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CRÍTICA – Boa Noite Punpun (2018, JBC)

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CRÍTICA - Boa Noite Punpun (2018, JBC)

Certamente a fase mais difícil de uma pessoa é durante a adolescência, fase que é repleta de autodescobertas e dúvidas sobre qual o futuro que quer seguir; seja em busca de realizar um sonho, encontrar o amor da sua vida ou apenas ter uma vida normal em um emprego estável e assim seguir dia após dia em uma rotina desgastante de trabalho sem se sentir realizado profissionalmente, amorosamente ou alcançado o sonho de sua vida.

Em alguns casos os sonhos desses jovens podem não ser levados a sério (já dizia a canção do Chorão: “O jovem no Brasil nunca é levado a sério.”), muitas vezes pela a falta de apoio da família ou por não haver uma estrutura familiar estável.

Com isso em mente, temos a obra-prima do mangaká Inio Asano, Boa Noite Punpun, que vai retratar de forma brilhante e com muita melancolia a vida do garoto Punpun durante a sua infância até adolescência na busca de conquistar os seus sonhos.

Boa Noite Punpun é um mangá escrito e ilustrado por Asano, publicado originalmente em 2007 a 2013 pela editora Shogakukan e sendo concluído treze volumes.

A editora JBC, uma das pioneiras com a publicação de mangá no Brasil, trouxe em 2018 para o país uma edição exclusiva contendo ao todo sete volumes.

A trama de Boa Noite Punpun, narra a vida do garoto Onodera Punpun durante o Ensino Fundamental até seus 20 anos.

Punpun é um garoto normal, que vive feliz com sua família. Um dia, Aiko Tanaka é transferida para a sua escola. Foi paixão à primeira vista! Voltando juntos para casa, ela conta que no futuro “a Terra vai se tornar um planeta inabitável”. É nessa hora que Punpun decide ser cientista espacial. Porém, bem quando encontra seu objetivo na vida, a sua realidade começa a desmoronar.

O mangá explora temas como depressão, amor, isolamento social, sexo, morte e família. O roteiro e arte ficam por conta do próprio Inio Asano, o roteiro é excepcional ao trabalhar bem a personalidade e psique de cada personagem, seja o protagonista Punpun ou os secundários. Sabendo conduzir os traumas que cada um sofre durante a infância e que causam consequências para toda a vida adulta.

A arte de Asano é deslumbrante, seja por conta das áreas urbanas ou pelos próprios personagens que tem uma anatomia encantadora.

Curiosidade: para a arte do personagem Onodera Punpun e sua família, que são projetados como um pássaro. Inio Asano queria encontrar um equilíbrio entre tornar seu protagonista masculino muito bonito ou muito feio e então decidiu deixar que os leitores imaginassem o rosto do personagem.

A descrição de Punpun como uma caricatura sem rosto foi criada para ajudar os leitores a se identificarem com ele e incentivá-los a continuar leitura.

Por fim, o mangá é um excelente drama de autodescoberta e estudo da psicologia humana, que não é indicado para quem esteja passando por algum tipo dificuldade seja com relacionamento, família ou trabalho, mas é um excelente mangá a ser apreciado para os leitores que estão a procura de uma história triste.

A obra toca em temas pesados que já foram retratados em outras mídias por exemplo com os filmes As Virgens Suicidas (1999), de Sofia Coppola, Ela (2013), de Spike Jonze.

E você, já leu Boa Noite Punpun? Deixe-nos seus comentários e sua avaliação da obra de Inio Asano!

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