Início SÉRIE Crítica CRÍTICA – Pam & Tommy (Minissérie, 2022, Star+)

CRÍTICA – Pam & Tommy (Minissérie, 2022, Star+)

0
Pam & Tommy: Conheça a história real que inspirou a minissérie

Pam & Tommy é uma minissérie sobre um acontecimento real envolvendo a atriz Pamela Anderson e o baterista do Mötley Crüe, Tommy Lee. Após casados, o casal tem uma sex tape roubada de sua casa e divulgada sem autorização.

Baseada em um artigo da Rolling Stone, Pam and Tommy: The Untold Story of the World’s Most Infamous Sex Tape, de Amanda Chicago Lewis, a série foi criada por Robert Siegel e D.V. DeVincentis. No elenco estão Lily James, Sebastian Stan e Seth Rogen. Os primeiros três episódios já estão disponíveis no Star+, com os cinco episódios restantes saindo semanalmente no streaming.

SINOPSE DE PAM & TOMMY

Baseada em uma história real, Pam & Tommy segue o turbulento relacionamento de Pamela Anderson (Lily James), atriz conhecida por seu trabalho na série Baywatch, e de Tommy Lee (Sebastian Stan), baterista da banda Mötley Crüe. Em 1996, o casal estampou tablóides do mundo inteiro com uma sex tape de sua lua de mel que acabou roubada e distribuída para o público pelo ex-ator pornô Michael Morrison (Nick Offerman) e seu amigo Rand Gauthier (Seth Rogen). 

ANÁLISE

Era final dos anos 1990, a televisão tinha acabado com o pudor, o rock and roll não era mais o mesmo e a internet começava a surgir. O término de uma era e o começo de outra foi visto em um acontecimento que sacudiu Hollywood e o mundo: o vazamento da sex tape de Pamela Anderson e Tommy Lee.

A série Pam & Tommy, criada por Robert Siegel e D.V. DeVincentis, aborda o período do casamento da dupla em que o fato ocorreu, enquanto busca discutir os limites entre privacidade e fama. A produção que fica entre a linha tênue do drama e da comédia consegue criar curiosidade para que o público fique até o fim. 

Em 1995, o carpinteiro Rand Gauthier é contratado pelo baterista Tommy para construir um quarto erótico em sua mansão. Após ser demitido por Tommy, sem receber por seu trabalho, Rand planeja se vingar e rouba o cofre do casal, que contem uma fita erótica caseira da lua de mel de Pam e Tommy. 

Ele procura uma forma de vender o conteúdo com o produtor de filmes pornô Michael Morrison, ao perceber que ninguém irá vender a fita por causa dos direitos de imagem. Rand percebe que, através da internet, ele pode fazer seu negócio render e ainda estar no anonimato. Para Rand se trata de carma, uma vingança do destino contra Tommy, mas que passa a centímetros do astro – visto que o site anuncia o nome de Pam, e é justo ela quem leva a pior.

A série inicia acompanhando Rand, interpretado por Seth Rogen, que faz um personagem superficial, o que não significa ruim. Rand tem uma obsessão por Tommy, quem ele considera o pior tipo de pessoa, enquanto sua vida parece um caos. Mas, de fato, existe um humor inconfundível em Rogen que faz o personagem ser o tipo perfeito de vilão fajuto. 

Enquanto os três primeiros episódios focam em Rand e seu plano “perfeito”, o diretor Craig Gillespie (Eu, Tonya) também abre, aos poucos, espaço para Pam e Tommy. O intuito é mostrar como todos viram o caso naquela época: uma piada sobre celebridades. Por isso, a série demora a explorar a relação do casal, o que pode não agradar ao público. 

Dessa forma, Pam de Lily James começa com uma certa ingenuidade que é difícil de engolir, mas que faz parte de como Pamela Anderson aprendeu a lidar com aquele mundo que apenas deseja ver o seu corpo. Por sua vez, Tommy de Sebastian Stan é arrogante, o típico rock star, mas que no fundo é um sujeito legal. 

É extremamente difícil tratar esse casal de famosos como pessoas reais e, sendo assim, a série faz questão de ir mais fundo no quarto episódio escrito por Sarah Gubbins e dirigido por Hannah Fidel, no qual envolvendo um depoimento pode-se finalmente ver e compreender Pamela Anderson. A estrela de Baywatch foi a mais afetada pelo vazamento da fita. Pam entende logo que as consequências serão diferentes para ela.

Consequentemente, a série se aproveita disso para discutir como a Hollywood e a mídia trataram Pam de forma abusiva, fazendo uma espécie de reflexão para os dias atuais. Em entrevista ao programa do comediante Jay Leno, no qual as piadas sobre a sex tape se reservam somente a Pam, a atriz diz com todas as palavras o quanto foi invasivo ter o conteúdo divulgado e que não existe graça naquilo. 

Pam & Tommy é necessariamente sobre Pam, mas é um caminho longo para chegar nela. Logo, a minissérie também busca ser sobre perda de privacidade, um roubo por vingança, o descobrimento da internet e como a indústria pornográfica pode lucrar nesse mundo virtual e acima de tudo, uma história trágica sobre um jovem casal que caiu em desgraça. Se a série consegue ser bem sucedida em todas as suas questões, depende do quanto o público acredita nesses personagens da vida real. 

VEREDITO

Pam & Tommy tem a nostalgia dos anos 1990, com roupas e cabelos que marcaram a época e, ainda, uma caracterização absurda de atores – Lily James e Sebastian Stan estão irreconhecíveis. A trilha sonora noventista traz um tom animado e dinâmico à produção. 

Com uma história e uma fita que ficou conhecida no mundo inteiro, a minissérie poderia ser mais sucinta e reafirmar alguns discursos que ficam pela metade. Mas se falta consistência, têm de sobra um humor de tragédia anunciada, que diverte e sensibiliza no final de contas.

3,5 / 5,0

Assista ao trailer de Pam & Tommy:

Inscreva-se no YouTube do Feededigno

Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTube. Clique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

Sair da versão mobile