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Tecnologia argentina: Grande legado e olhar para o futuro

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Tecnologia argentina: Grande legado e olhar para o futuro

Comumente, os países escolhem entre importar ou produzir sua tecnologia. A Argentina tomou a decisão estratégica de se dedicar à área tecnológica e explorar os talentos locais. Por isso tem se tornado referência, tanto em qualidade como na história que vem construindo a passos largos rumo ao futuro.

Um dos diferenciais mais importantes é que a tecnologia argentina cobre diversas áreas. As inovações estão presentes na medicina, na astronomia, na agricultura, nos negócios, entre outros, através dos centros de pesquisa das universidades, dos institutos tecnológicos, do Governo e da iniciativa privada.

A Argentina investiu nas suas instituições para chegar ao patamar que se encontra, oferecendo os melhores recursos aos talentos locais, sem depender totalmente do exterior. Com isso, o país tem uma das ofertas educacionais em nível tecnológico das mais ricas do mundo.

De acordo com o estudo Global Skills Index (GSI), de 2019, a Argentina é o país com maior talento tecnológico do mundo. Esse título é seguido por países como República Tcheca, Espanha, Áustria e Polônia.

Universidades e organismos contribuem com o desenvolvimento da tecnologia argentina

As pesquisas realizadas na Universidade de Buenos Aires (UBA) deram origem à imprensa científica argentina. Vários professores ganhadores do Prêmio Nobel estudaram nesta instituição de ensino. Destacam-se Bernardo Houssay, Prêmio Nobel de Medicina (1947) e Luis Federico Leloir, Prêmio Nobel de Química (1970).

A Universidade Nacional de La Plata se destaca como centro de pesquisa acadêmica. Suas salas de aula viram a formação de célebres figuras como os ex-presidentes José María Guido, Néstor Kirchner e Cristina Fernández. O médico e cirurgião cardíaco, René Favaloro, responsável pela padronização da ponte de safena, também foi aluno desta notável casa de estudos. Dentro da UNLP também se encontra o Observatório Astronômico de La Plata, no qual foram feitas descobertas de vários asteróides e por onde passaram renomados astrônomos argentinos.

A Universidad Nacional del Litoral recebeu, em 2010, o prêmio Innovar de vinculação tecnológica. Este prêmio foi obtido pelo desenvolvimento de equipamentos de radiação ultravioleta para destruir agroquímicos.

A Universidade Nacional de Córdoba, por sua vez, possui sua própria editora. Lá são publicadas obras de Física, Química, Matemática, Biologia, Antropologia e Arqueologia, entre outras. Sua função é divulgar a pesquisa científica e tecnológica. Entre 2010 e 2017, a UNC operou o supercomputador batizado de Cristina, em homenagem à cientista fisicoquímica María Cristina Giordano, usado para pesquisas nas áreas de nanotecnologia, nanociência, biofísica e ciência dos materiais.

Graças a organizações como o Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet) e o Comisión Asesora para el Plan Nacional de Ciencia, Tecnología e Innovación (Caplancyt), que buscam promover o apoio à pesquisa, a Argentina obteve distinções internacionais por suas inovações em tecnologia.

O Conicet, fundado em 1950, é encarregado de promover a ciência e a tecnologia argentina. O órgão é responsável por programas de bolsas de estudos de doutorado e pós-douturado, financiamento de projetos de pesquisa em áreas de saúde, parcerias governamentais com instituições científicas, entre outras atuações.

Já a Caplancyt acompanha e integra os planos das instituições de ensino tecnológico e científico do país. Isso é feito nos setores público e privado, na indústria, nas províncias e a nível nacional. O “Plano Argentina de Ciência e Tecnologia 2030” é o objetivo principal desta comissão.

Aportes da tecnologia argentina para o mundo

1984

A menção honrosa vai para o argentino César Milstein que, em conjunto com Georges J. F. Köhler, descobriu uma proteína capaz de produzir anticorpos monoclonais. O tratamento visa combater alguns tipos de câncer, além da artrite reumatoide. Graças a essa descoberta, Milstein recebeu o Prêmio Nobel de Medicina;

2016

A revista Science publicou dois trabalhos de pesquisa argentinos. Esta prestigiada revista acadêmica compartilhou o trabalho do Conicet e da Fundación Instituto Leloir (FIL), referente ao mecanismo que conecta novos neurônios e o primeiro receptor de temperatura vegetal, simultaneamente;

Um poderoso microscópio foi desenvolvido pelos argentinos Francisco Balzarotti (Instituto Max Planck) e Fernando Stefani (do Conicet e da UBA). Com o Minflux é possível monitorar as moléculas biológicas, em tempo real;

2017

No Observatorio Pierre Auger, em Malargüe, Mendoza, foi descoberta a origem extragalática de raios cósmicos de altíssima energia;

Foi implantado com sucesso o primeiro pâncreas artificial, conquista que se deu graças ao desenvolvimento dos pesquisadores do Conicet. Seu uso foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos;

2020

Um grupo de cientistas do Conicet, em conjunto com a Universidad Nacional del Litoral, conseguiu fazer modificações em sementes, criando o primeiro trigo transgênico do mundo. O objetivo é aumentar seu desempenho em condições extremas de seca.



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