Início SÉRIE Crítica CRÍTICA | His Dark Materials: S2E2 – The Cave

CRÍTICA | His Dark Materials: S2E2 – The Cave

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Na última segunda-feira (23/11) foi ao ar na HBO o segundo episódio de His Dark Materials, intitulado The Cave. Nesse novo capítulo, Lyra (Dafne Keen) e William (Amir Wilson) precisam encontrar respostas sobre as misteriosas janelas abertas entre os mundos.

SINOPSE

Lyra e Will vão para Oxford para obter respostas. O Magisterium está perante uma escolha.

Leia também a crítica anterior:

His Dark Materials: S2E1 – The City of Magpies

ANÁLISE

O segundo episódio da temporada é uma continuação direta dos acontecimentos de The City of Magpies. Entretanto, não há um desfecho para o gancho deixado no episódio anterior, tornando o início de The Cave um pouco confuso para o espectador. A escolha criativa parece ser, na verdade, uma necessidade devido à duração do episódio — e a quantidade de situações que foram apresentadas nele.

Em The Cave acompanhamos as consequências do trato entre Sra. Coulter (Ruth Wilson) e Padre MacPhail (Will Keen), e a jornada de Will e Lyra de volta para Oxford. Além desses dois arcos, temos um breve contato com o núcleo das feiticeiras, vítimas diretas da ação do Magisterium.

Outro personagem da primeira temporada retorna durante este capítulo. Carlo Boreal (Ariyon Bakare) esperava paciente pela volta de Will com as cartas que ele tanto precisa para completar a sua missão – até então desconhecida pelo espectador.

O arco de Will e Lyra rende, finalmente, a apresentação de uma das personagens mais queridas dos livros: Mary Malone (Simone Kirby). Durante sua viagem a Oxford, Will e Lyra se separam, pois Will precisa ver como está a sua mãe depois de tudo.

Lyra, então, resolve perguntar sobre o pó para seu aletiômetro e recebe a instrução de encontrar uma porta com uma montanha e não mentir para a catedrática. É quando, pela primeira vez, encontramos Mary Malone. Simone Kirby e Dafne Keen possuem uma ótima química juntas, e é reconfortante ver que Lyra, pelo menos por um momento, está fora de perigo e próxima a um adulto normal (para variar).

O teste de Malone em Lyra nos apresenta outras variáveis em relação à matéria escura, ou pó, que nós ainda não havíamos descoberto ao longo da primeira temporada. Essas pequenas pistas vão montando o quebra-cabeça do porquê essa matéria é tão importante para todos os personagens da série, e o que pode acarretar nos acontecimentos futuros.

O episódio serviu também para unir ainda mais Will e Lyra. Deixando segredos e desconfianças de lado, os dois criam uma real aliança, estando ao lado um do outro para todas as situações. E, claro, com a ajudinha de Pan, o daemon mais simpático de todos.

Apesar do ótimo desenrolar do arco principal, é o desenvolvimento sobre o Magisterium que merece o maior destaque. Com direito até a uma escolha papal, Padre MacPhail chega ao ponto de cometer um genocídio para se manter no poder. Um espírito completamente corrompido achando que faz o bem por meio de ações cruéis e doentias.

A forma como His Dark Materials não tem medo de abordar a religiosidade, e o uso dela como forma de calar e manipular o povo, é algo notável e que não se vê todo dia – ainda mais em uma produção infantojuvenil.

O desprezo pelo que é diferente, o uso de violência contra aqueles que podem “ameaçar” a sua hegemonia, a perseguição contra a ciência, as penitências perante os diversos tipos de desejos: está tudo ali, na mais clara crítica.

E se existe uma personagem que conduz a trama e consegue movimentar os acontecimentos como lhe convém é a Sra. Coulter. Cada vez mais desacreditada das amarras impostas pelo Magisterium, Coulter cria sua própria vantagem contra MacPhail, garantindo um “passe livre” para ir atrás de Lyra.

Toda a cena do interrogatório, que acarreta na prisão de Dr. Lanselius (Omid Djalili), é de extrema perplexidade. Com um pastor aos berros em meio a uma reunião de religiosos, vemos em tela a simulação de uma situação não tão distante da nossa realidade, quando nos deparamos com pseudo líderes que conduzem a massa e o mundo ao ódio extremo por meio de seus preconceitos.

VEREDITO

Com um começo um pouco confuso, mas com importante desenrolar, The Cave se firma como um ótimo episódio, abrindo espaço para grandes acontecimentos nas próximas semanas.

4,0 / 5,0

Assista a promo do episódio:

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