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CRÍTICA – Paternidade (2021, Paul Weitz)

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CRÍTICA - Paternidade (2021, Paul Weitz)

Paternidade é o novo longa estrelado por Kevin Hart e que estará disponível na Netflix a partir do dia 18 de junho. Baseado no livro “Two Kisses for Maddy: A Memoir of Love & Loss”, de Matt Logelin, Paternidade é dirigido por Paul Weitz, que também roteiriza ao lado de Dana Stevens.

SINOPSE DE PATERNIDADE

Neste filme inspirado em uma história real, um pai viúvo lida com dúvidas, medos, decepções e mamadeiras ao assumir a tarefa de criar sua filha sozinho.

ANÁLISE

Paternidade é o oposto do que eu esperava de um filme estrelado por Kevin Hart. Não me entenda mal, não é que os filmes do ator sejam todos ruins, mas Paternidade não possui aquela veia da comédia tão evidente quantos os projetos anteriores de Hart.

Por ser baseado em um livro que conta uma história real, a proposta de Paternidade é muito mais próxima de uma dramédia do que de um humor escrachado. Não há aquelas aventuras pitorescas e super engraçadas do pai aprendendo a cuidar do filho, com inúmeras maluquices envolvidas no processo. Paternidade é um filme simples e cativante, com uma história realmente interessante.

No longa, Matt (Kevin Hart) e Liz (Deborah Ayorinde) estão se preparando para a chegada de sua primeira filha. Após o parto bem sucedido, Liz passa por complicações e acaba falecendo. A partir desse ponto, acompanhamos Matt lidando não só com o luto, mas também com a realidade de ter que criar um bebê sem a ajuda de sua esposa.

A visão de Paul Weitz para o longa está na construção das dificuldades enfrentadas por Matt Logelin, o autor do livro, na vida real. Seu roteiro, em parceria com Dana Stevens, mostra as noites sem dormir, a intromissão constante dos familiares e a divisão entre o trabalho e a criação da menina. Um pai que não sabe cuidar nem de si próprio sendo desafiado a cuidar de um novo ser humano.

Não há nada de espetacular em Paternidade, mas isso não significa que ele não é um bom entretenimento. Kevin Hart e a pequena Melody Hurd, que interpreta Maddy, estão muito bem juntos. A criança é super fofa e consegue amolecer o coração do espectador. Alfre Woodard é extremamente talentosa e sempre consegue se encaixar bem nos papéis que escolhe atuar. Anthony Carrigan e Lil Rel Howery não atrapalham a trama, mesmo que seus personagens sejam caricatos.

A sensação que fica é que Paternidade tinha muita história para contar e ótimos ganchos que poderiam ser melhor desenvolvidos. Todo o crescimento de Maddy, os debates sobre vestimentas e atitudes rebeldes, além da dinâmica familiar com a avó materna poderiam ser melhor explorados (talvez em um formato de minissérie). O longa tem 110 minutos e não há espaço para desenvolver o segundo e terceiro ato de forma satisfatória.

Em alguns momentos temos a impressão de que cenas foram encaixadas no meio do corte para tentar explicar melhor alguma parte da trama, mas que poderiam ser retiradas sem prejudicar o andamento. Entretanto, a dinâmica na escola de Maddy ou na área profissional de Matt, por exemplo, ficam em segundo plano, quando poderiam ter mais desenvolvimento.

Mesmo assim, Paternidade é um longa que entretém e possui uma boa mensagem. A atuação de Hart é bem diferente nesse projeto, pois o papel destoa bastante dos personagens para os quais ele normalmente é escalado. Seu tom de voz está mais ameno e há espaço para que ele atue em momentos mais dramáticos.

VEREDITO

Paternidade é um filme com uma boa temática e mensagem. Com a condução de Weitz, o elenco trabalha em sintonia, entregando atuações consistentes e momentos agridoces. Um bom entretenimento em família.

3,0/5,0

Assista ao trailer:

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