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CRÍTICA: ‘O Homem dos Sonhos’ nos leva por jornada onírica curiosa e por vezes, tão real quanto possível

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O Homem dos Sonhos

O Homem dos Sonhos‘ é um daqueles filmes subestimados, cujas curiosidades parecem surgir dos lugares mais improváveis, neste caso, dos sonhos. Estrelado por Nicolas Cage e grande elenco, o filme é produzido pela A24 e dirigido por Kristoffer Borgli, nele, somos lançados na história do professor universitário Paul Matthews, que misteriosamente começa a aparecer nos sonhos de centenas e depois, milhares de pessoas.

Enquanto nos apresenta algumas das facetas mais curiosas de um personagem tão simplório quanto um professor universitário com seus quase 60 anos.

‘O Homem dos Sonhos’ nos lança em uma das mais curiosas facetas de Cage, um personagem curiosamente bom, mas fechado e reprimido, que passa a mudar na primeira oportunidade: quando ganha visibilidade e reconhecimento.

SINOPSE

Um infeliz pai de família vê sua vida virada de cabeça para baixo quando milhões de estranhos de repente começam a vê-lo em seus sonhos. Quando suas aparições noturnas tomam um rumo de pesadelo, Paul é forçado a navegar em seu novo estrelato.

ANÁLISE

Em uma viagem curiosamente pé no chão, acompanhamos a história de Paul, um professor de biologia que estuda o desenvolvimento das espécies e em uma de suas aulas mostra como as espécies evoluíram para se destacar pelos mais diversos motivos. E assim como nós, humanos, que desenvolvemos um fotorreceptor responsável por nos permitirem a ver a cor laranja – ausente em outros seres vivos -, e outros animais como a zebra e suas listras evoluíram para mostrar sua força em seu números, já que estas dão uma sensação de maior número quando em manadas.

O longa viaja por conceitos junguianos como o inconsciente coletivo e e as estruturas cifradas dos sonhos analisada no passado por Freud.

Com uma estrutura tradicional, o filme da A24 nos leva por momentos que variam entre sonhos bizarros e dias comuns, sem delimitá-los claramente, perseguições na rua, ou brigas, podem ser tanto um sonho/pesadelo, quanto um dia comum na vida dos personagens.

Seja por como o longa e seu diretor nos ambientam a um subtexto que funciona como uma crítica às subcelebridades que surgem de um dia para outro e rapidamente perdem sua importância, ‘O Homem dos Sonhos’ oferece à sua história um dos mais interessantes contrapontos na era em que vivemos: as pessoas são realmente boas, ou simplesmente não tem nenhum poder sobre os outros?

Quando uma mesma pessoa parece habitar a terra de ninguém, os sonhos, o que pode haver de errado com ela ou a sociedade que rapidamente o torna um ícone pop? Funcionando por vezes como um meme vivo e em outras, como a creepypasta ‘This Man,’ o longa nos faz questionar como alguns acontecimentos do filme se dão pelo inconsciente coletivo.

VEREDITO

Como uma história de cautela, ‘O homem dos sonhos’ diverte, confunde e mostra como a loucura presente nesta trama pode incomodar. Feito para ser assim, o personagem de Cage é cômico, falho, muito falho mesmo e os fatos que vemos desenrolar em tela só comprovam isso a cada um dos três atos.

Com o cuidado da direção em nos ambientar à um terrível mundo onírico, mas estando sempre no limiar do real e irreal, vemos estes e todos os sonhos serem terrivelmente reais.

Distante de se mostrar como uma pura comédia como muitos veículos o tem anunciado, acredito que este é um longa de terror sombrio e um suspense muito bem construído. ‘O homem dos sonhos’ nos faz entender como a atuação de Cage é diferente de tudo que o ator tem entregado nos últimos anos, e os perigos dessa trama vem não só dos sonhos, como também do mundo real.

5,0 / 5,0

O Homem dos Sonhos chega aos cinemas de todo o Brasil no dia 4 de abril.

Confira o trailer do filme:

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