A minissérie foi ao ar nesta semana pela BBC One, recebendo elogios dos críticos; mas Drácula também será lançada na Netflix no sábado (04).
Com produção executiva de Mark Gatiss, Steven Moffat, Sue Vertue e Ben Irving; o elenco principal é formado por John Heffernan, Dolly Wells, Joanna Scanlan, Sacha Dhawan, Jonathan Aris, Morfydd Clark, Nathan Stewart-Jarrett e Claes Bang como Conde Drácula.
Em 2019 a figura do vampiro completou 200 anos, já o Drácula, personagem criado por Bram Stoker completou 122. E em homenagem ao “Lorde das Trevas” – não é o Voldemort – iremos destrinchar sua origem, suas referências e principais adaptações nas principais mídias e também conhecer o Drácula da vida real!
ORIGEM DO DRÁCULA DA FICÇÃO
Em 1922 foi lançado na Alemanha, o filme Nosferatu; que contava a história do Conde Orlok (vivido por Max Schrec), porém mesmo com o filme se passando em outra localidade e contando com outros personagens, a esposa do já finado Bram, Florence Balcombe, processou os responsáveis pela produção alemã por violação de direitos autorais. Trazendo então o Drácula de volta aos holofotes britânicos. Em 1924 surgiram as primeiras peças teatrais em Londres e três anos depois, estreou a primeira peça na Broadway, nos EUA.
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QUADRINHOS
E das páginas dessa série surgiu um personagem muito querido pelos fãs: o Blade. Que já tem confirmada a sua estreia no Universo Cinematográfico Marvel.
GAMES
Já na geração seguinte, tivemos para o PlayStation 3 e Xbox 360 os Castlevania: Lords of Shadow 1 e 2, este último infelizmente não teve foi tão bem recebido quanto o primeiro.
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ANIMAÇÕES
E para a molecada temos a franquia de animações para a tela grande, Hotel Transilvânia; que conta com três filmes.
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CINEMA
É aqui que o bicho pega!
O Drácula já deu as caras em mais de 272 filmes e foi interpretado por mais de 40 atores; no Guiness Book – O Livro dos Recordes o personagem detêm dois importantes recordes:
- Personagem Literário Mais Adaptado para o Cinema
- Personagem de Horror Mais Adaptado para o Cinema
Desses muitos filmes, alguns são de extrema importância; entre eles:
Drácula (1931, Tod Browning)
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O Vampiro da Noite (1958, Terence Fisher)
Drácula de Bram Stoker (1992, Francis Ford Coppola)
Curiosidade: Anthony Hopkins atua como dois personagens diferentes, um religioso cristão que amaldiçoa Vlad nos minutos iniciais do filme e Van Helsing.
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Drácula: A História Nunca Contada (2014, Gary Shore)
Trata-se de um típico filme de origem com uma “pegada” super-heroica, mesmo que essa origem não seja a mais aceitável pelos “BramStokianos” e muito menos pelos romenos.
O elenco conta com Luke Evans como Vlad III/Drácula, Dominic Copper (da série Preacher) como Mehmed II e Charles Dance (o mestre das filhadaputagens, Lorde Tywin Lannister na série Game of Thrones) como Mestre Vampiro.
Curiosidade 1: O personagem Vampiro Mestre de Charles Dance é o lendário imperador romano Caio Júlio César (juro que também não entendi a referência kkkk).
Curiosidade 2: O filme apesar de não ser dos melhores e muito menos fiel, foi um sucesso de bilheteria. Tendo uma receita de US$ 215 milhões, sobre um orçamento de apenas US$ 70 milhões, foi o suficiente para que a Universal Pictures investisse em um Universo de Monstros Compartilhado, lançando então em 2017 o filme A Múmia, estrelado por Tom Cruise; que foi um fiasco de bilheteria e fez o estúdio engavetar a ideia do “UMC”.
