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CRÍTICA – A Mulher Rei (2022, Gina Prince-Bythewood)

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CRÍTICA - A Mulher Rei (2022, Gina Prince-Bythewood)

A Mulher Rei chega aos cinemas no dia 22 de setembro. Estrelado por Viola Davis e dirigido por Gina Prince-Bythewood, a produção conta também com os atores John Boyega, Lashana Lynch, Thuso Mbedu e Sheila Atim.

Comfira abaixo a nossa crítica sem spoilers do filme.

SINOPSE

A Mulher Rei é a notável história das Agojie, a unidade feminina de guerreiras que protegia o reino africano de Daomé em 1800 com habilidades e uma ferocidade diferente de tudo que o mundo já viu. Inspirado em fatos reais, o longa segue a jornada emocionalmente épica da General Nanisca (a vencedora do Oscar Viola Davis) enquanto ela treina a próxima geração de recrutas e os prepara para a batalha contra um inimigo determinado a destruir seu modo de vida.

ANÁLISE

A Mulher Rei é o tipo de filme em que todo o elenco consegue brilhar na mesma intensidade, algo que é muito difícil de acontecer quando os roteiristas e diretores trabalham com vários personagens ao mesmo tempo. Aqui, Viola Davis encontra um elenco que consegue estar em sintonia contínua com sua atuação, criando uma química impressionante com a líder das Agojie (conhecidas também como Ahosi).

A produção dirigida por Gina Prince-Bythewood é repleta de qualidades, fruto de um trabalho certeiro e brilhante que funciona em todas as frentes. O cast está completamente imerso na história criada por Dana Stevens e é possível sentir a vontade e a dedicação de todos eles ao longo das duas horas e 15 minutos de duração.

O design de produção, os figurinos, a trilha sonora, as coreografias das cenas de ação… tudo funciona em A Mulher Rei, sendo um deleite para os espectadores.

Na história, Nanisca é a líder do exército das mulheres Agojie, que defende o reino de Daomé de outras tribos que sequestram e escravizam pessoas para vendê-las a comerciantes europeus. O comércio de escravos é o que torna os reis ricos, mas Nanisca não acredita que essa deva ser a forma de enriquecimento de seu povo.

Com a chegada de uma nova aprendiz chamada Nawii (Thuso Mbedu), as Agojie se preparam para enfrentar o maior desafio de todos, buscando estabelecer a paz entre os povos e frear o tráfico humano. Sob o comando do rei Ghezo (John Boyega), Daomé busca prosperidade, riqueza e harmonia.

O que mais encanta em A Mulher Rei é, além do aspecto técnico, a sensação de ver algo diferente, novo e interessante. Em uma Hollywood que se repete (e recicla) cada vez mais ano após ano, A Mulher Rei é um frescor necessário dentre esses milhares de lançamentos. Totalmente protagonizado por personagens fortes e determinadas, a produção pode ser uma virada de chave dentro da indústria.

Quem acompanhava a maravilhosa Lovecraft Country, que foi brutalmente cancelada pela HBO em seu auge de popularidade e aclamação da crítica, deve se lembrar do excelente episódio I Am, onde Hippolyta (Aunjanue Ellis) se transformava em uma guerreira e lutava com seu exército de mulheres contra os confederados. O que Gina Prince-Bythewood e Dana Stevens fazem com A Mulher Rei é tão impactante e bem executado quanto este episódio.

Quando falamos do elenco, é difícil não mencionar o quanto Viola Davis é uma das melhores (se não a melhor) artista da atualidade. Cada momento seu em A Mulher Rei é, de fato, um acontecimento.

Sua mudança corporal e os altos e baixos vividos por sua personagem comovem, entretêm e movimentam a trama de forma a nos manter vidrados nos acontecimentos. Ela é uma verdadeira líder e isso se reflete na atuação de seus companheiros.

Lashana Lynch é uma das atrizes mais promissoras que surgiram em Hollywood nos últimos anos. Certamente ainda possui muito caminho pela frente e torço que ela alcance grandes conquistas, pois Lynch tem talento de sobra. Thuso Mbedu é outra grande atriz, tendo entregue uma performance impecável em The Underground Railroad e repetindo o feito em A Mulher Rei.

Sheila Atim, parceira de Mbedu em The Underground Railroad, é outro achado. Uma atriz que consegue transmitir sentimentos apenas com o olhar e que possui um brilho próprio quando está em cena. John Boyega cresce a cada novo trabalho e é um ator de extremo talento e competência.

Mesmo que o roteiro de Stevens crie arcos parecidos com outras produções, e tenha reviravoltas um pouco previsíveis, a química do elenco, o trabalho de figurino e a direção de arte complementam e valorizam tanto que as pequenas familiaridades com outras histórias não incomodam. A construção dessa atmosfera, além da jornada pela cultura e legado do reino de Daomé é incrível, tornando o resultado final interessantíssimo.

O que mais me surpreendeu em A Mulher Rei é, sem dúvidas, a brutalidade exposta em tela. As coreografias de luta estão esplêndidas e são trabalhadas tanto em pequena, quanto em grande escala, sem perderem a qualidade. As guerreiras são implacáveis e seus movimentos são certeiros e rápidos, tornando as cenas dinâmicas e hipnotizantes.

Ao mesmo tempo em que A Mulher Rei possui essa parte voltada para ação, também há espaço para entendermos cada personagem, com suas motivações, qualidades, defeitos e sentimentos. Gina Prince-Bythewood consegue captar momentos de fraternidade com delicadeza, fazendo com que a audiência se apegue aos personagens e sinta suas dores.

VEREDITO

A Mulher Rei é uma ótima surpresa. Com um elenco incrível e ótima direção de Gina Prince-Bythewood, a produção se destaca em 2022 como um ótimo blockbuster de ação.

4,5 / 5,0

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