Início SÉRIE Crítica CRÍTICA | Dexter: New Blood – S1E1: Cold Snap

CRÍTICA | Dexter: New Blood – S1E1: Cold Snap

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O primeiro episódio de Dexter: New Blood estreou hoje, 8 de novembro, na Paramount+. Intitulado Cold Snap, o episódio marca um novo capítulo para o clássico seriado após quase 10 anos de hiato.

O elenco principal conta com o retorno de Michael C. Hall e Jennifer Carpenter, além das novas adições de Jack Alcott, Julia Jones (The Mandalorian), Johnny Sequoyah, Alano Miller (O Amor de Sylvie) e Michael Creighton (Only Murders in the Building).

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SINOPSE DE COLD SNAP

Na última década, Dexter (Michael C. Hall) viveu uma vida tranquila e isolada, longe das tentações de seu passado. Ele encontrou conforto em uma nova identidade e se tornou um membro querido da pequena comunidade de Iron Lake.

Quando um figurão local começa a se comportar de maneira imprudente, e um estranho misterioso parece estar no encalço de Dexter, ele questiona se pode continuar a suprimir os impulsos assassinos de seu passageiro sombrio.

ANÁLISE

Nem nos meus sonhos mais estranhos eu acreditava que, um dia, estaria escrevendo uma crítica sobre um novo episódio de Dexter. Após o trágico final da oitava temporada e rejeição massiva ao seriado, pensar em um reboot parecia algo completamente fora de cogitação. Entretanto, cá estamos nós, 10 anos depois.

Com uma proposta que desvincula Dexter: New Blood da série clássica, o novo ano aposta em uma paisagem mais fria e obscura para apresentar a nova vida do personagem principal. Ao abandonar a ensolarada Miami, Dexter também abandonou seu passageiro sombrio, deixando todo seu passado para trás. Entretanto, alguns hábitos nunca morrem, certo?

O exílio visto na oitava temporada não durou muito tempo, pois em Iron Lake o nosso protagonista já faz parte da comunidade local. Vivendo com o nome de Jim Lindsay (uma referência a Jeff Lindsay, autor da série de livros do personagem), Dexter trabalha em uma loja de materiais de caça e, claro, namora a xerife local.

Em Cold Snap vemos que sua rotina já está bem estabelecida. Jim compra, todos os dias, donuts para seu chefe Fred Jr. (Michael Creighton) na padaria local, corta lenha e averigua a situação do gelo perto de sua cabana, almoça no restaurante próximo ao trabalho e passa as noites com sua namorada Angela (Julia Jones). A cada novo dia, uma marcação no calendário, que o relembra que já faz quase 10 anos desde seu último assassinato.

Nessa nova dinâmica da série temos, também, a culpa de Dexter materializada em Debra (Jennifer Carpenter), uma memória ambulante que o persegue e guia no caminho de abstinência das matanças. Todo momento que ele pensa em fazer uma escolha diferente, Deb está lá para lembrá-lo de seus erros do passado.

A dinâmica funciona muito bem e é reconfortante ver esses dois atores juntos em tela. Fazia tantos anos que não víamos uma representação tão fiel de Dexter que chega até a assustar, principalmente quando traçamos um paralelo com a caracterização do personagem nas fatídicas temporadas finais do seriado.

Nisso, Clyde Phillips merece todos os créditos possíveis – e ele sabe muito bem disso. Sem ele, o seriado clássico se tornou uma bagunça, e todas as características de Dexter que arrebatavam a audiência foram morrendo pouco a pouco. O produtor, e responsável pelo roteiro desse episódio, não poderia ter acertado mais na abordagem, pois aqui ele foca em reconstruir a confiança no personagem que as pessoas admiravam.

A direção de Marcos Siega soube aproveitar o visual de Iron Lake na construção das cenas, principalmente aquelas que retratam Dexter sozinho perto da cabana. No seriado clássico estávamos acostumados a cenas que se concentravam nos detalhes do trabalho forense (e nas matanças) do personagem. Neste novo ano, no entanto, a paisagem faz sua parte para construir essa atmosfera fria e solitária.

Ao deixar tudo para trás, inclusive seus ímpetos assassinos, Dexter construiu uma realidade vazia e depressiva para si mesmo. Portanto, a ambientação está amplamente ligada à sua nova vida, e é possível sentir esse clima desolador com o desenrolar do episódio. Imitando as emoções das pessoas à sua volta na maior parte do tempo, é apenas quando está sozinho com seus fantasmas que conseguimos perceber o quão despedaçado está o personagem.

Toda a decisão criativa, antes do ato final, causa uma sensação de estranheza por não reconhecermos detalhes comuns do seriado clássico. Entretanto, a estranheza é positiva, principalmente quando chegamos ao arco final. Toda a mudança de percurso pensada por Phillips foi inteligente e muito bem aproveitada.

Michael C. Hall conseguiu reviver muito bem o papel. Sua atuação é tão fluida que é difícil acreditar que faz quase 10 anos que Dexter acabou. São poucos os momentos em que percebemos algumas inseguranças do ator, o que acredito que possa melhorar ao longo dos episódios.

Debra é uma personagem completamente diferente daquela retratada na série clássica, o que abre espaço para Jennifer Carpenter ser mais sombria e agressiva do que em suas atuações anteriores. Há muito o que esperar neste novo ano.

VEREDITO

Para um episódio de abertura, Cold Snap superou as minhas expectativas. Apesar de já sabermos o que esperar de uma série sobre um serial killer, é divertido e causa curiosidade acompanharmos os novos desenrolares (e surpresas) desta história. Tonight is the night!

4,0/5,0

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