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CRÍTICA | Piteco – Fogo (2019, Panini Comics)

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CRÍTICA | Piteco - Fogo (2019, Panini Comics)

Na 23ª edição do selo Graphic MSP, somos apresentados à Piteco – Fogo, a história com roteiro e arte de Eduardo Ferigato e cores de Marcelo Costa e Mariana Calil, é o segundo arco da história do homem das cavernas criado em 1961 por Maurício de Sousa.

O personagem foi abordado pela primeira vez em Piteco – Ingá. O quadrinho chegou ao fim, com Piteco e Thuga grávidos, e pela primeira vez, vemos em Fogo, o fruto desse amor. Tendo sido criado em 2012, com o lançamento do quadrinho Astronauta – Magnetar, o selo Graphic MSP da Maurício de Sousa Produções nos apresenta os já conhecidos personagens da Turma da Mônica em aventuras e tons mais adultos. A coleção que hoje conta com mais de 25 edições, já teve quadrinho feito por quadrinistas brasileiros como Danilo Beyruth, Lu Cafaggi, Gustavo Duarte, Shiko, e muitos outros.

A arte de Eduardo Ferigato em Pitego – Fogo, assim como o nome sugere, nos faz sentir acalentados, de volta ao lugar ao que fomos apresentados ainda na infância, — e reintroduzidos quando lemos Ingá, de Shiko — quando nos deparávamos com as aventuras de Piteco em meio as tantas desventuras da Turma da Mônica.

Por abordar temas mais adultos, o quadrinho nos apresenta as adversidades que uma tribo na pré-história poderia viver. De forma rápida, somos apresentados a Thala, filha de Thuga e Piteco, que assim como seu pai, tem a intenção de ser uma das caçadoras da aldeia de Lem.

O roteiro de Eduardo Ferigato nos apresenta rapidamente os personagens que acompanharemos durante toda a história, ao usar como ponto de partida uma das principais atividades do passado que garantia a subsistência e sobrevivência de um povo, a caça.

Com uma rápida invasão – que é o ponto de mudança do status quo de Lem e de seus personagens –, e o fim da paz encontrada pela aldeia em seu novo domínio, somos apresentados aos antagonistas de forma sucinta. Quando encaramos uma mesma coisa por diferentes pontos de vistas, é natural que elas sejam vistas de formas diferentes, e é assim com o fogo.

Se encarado por pessoas que não o sabem controlar, ele pode ser visto como uma força divina, principalmente se levarmos em conta a época em que o quadrinho é ambientado. Vale lembrar que a descoberta do fogo foi um dos maiores passos evolutivos para as civilizações mais primitivas, causando certas evoluções – até mesmo pela cocção de alimentos – e dando uma maior compreensão de mundo para aqueles que aqui habitavam.

Veredito

Diferente dos quadrinhos infantis da Turma da Mônica, Piteco – Fogo muda todo o panorama do que conhecemos e até mesmo para os habitantes de Lem ao final de seu arco. A arte de Ferigato e o roteiro nos faz ver como o estudo por parte dele foi importante para construir um mundo com elementos que tangem o passado e o presente.

Como um artifício de roteiro e a fim de garantir uma maior imersão na história, os invasores de Lem e sua relação com o “Deus Fogo” e a “Água Negra” acabam por ganhar mais destaque que seus personagens centrais e o personagem titular. Eduardo Ferigato brilha no que se refere a ilustração e ao roteiro, nos mostrando mais do mundo já amado e conhecido por todas as crianças nascidas no Brasil nos últimos 50 anos. Assim como todo o selo Graphic MSP, Piteco – Fogo vale a pena ser lido e admirado como a obra única que se mostra ser.

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