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CRÍTICA – O Hóspede Americano (Minissérie, 2021, HBO Max)

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O Hóspede Americano: Conheça a nova minissérie brasileira da HBO Max

Baseada em uma história real, O Hóspede Americano é uma minissérie brasileira criada e dirigida por Bruno Barreto, com roteiro de Matthew Chapman, que apresenta a jornada de Theodore Roosevelt (Aidan Quinn) e Cândido Rondon (Chico Diaz) no início do século XX em terras brasileiras.

A minissérie possui quatro episódios com média de 60 minutos cada e estreia no dia 26 de setembro na HBO Max. Leia nosso artigo especial e conheça mais sobre a minissérie.

SINOPSE

Depois de uma dura derrota na campanha presidencial americana, Roosevelt parte em busca de sua juventude perdida na selva brasileira, ao lado de seu amigo de longa data Farrel Nash (David Herman) e do filho Kermit (Chris Mason), com o objetivo de explorar o último rio não cartografado do país: o Rio da Dúvida, em Rondônia.

Numa viagem repleta de perigos mortais, o ex-presidente conta com o apoio de Cândido Rondon, responsável por interligar as regiões mais remotas do país. Nesta jornada, os dois homens de perfis distintos terão que testar os seus limites físicos e morais, além de aprenderem a lidar com suas personalidades conflitantes para sobreviver.

ANÁLISE

O Hóspede Americano havia sido pensado, inicialmente, como um filme de duas horas. Entretanto, ao ser levado para o streaming, a produção de Bruno Barreto foi transformada em uma minissérie, abordando não só a jornada de Rondon e Roosevelt no Rio da Dúvida como, também, a trajetória do presidente em solo americano.

O roteiro de Matthew Chapman trabalha muito bem o coloquialismo da época atrelado a diálogos modernos, tentando se conectar com a audiência. O trabalho é efetivo, pois consegue amenizar a sensação de estranhamento ao nos depararmos com o dialeto formal utilizado no passado.

A história toda entre Roosevelt e Rondon é interessante, pois se tratam de dois ícones que tinham um entendimento singular sobre a importância da natureza para sobrevivência e evolução das civilizações. Há uma enorme discrepância entre essas figuras retratadas na minissérie para aqueles que hoje ocupam cargos importantes, principalmente no Brasil.

O exercício proposto pela minissérie nos leva a questionar em que momento, ao longo de nossa história moderna, as prioridades foram tão corrompidas ao ponto de explorarmos tudo sem pensarmos no amanhã. A mensagem é um dos grandes pontos positivos da produção, estimulada pelo eficiente roteiro de Chapman.

A qualidade visual da série, e a possibilidade de admirarmos as paisagens contempladas ao longo dos episódios, é às vezes mais interessante do que os embates e os dilemas dos personagens.

As caracterizações e o trabalho de design de produção são ótimos, ressaltando a qualidade técnica da produção. Mesmo que haja alguns efeitos que precisavam ser lapidados, os deslizes não prejudicam a experiência.

Não é segredo que O Hóspede Americano busca apresentar mais sobre Roosevelt como pessoa, humanizando essa figura tão conhecida por suas conquistas nos Estados Unidos. Entretanto, apesar de ser um personagem repleto de complexidades, é difícil se conectar com sua história.

Dentre os personagens, Rondon é provavelmente o mais interessante. Por meio dos episódios, conseguimos entender seus métodos pacificadores com outras civilizações e dimensionar sua importância para o que hoje conhecemos da geografia e do ecossistema brasileiro.

O elenco principal é ótimo e consegue se sair muito bem em seus papéis. Chico Diaz e Aidan Quinn estão muito bem juntos, desempenhando uma ótima dupla, ao passo que Dana Delany e Chris Mason são ótimos como elenco de apoio.

VEREDITO

Com um mote interessante e boas atuações, O Hóspede Americano é uma minissérie de ótima qualidade visual e técnica. Com um grande elenco e uma narrativa repleta de detalhes, a produção da HBO Max possui potencial para arrebatar os espectadores que amam histórias de época.

3,0/5,0

Assista ao trailer:

O Hóspede Americano estreia dia 26 de setembro na HBO Max.

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