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CRÍTICA – Coringa (2008, DC Comics)

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CRÍTICA - Coringa (2008, DC Comics)

Após muitas fotos e clipes de bastidores, finalmente, o primeiro trailer de Coringa (Joker) foi divulgado (veja aqui), na prévia, tivemos uma noção do que esperar dessa nova versão do vilão. Anteriormente, o filme foi descrito como um “estudo de personagem doente mental que se torna o Coringa”.

Estrelado por Joaquin Phoenix, o filme está sendo dirigido por Todd Phillips (Se Beber, Não Case) que também assina o roteiro ao lado de Scott Silver.

De acordo com o Deadline, a produção será uma homenagem a clássicos de Martin Scorsese como O Rei da Comédia Taxi Driver. A estreia está marcada para 4 de outubro.

Mas, enquanto o longa não chega aos cinemas, o que você acha de conferir um material muito legal do Palhaço Príncipe do Crime? Estou falando da graphic novel Coringa, lançada no Brasil pela editora Panini em 2008.

Escrita por Brian Azzarelo (mesmo autor de Superman – Pelo Amanhã e 100 balas), e com a arte de Lee Bermejo (capista e desenhista de Hellblazer e Lex Luthor), a história se passa fora da cronologia da editora.

Em CoringaAzzarello consegue mostrar toda a loucura do vilão por uma nova perspectiva, pois a narrativa é totalmente focada nas ações do arqui-inimigo do Batman que está mais insano do que nunca. 

A HISTÓRIA

(…) Ele era uma doença que, de algum jeito, com a ajuda de Deus ou do diabo… pode escolher… tinha convencido seus médicos de que não estava mais doente. A notícia se espalhou. Não sei os detalhes… ainda não sei por que, mas ele estava… o Coringa estava sendo liberado do Asilo Arkhan”.  

(Jonny Frost)

A história é bem simples, porém quando iniciamos a leitura não conseguimos parar. Tendo como pano de fundo o submundo de Gotham, acompanhamos a jornada do Coringa, após ser libertado do Asilo Arkhan, para retomar seu território e mostrar quem é o verdadeiro dono da cidade. Porém, acompanhamos tudo sob o ponto de vista do Jonny Frost, um bandido qualquer que se alia a ele nessa cruzada sangrenta e, por isso, começa ganhar uma pequena notoriedade.

Narrada sob dois ângulos, o de Jonny Frost e o do próprio Coringa, a história mostra o cotidiano do Palhaço de Gotham, sua relação com outros vilões e seus capangas, como faz o seu “trabalho” e, principalmente, toda a sua loucura.

NARRATIVA FOCADA NO CORINGA

Com o tempo, o Coringa estrelou muitas histórias ao lado do Morcego de Gotham, como A Piada Mortal de Alan Moore e O Homem que Ri de Ed Brubaker Doug Mahnke.

PUBLICAÇÃO RELACIONADA | CRÍTICA – Batman: A Piada Mortal (2016, Sam Liu)

Outros quadrinhos clássicos que marcam o ápice da loucura do personagem são Uma Morte em Família e Asilo Arkham.

Assim como outros roteiristas, Brian Azzarelo apresenta aqui a sua visão do vilão, porém com uma narrativa totalmente focada nele.

Com um texto que nos prende do inicio ao fim, podemos acompanhar a verdadeira essência do personagem. Suas ações tomam um nível de insanidade e loucura absurdo e por 132 páginas o acompanhamos fazendo coisas repugnantes para voltar a ter o domínio da criminalidade em Gotham.

Outros nomes famosos da galeria de vilões do Batman aparecem, como Duas-Caras, Pinguim, Charada, Crocodilo e Arlequina, mas o protagonismo é todo do Coringa.

SÁDICO E MUITA VIOLÊNCIA

Coringa saiu poucos meses antes da versão assustadora de Heath Ledger em Batman: O Cavaleiro das Trevas, dirigido por Christopher Nolan.

Muitos acreditaram que a publicação sofreu influência do filme, mas os criadores trabalharam na história por dois anos antes de sua publicação. Mas a semelhança conceitual é visível.

Na HQ, ele utiliza todo o seu “arsenal” de loucura e sadismo para retomar Gotham para si. A violência é mostrada da maneira mais realista possível. Podem esperar de tudo, desde um simples soco no rosto a assassinatos e esfolamento.

O processo de leitura desse material pode se tornar incômodo para algumas pessoas, se você for uma delas, recomendo que leia algo bem leve após terminar. E quando escrevo leve é nível Turma da Mônica, ok?  

DESENHOS DE LEE BERMEJO

O maior atrativo dessa graphic novel – pelo menos para mim – é a arte do Lee Bermejo que, com seu traço característico, nos apresenta a uma Gotham suja e obscura. Todos os detalhes dos desenhos contribuem para uma experiência imersiva e marcante.

É, sem sombra de dúvidas, uma obra de arte. Apenas pela capa – repulsiva e desconfortável – podemos ter uma noção do que esperar ao abrir e começar a ler. Vale muito a pena!


E aí, está ansioso para o filme solo do Coringa? Já leu a HQ? Se sim, conta para a gente o que você achou nos comentários e deixe sua avaliação 😉

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