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CRÍTICA – Drive My Car (2022, Ryusuke Hamaguchi)

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Drive My Car ou Pé Na Estrada, título no Brasil, é uma adaptação do conto homônimo de Haruki Murakami e foi indicado em diversas premiações em 2022.

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SINOPSE DE DRIVE MY CAR

Yüsuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima) é um ator e diretor de teatro e tem um relacionamento com sua amada Oto (Reika Kirishima).

Tudo ia muito bem até ela traí-lo e depois de uma tragédia, a namorada do nosso protagonista acaba falecendo. Para superar o luto, Yüsuke agora vai dirigir uma peça em busca de novos ares para superar esse trauma.

ANÁLISE

Drive My Car é uma obra que busca trabalhar o luto e a dor, pois nossos traumas influenciam na nossa forma de viver.

Com um ar bastante contemplativo, o longa se baseia muito na filosofia e no legado que as pessoas, queridas ou não, deixam nos que ficam, uma vez as memórias podem ser dolorosas ou nos trazer conforto, dependendo da perspectiva na qual as enxergamos.

O ritmo do filme é bastante lento, visto que Ryusuke Hamaguchi leva o tempo que for preciso para desenvolver seus personagens e trama, o que pode tornar as três horas meio maçantes para quem espera algo mais dinâmico.

Sobre os atores do enredo, Yüsuke e Misaki Watari (Tôko Miura) são os mais importantes e tem as histórias mais intensas. O primeiro por ter tantos problemas em um período de dois anos, sofrendo de enfermidades do corpo e da alma, tentando buscar um sentido para viver e criar uma história para ser apreciada por todos. Já Misaki tenta conviver com escolhas duras de um ponto doloroso de sua vida, jogando tudo para seu interior, se mostrando uma mulher fria e de poucos sentimentos. As atuações dos dois são convincentes e contidas, com Hidetoshi Nishijima se soltando mais no ápice do longa em uma cena emocionante.

Sobre a direção, Hamaguchi gosta de ampliar os horizontes com longas tomadas de paisagens e cenários, mostrando como podemos ser pequenos dentro de um vasto mundo de solidão. Os takes belíssimos nos fazem pensar na vida e tudo que ela já foi e que ainda pode ser. A batida da trama é quase sempre a mesma, com poucas viradas que chacoalhem o espectador, todavia, a proposta justamente é essa, então Drive My Car é uma obra bastante honesta.

VEREDITO

Drive My Car é uma terapia em grupo para quem assiste e seus personagens que querem superar a dor e o medo de seguir em frente. Com uma proposta bastante honesta, o longa japonês está merecidamente sendo reconhecido pelos seus feitos.

De fato, a longa duração pode apavorar os mais imediatistas, mas a recompensa pode ser muito boa no final.

4,0/5,0

Confira o trailer de Drive My Car:

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