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CRÍTICA – Night Sky (1ª temporada, 2022, Prime Video)

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CRÍTICA - Night Sky (1ª temporada, 2022, Prime Video)

Night Sky é a nova série do Prime Video que traz em seu elenco principal os atores J.K. Simmons e Sissy Spacek. O seriado é uma coprodução entre a Amazon Studios e a Legendary Television, e tem Holden Miller como roteirista principal e Daniel C. Connolly como showrunner.

O seriado de 8 episódios já está disponível na plataforma. Confira nossa crítica sem spoilers.

SINOPSE DE NIGHT SKY

Abrangendo espaço e tempo, Night Sky segue Irene (Sissy Spacek) e Franklin York (J.K. Simmons), um casal que, anos atrás, descobriu uma câmara enterrada em seu quintal que inexplicavelmente leva a um planeta estranho e deserto. Eles guardam cuidadosamente seu segredo desde então, mas quando um jovem enigmático (Chai Hansen) entra em suas vidas, a existência tranquila dos Yorks é rapidamente alterada… mais do que poderiam imaginar.

ANÁLISE

Apesar de ser uma série com temática de sci-fi, o que mais chama a atenção em Night Sky é a forma como os personagens e o roteiro tratam a questão do luto. Irene e Franklin vivem há anos sozinhos e tiveram uma grande perda em sua família. Ao passo que Franklin se doa por inteiro para Irene, aceitando seu luto e abrindo espaço para que a esposa lide com seu trauma, Irene se afunda em sofrimento e desesperança.

O roteiro assinado por Miller, Connoly e outros roteiristas consegue navegar por esse trauma do casal que, já na terceira idade, encontra em uma câmara enterrada em seu quintal uma das poucas motivações para aventuras. Ao passo que para Franklin o relacionamento dele e de Irene é suficiente, para Irene aquele espaço misterioso deve ter algum motivo maior para existir.

É com base nesse impasse que o seriado se desenrola.

Jude (Chai Hansen), um rapaz cheio de segredos e muito suspeito, balança a rotina do casal, mudando a dinâmica de companheirismo e dedicação que acompanhamos no início da série. Todos os acontecimentos a partir do surgimento de Jude envolvem a “câmara secreta”, inclusive uma dupla de personagens argentinas chamadas Stella (Julieta Zylberberg) e Toni (Rocío Hernández).

A produção é dividida em núcleos distintos que, com o passar dos episódios, vão cada vez se tornando mais próximos. Quanto mais ingressamos na história de ficção científica, menos interessante se torna a jornada, sendo o argumento que ancora o relacionamento entre Franklin e Irene muito mais sólido, e envolvente, do que a saga de Jude e sua família.

No caso de Stella e Toni, nós acabamos não conhecendo muito sobre seu passado e background, recebendo apenas flashbacks de acontecimentos que possam contextualizar um pouco a situação. Todos os personagens secundários que se envolvem com elas são totalmente esquecíveis, sendo quase impossível lembrar de seus nomes ao término da produção.

Todo o desenrolar da saga de Jude e Irene se torna um pouco enfadonho com a entrada de Denise (Kiah McKirnan), que possui um argumento bem definido para sua existência, mas nunca tem espaço para realmente desenvolver a personagem. Ela é usada, basicamente, como sistema de caronas, e acaba tendo alguns dramas que parecem pequenos perto da complexidade do restante da trama.

Com tão poucos episódios, os roteiristas ainda acham espaço para encaixar um vizinho de Franklin que se torna seu amigo. Byron (Adam Bartley) acaba melhorando ao longo dos episódios, mas seu relacionamento com Jeanine (Cass Buggé) possui pouquíssimo espaço, de modo que todo o drama entre eles acaba ficando em vigésimo plano. Jeanine foi totalmente esquecida no final da série, mesmo tendo uma urgência tão grande quanto a dos demais, mostrando que a personagem foi criada (e utilizada) apenas em momentos de conveniência.

Os efeitos de rejuvenescimento utilizados na produção são pobres, fazendo com que o diretor de fotografia tenha que pensar em enquadramentos que mantenham o rosto dos atores escondido, evitando que fique tão evidente o orçamento limitado para o recurso. As cenas podem passar batido por algumas pessoas, mas são bem evidentes e acabam nos afastando da experiência por alguns momentos.

O grande destaque está na atuação de J.K. Simmons e Sissy Spacek. Como o personagem de Simmons é mais fácil de se envolver e de gostar, ele acaba se sobressaindo muito a Sissy, que possui uma personagem mais complexa e difícil de se apegar. Entretanto, os melhores momentos da série são aqueles em que ambos dividem a tela e nos presenteiam com cenas de carinho e companheirismo.

VEREDITO

Night Sky tem nas atuações e no drama principal a sua grande força. Apesar dos problemas com a trama e do mistério que envolve a parte de sci-fi, a temporada é regular e possui bons ganchos para o seu próximo ano.

3,2/5,0

Assista ao trailer:

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