Início FILMES Crítica Noites Sombrias #103 | Infinity Pool (2023, Brandon Cronenberg)

Noites Sombrias #103 | Infinity Pool (2023, Brandon Cronenberg)

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Infinity Pool

O Noite Sombrias desta semana traz um filme que foi exibido no Festival de Sundance 2023. O longa Infinity Pool é um thriller psicológico com direção e roteiro de Brandon Cronenberg. No elenco estão Mia Goth, Alexander Skarsgård e Cleopatra Coleman

SINOPSE

Enquanto estão hospedados em um resort em uma ilha isolada, James (Alexander Skarsgård) e Em (Cleopatra Coleman) desfrutam de férias perfeitas com praias imaculadas, equipe excepcional e banhos de sol. Mas, guiados pela sedutora e misteriosa Gabi (Mia Goth), eles se aventuram fora do resort e se encontram em uma cultura repleta de violência, hedonismo e horror incalculável. 

ANÁLISE

É impossível não comparar o cinema de Brandon Cronenberg com o do seu pai, David Cronenberg. Ambos apostam em um horror mais corporal que por vezes se mistura com o psicológico e a sensação de estranheza, certamente é uma marca registrada da família. Por isso, o terceiro longa do Cronenberg mais novo é um tanto quanto familiar, ainda que explore traços originais. 

Mia Goth e Alexander Skarsgård são atores incríveis e suas performances deixam evidente que o filme é mais sobre seus personagens do que uma situação em específico. Skarsgård é James que viaja junto de sua esposa Em, bem mais rica que ele, enquanto Goth vive Gabi, uma atriz que só fez comerciais de margarina. Hospedados em um resort em um país fictício com leis severas e pobreza extrema eles representam o que há de pior na elite turista: querem explorar aquele lugar, sem sofrer as consequências. 

Para fugir da mesmice do resort, James e Em são convidados por Gabi e seu parceiro, Alban (Jalil Lespert), para visitar uma praia fora dos muros de sua estadia, um local proibido para turistas. Na volta, James acaba atropelando um nativo, segundo as leis do país, o filho mais velho desse homem deve matar James. Porém, a polícia oferece a solução ideal, James pode ser clonado e seu clone sofrerá sua pena. 

Ainda que o plot da clonagem seja algo já conhecido do cinema, é bastante agoniante ver que o clone de James têm total consciência do que está acontecendo, até mesmo suplicando por sua vida. Sendo assim, Cronenberg cria uma atmosfera delirante que a cada cena cresce mais. Já que à medida que o filme avança, o divertimento dos ricos se transforma em um grande sadismo. 

Por outro lado, Infinity Pool tem um teor um pouco mais do mesmo, não engrandece no que deveria ser seu principal debate e algumas cenas servem mais para chocar do que construir. A sensação que fica é que já vimos esses temas melhores aprofundados em outras obras, como o recente White Lotus, da HBO. Só que óbvio, muito menos visceral que um filme de um Cronenberg. 

VEREDITO

Infinity Pool têm um ótimo elenco e um tema pertinente a nossa sociedade, mas a opção por chocar, mais do que debater, deixa o longa em uma corda bamba. 

3,5 / 5,0

Confira o trailer do filme:

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