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CRÍTICA – Arritmia (2017, Boris Khlebnikov)

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CRÍTICA - Arritmia (2017, Boris Khlebnikov)

Pela primeira vez o Brasil recebe o Festival de Cinema Russo, que acontece também de forma online na Austrália, México e Espanha.

O festival online é gratuito e terá sua programação exibida no Brasil através da plataforma Spcine Play, a partir do dia 10 até o dia 30 de dezembro.

O primeiro que assistimos foi Arritmia (Аритмия), de Boris Khlebnikov e que conta com premiações no 52º Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary, Festival de Cinema de Minsk, Festival de Cinema de Trieste, Festival Internacional de Cinema de Toronto, Kinotavr Open Russian Film Festival e Festival de Cinema de Trieste.

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SINOPSE

Oleg (Alexander Yatsenko) é um jovem paramédico talentoso, sua esposa Katya (Irina Gorbacheva) trabalha como médica no pronto socorro do hospital. Ela ama Oleg, mas está farta dele se importar mais com os pacientes do que com ela.

O novo chefe de Oleg é um gerente impiedoso (Maksim Lagashkin), que pretende implementar novas regras rígidas, mas Oleg não se importa com as formalidades e apenas tenta salvar o máximo de vidas e tal atitude afeta sua relação com o novo chefe.

A crise no trabalho coincide com a crise na vida pessoal. Oleg e Katya precisam encontrar algum vínculo que os manterá juntos entre toda essa confusão com pacientes, problemas com álcool e perturbações no sistema de saúde.

ANÁLISE

Arritmia: substantivo feminino. 1. Ausência de regularidade no ritmo. 

Na medicina, a arritmia é mais comum de acontecer no coração; sendo de duas formas distintas:

  • Taquicardia: quando o coração bate rápido demais;
  • Bradicardia: quando as batidas são muito lentas e em descompasso, com pulsação irregular.

Logo nos primeiros minutos do longa, percebemos que o trabalho de câmera de Alisher Khamidkhodzhaev segue um estilo documentário que dá ao longa de Boris Khlebnikov um visual mais televisivo do que cinematográfico, o que pode ser uma “faca de dois gumes” e não agradar a todos.

Uma curiosidade interessante é que o filme havia sido planejado originalmente como uma comédia, mas ficou mais sombrio quando o diretor começou a pesquisar a vida de verdadeiros profissionais de saúde russos.

Em relação aos protagonistas, Alexander Yatsenko tem uma atuação de uma criança mimada e sua fuga para o alcoolismo pode se transformar facilmente em autopiedade carente, especialmente a partir do segundo ato, quando sua constante expressão de cachorro sem dono dá a impressão de que Oleg se debulhará em lágrimas a qualquer momento.

Irina Gorbacheva recebe menos tempo na tela, mas ainda entrega um retrato humano do amor testado ao limite.

VEREDITO

Ao contar a história de um casal com problemas no casamento, descobrimos que o título do filme poderia ser facilmente alterado para Bradicardia, pois seu ritmo lento e principalmente a falta de trilha sonora faz com que seus 116min necessitem de um desfibrilador que infelizmente Khlebnikov não tinha ao lado da cadeira de diretor.

Para quem já foi casado e/ou teve um relacionamento decrescente, Arritmia não apresenta nada de novo; apenas o cotidiano de muitos casais: uma esposa infeliz, um marido que nunca sabe onde erra e uma união por “hábito” (estar acostumado aos defeitos do outro) ao invés de amor próprio antes do amor ao companheiro(a).

2,5 / 5,0

Assista ao trailer (legenda em inglês):

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