personagens inteiramente novos, e uma história como nenhuma outra. No controle de Sargon, impediremos que um golpe aconteça, tudo isso enquanto descobrimos a história da Pérsia como um todo.

Após ter jogado quase todos os games da franquia incluindo o clássico de 1989, ouso dizer que The Lost Crown é o mais próximo do game original. Enquanto segue o legal platformer, o mais novo game brinca com sua jogabilidade metroidvania desafiadora e puzzles extremamente complicados.

Agradeço à Ubisoft por ter nos enviado uma cópia do game de maneira antecipada para o Nintendo Switch. Uma coisa que preciso dizer para vocês é: Prince of Persia: The Lost Crown parece o jogo perfeito para o console. O game será lançado no dia 15 de janeiro para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC.

SINOPSE

Mergulhe em um emocionante e estilizado jogo de plataforma de ação e aventura ambientado em um mundo mitológico persa, onde você terá o controle sobre os limites do tempo e do espaço.

ANÁLISE

Desde que ascendeu ao trono, o reinado da rainha Thomirys é marcado por conflitos, invasões e mortes. Quase sempre como uma tentativa de testar a força dela e de seu reino, invasores travam guerras e cercos causam fome e descontentamento. Mas como um reinado que a própria águia sagrada Simurgh parece ter abençoado pode causar tanta dor e sofrimento? A águia Simurgh no passado abençoou Dário, um regente justo e o Monte Qaf – seu reino – era o lar da ciência, filosofia, artes e dos estudiosos. Poderia um ser sagrado errar?

Somos lançados no game próximo do fim de um desses ataques. Quando Sargon entra em cena. As habilidades dele, um dos Sete Imortais da Pérsia são conhecidas por seus inimigos e todos que ousam entrar em seu caminho. Nosso protagonista será nosso guia nessa viagem de traição, golpes, combate, puzzle e acima de tudo, desafios nunca antes vistos.

Como em quase todos os Prince of Persia, as habilidades de nossos protagonistas de controlar o tempo tem um importante papel na progressão, mas elas vão além disso.

Os Sete Imortais têm tido um papel a desempenhar na proteção da Pérsia e tem tornado o reinado da Rainha Thomirys o mais pacífico possível, mesmo que não pareça. Como um último recurso, são levados ao campo de batalha, soldados de elite com habilidades capazes de derrotar todo e qualquer inimigo.

JOGABILIDADE DESAFIADORA, INCRÍVEIS GRÁFICOS E VISUAL SINGULAR

Produzido pela Ubisoft Montpellier, desenvolvedora do incrível e desafiador Rayman Legends (2013), o game possui um importante papel. Ainda que a Ubisoft não tenha definido o game como um reboot ou um spin-off, retornar à jogabilidade sidescroller do jogo original de 1989 dão aos jogadores mais antigos da franquia um quentinho no coração e uma sensação de familiaridade. Alguns aspectos bem fortes do game estão ligados à sua jogabilidade de metroidvania. Com o acesso de determinadas áreas relacionadas à obtenção de poderes, explorar se torna muito mais interessante, assim como a navegação pelo mapa.

A dificuldade principal relacionada à progressão de Sargon é basicamente a mesma. O tempo ligado aos desafios nunca muda, a única mudança relacionada à dificuldade vem dos inimigos que enfrentamos, como a janela de aparo, uso de Athra (medidor de magia de Sargon) e dano causado por nós e pelos inimigos. Ah, o aparo. Algo extremamente interessante no game vem das habilidades de Sargon, entre a vasta gama de habilidades dele, está a de aparo. A habilidade de aparos garante um aumento do medidor de Athra e também pode garantir aos jogadores uma finalização instantânea.

Se você pensa que Prince of Persia é fácil de ser finalizado, engana-se. O metroidvania com um alto orçamento, levou esse que vos escreve por uma aventura de cerca de 26 horas.

Diferente de games que nos lançam em desafios e não oferecem nenhum auxílio, Prince of Persia: The Lost Crown possui alguns auxílios relacionados à progressão de desafios de navegação. Estes desafios de navegação quase sempre colocam a teste as habilidades de Sargon obtidas pouco antes. Este auxílio garante ao início de cada desafio portais que nos transportam para o fim destes. Mas olha, tudo bem utilizá-los, mas a exploração minuciosa e o avanço nestes desafios garantem itens importantes como itens que aumentam a vida, itens colecionáveis e afins.

As 26 horas de Prince of Persia: The Lost Crown me lançaram por enormes alegrias relacionadas à gameplay e progressão, mas também por uma enorme raiva relacionada à puzzles com timer. Puzzles com contagens de segundos me levaram à uma enorme frustração, mas garantiram uma alegria enorme ao atravessá-los mesmo que no último segundo.

Os gráficos de tirar o fôlego, assim como o level design nos fazem entender como os desafios precisam ser transpassados após um certo período da gameplay, e assim, também é possível usar próprios exploits que o jogo te oferecem para avançar. Como o chakran de teletransporte de Sargon e suas inúmeras habilidades.

Ainda que seja uma aventura relativamente desafiadora, The Lost Crown nos lança por uma viagem cujos perigos se apresentam à todo o tempo. O design de Qaf e dos desafios impostos que colocam nossa progressão em perigo quase sempre nos fazem duvidar de nossas próprias habilidades. Mas entender que não é uma questão das habilidades do jogador, mas a falta de habilidade de Sargon é importante. Ainda que frustrante, nossa progressão precisa ser propiciada por muita exploração, obtenção de poderes únicos que apenas a Simurgh é capaz de nos oferecer.

VEREDITO

Prince of Persia: The Lost Crown nos faz ver que vivemos na era do renascimento dos metroidvanias e a Ubisoft o faz com maestria. Recriar um clássico do mundo dos games para a atual geração não é prova fácil, tampouco simples. A Ubisoft Montpellier brilha no que diz respeito à respeitar a origem do título e parece fazer dele um de seus títulos mais irreverentes e desafiadores. Com o coração no lugar, The Lost Crown nos leva por uma viagem que vai além da origem de Sargon, mas de um mundo inteiramente novo, cujos desafios estão apenas começando.

A beleza deste mundo além da visualmente óbvia, vem das relações que a o roteiro do game é capaz de construir. Sendo uma história de vingança, golpe, redenção e crescimento, e ao final do game, Sargon será muito mais do que no começo de sua história.

Ao invés de títulos megalomaníacos, a Ubisoft deveria focar em histórias autocentradas, com início, meio e fim. Com um arco deixado em aberto, a Ubisoft Montpellier deve nos surpreender no futuro com uma nova história de Sargon e como suas descobertas podem levar a Pérsia à um novo caminho e uma nova história.

O game será lançado no dia 15 de janeiro para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC.

5,0 / 5,0

Confira o trailer do game:

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