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O DRÁCULA DA VIDA REAL
Vlad Draculea era voivoda (príncipe) da Valáquia – atualmente território da Romênia – e junto com seu irmão mais novo, Radu, foram reféns do Império Otomano em 1442, como garantia a lealdade do pai ao sultão Murad II.
Mesmo vivendo entre os turcos, Vlad nunca abandonou sua fé cristã e muito menos seu sonho de retornar à sua terra natal e libertá-la das garras do Império Otomano.
Após a morte de Murad II, Vlad já estava de volta à Valáquia e reinava quando Maomé II, o mais novo sultão otomano (filho de Murad II), enviou seus mensageiros para lembrar Vlad de sua vassalagem para com o Império Otomano. E Vlad ao melhor estilo Rei Leônidas, Vlad gritou: “Isso aqui é Valáquia!” (me empolguei; essa parte é puro fan service kkkkk). Na verdade, Vlad empalou* todos.
*Empalamento ou empalação é um método de tortura e execução que consistia na inserção de uma estaca que atravessasse o corpo do torturado; normalmente entrando pelo ânus até sair na clavícula, pescoço ou boca. A vítima, atravessada pela estaca, era deixada para morrer sentindo dores terríveis.
Depois de muitos anos de seguidas guerras, pequenas vitórias, traições, muitas empalações e derrotas, Vlad III/Draculea/Tepes/Empalador se recolheu no Castelo Poenari, em Arges, na Romênia e não no Castelo de Bran, entre a Transilvânia e a Valáquia, que atualmente é um ponto turístico muito famoso por associar Vlad Tepes ao Drácula de Bram Stoker.
Curiosidade 1: Dracul, em romeno, além de significar dragão, também podia significar diabo. E muito provavelmente a superstição da população da época somado aos métodos nada convencionais de tortura de Vlad Tepes contribuíram para a lenda de que ele era “filho do demônio”.
Curiosidade 2: Mesmo com toda a crueldade em suas punições, Vlad III é considerado um herói romeno e diversas praças e museus do país exibem seu busto.
Indicação: Se você curte leitura de ficção-histórica no melhor estilo Bernard Cornwell (O Último Reino) e Conn Iggulden (Os Portões de Roma), recomendo muito a leitura do livro Vlad: A Última Confissão, do autor britânico C.C. Humphreys.
REFERÊNCIAS
Como dito no início dessa publicação, o vampiro completou recentemente 200 anos e Bram Stoker teve muito material para utilizar como referência para a criação de seu Drácula. E não posso deixar de citar pelo menos três grandes influências que vieram da literatura britânica:
The Vampyre: A Tale (1819, John William Polidori)
Curiosidade: Durante uma noite de tempestade, quatro amigos decidiram ver quem contaria a história mais horripilante, entre eles estavam o médico John Polidori que apostou na brincadeira e lançou seu conto, como também Mary Shelley que veio a lançar outro icônico personagem: Frankenstein.
Varney the Vampire or the Feast of Blood (1847, James Malcolm Rymer)
Carmilla: A Vampira de Karnstein (1872, Joseph Sheridan Le Fanu)
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Indicação: Em 2017 a Darkside Books lançou dois belíssimos exemplares de Drácula o First Edition que recria a capa original do romance quando lançado em 1897 e o Dark Edition que simula uma capa de couro preto.
Ambas as edições são de capa dura, a primeira com as bordas das páginas com um vermelho vivo, lembrando a cor de sangue. Já o segundo, com bordas de páginas douradas que contrastam muito bem com a capa “decrépita”. Porém além da obra de Bram Stoker o incrível trabalho de pesquisa ao final do romance é digno de colecionadores. Uma rica pesquisa que trás rascunhos, matérias de jornais da época do lançamento, cartas de pessoas próximas de Bram e muitas informações que tornam as edições um item extremamente especial.
A minissérie Drácula estreou na BBC One em 1º de Janeiro e chegará à Netflix em 4 de Janeiro. A primeira temporada será composta por três episódios de 90 minutos cada.
Assista ao trailer final:
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