Certamente a fase mais difícil de uma pessoa é durante a adolescência, fase que é repleta de autodescobertas e dúvidas sobre qual o futuro que quer seguir; seja em busca de realizar um sonho, encontrar o amor da sua vida ou apenas ter uma vida normal em um emprego estável e assim seguir dia após dia em uma rotina desgastante de trabalho sem se sentir realizado profissionalmente, amorosamente ou alcançado o sonho de sua vida.
Em alguns casos os sonhos desses jovens podem não ser levados a sério (já dizia a canção do Chorão: “O jovem no Brasil nunca é levado a sério.”), muitas vezes pela a falta de apoio da família ou por não haver uma estrutura familiar estável.
Com isso em mente, temos a obra-prima do mangaká Inio Asano, Boa Noite Punpun, que vai retratar de forma brilhante e com muita melancolia a vida do garoto Punpun durante a sua infância até adolescência na busca de conquistar os seus sonhos.
Boa Noite Punpun é um mangá escrito e ilustrado por Asano, publicado originalmente em 2007 a 2013 pela editora Shogakukan e sendo concluído treze volumes.
A editora JBC, uma das pioneiras com a publicação de mangá no Brasil, trouxe em 2018 para o país uma edição exclusiva contendo ao todo sete volumes.
A trama de Boa Noite Punpun, narra a vida do garoto Onodera Punpun durante o Ensino Fundamental até seus 20 anos.
O mangá explora temas como depressão, amor, isolamento social, sexo, morte e família. O roteiro e arte ficam por conta do próprio Inio Asano, o roteiro é excepcional ao trabalhar bem a personalidade e psique de cada personagem, seja o protagonista Punpun ou os secundários. Sabendo conduzir os traumas que cada um sofre durante a infância e que causam consequências para toda a vida adulta.
A arte de Asano é deslumbrante, seja por conta das áreas urbanas ou pelos próprios personagens que tem uma anatomia encantadora.
Curiosidade: para a arte do personagem Onodera Punpun e sua família, que são projetados como um pássaro. Inio Asano queria encontrar um equilíbrio entre tornar seu protagonista masculino muito bonito ou muito feio e então decidiu deixar que os leitores imaginassem o rosto do personagem.
Por fim, o mangá é um excelente drama de autodescoberta e estudo da psicologia humana, que não é indicado para quem esteja passando por algum tipo dificuldade seja com relacionamento, família ou trabalho, mas é um excelente mangá a ser apreciado para os leitores que estão a procura de uma história triste.
A obra toca em temas pesados que já foram retratados em outras mídias por exemplo com os filmes As Virgens Suicidas (1999), de Sofia Coppola, Ela (2013), de Spike Jonze.
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