Quando terminei a primeira temporada de Stranger Things lá em 2016, a minha maior dúvida, e de muitos pela internet, era se os roteiristas iriam trazer coisas novas ao público, não se sustentando apenas em referencias e homenagens a década de 80.
Essa preocupação ficou ainda maior com a segunda temporada, que tinha uma estrutura bem parecida com sua anterior e criando uma sensação de “já vi isso antes”, principalmente para os que conhecem obras de aventura e ficção científica das antigas.
O mais interessante disso tudo é que assistindo a série, sinto uma nostalgia de uma época que não vivi, apenas conheço através de filmes, séries, e livros. Stranger Things tem o efeito daquela receita de família, onde seu pai ou mãe tentam recriar um prato de seus parentes mais antigos, pois segundo eles, aquela receita específica que comeu na infância, era a melhor do mundo.
Sendo a terceira temporada a mais ambiciosa de Stranger Things, a ação está em uma escala ainda maior e aposta em settings grandiosos, como o Shopping Starcourt, onde toda a trama acontece e termina ali.
Também é muito interessante ver o impacto da abertura shopping sobre o comércio da pequena cidade, gerando até alguns protestos de moradores. Os efeitos especiais estão ainda melhores e acertam em usar ambientes noturnos ou com pouca luz para esconder algumas limitações.
O maior problema da série continua sendo o sentimento de familiaridade com tudo que estamos assistindo. Entretanto, essa temporada aposta em mudanças em relação as interações entre os personagens e dando uma boa evoluída em relação a segunda, já que a trama central continua muito comum.
Max (Sadie Sink), que já havia sido uma ótima adição na temporada passada, aqui sua mais nova amizade com 11 (Millie Bobby Brown) mexe novamente com a dinâmica do grupo, onde ela questiona o namoro da amiga, consequentemente gerando conflitos com o grupo.
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Mike (Finn Wolfhard), Will (Noah Schnapp) e Lucas tem uma jornada que fala muito sobre a adolescência e como alguns amadurecem para certas coisas antes que outros. Onde Mike e Lucas estão preocupados com seus relacionamentos, enquanto Will apenas que jogar RPG com seus amigos.
Hopper (David Harbour) e Joyce (Winona Ryder) tem como principal elemento em sua jornada a tensão sexual que existe entre os dois. Onde o xerife tem medo de se abrir e expor seus sentimentos, enquanto Joyce tem medo de se relacionar com alguém após a morte de seu ex-namorado.
Ao longo da aventura, encontramos personagens que são conhecidos da série e um novo personagem. Talvez o plot twist menos interessante, mas não menos importante, seja o de Nancy (Natalia Dyer) e Jonathan (Charlie Heaton). Aqui a trama ganha um tom de investigação devido ao novo trabalho dos dois como estagiários no jornal local. Tendo boas discussões sobre a figura da mulher no ambiente de trabalho por conta de coisas que Nancy passa com seus chefes.
Já renovada para quarta temporada, Stranger Things em seu último episódio é grandiosa e deixa algumas pontas soltas que podem trazer mudanças interessantes para a futuro, dando uma boa respirada depois da arrastada segunda temporada.
Acredito que mesmo se a série fosse renovada para mais 5 temporadas, ela continuaria a mexer com o espectador, pois, o ser humano é nostálgico e estamos sempre dispostos a visitar o passado. Afinal, o que somos hoje é reflexo de todas as experiências que tivemos, inclusive as obras que consumimos. E Stranger Things nada mais é que a recriação de uma época e obras que temos muito carinho.
Assista ao trailer:
https://www.youtube.com/watch?v=pfK5oCAK4oE
Stranger Things está disponível na Netflix. E você, o que achou dessa temporada? Deixe sua avaliação e seus comentários abaixo!