Início FILMES Crítica TBT #153 | Razão e Sensibilidade (1995, Ang Lee)

TBT #153 | Razão e Sensibilidade (1995, Ang Lee)

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Lançado em 1995, Razão e Sensibilidade adapta o livro homônimo de Jane Austen. O filme ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado em 1996.

O TBT desta semana aborda um dos clássicos literários de Jane Austen que ganhou adaptação para os cinemas em 1995, com lançamento no Brasil em 1996. Razão e Sensibilidade, dirigido por Ang Lee (Projeto Gemini) e roteirizado por Emma Thompson, ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. Thompson também atua no filme ao lado de Kate Winslet, Hugh Grant e Alan Rickman.

SINOPSE DE RAZÃO E SENSIBILIDADE

Em virtude da morte do marido, uma viúva e as três filhas passam a enfrentar dificuldades financeiras, pois praticamente toda a herança foi para um filho do primeiro casamento. Neste contexto, enquanto uma irmã prática (Emma Thompson) usa a razão como principal forma de conduzir as situações, a outra (Kate Winslet) se mostra emotiva, sem se reprimir nunca com uma sensibilidade à flor da pele.

ANÁLISE

Considerada por muitos a melhor adaptação das obras literárias de Jane Austen, Razão e Sensibilidade mistura drama com toques de um humor cotidiano. Isso é, o romance que envolve o filme consegue tanto arrancar suspiros, como também divertir o espectador com os erros e desencontros do amor. 

Mas essa é uma questão sutil no filme que ganha ênfase em suas protagonistas. Se por um lado Elinor, interpretado genuinamente por Emma Thompson, apela para o bom senso e vê com nitidez a realidade em que sua família vive; por outro, Marianne, vivida incrivelmente por Kate Winslet, é sentimentalista e pura emoção. Dessa forma, a dupla dispõe de uma dinâmica balanceada, em que o público entende os preceitos de uma época difícil para as mulheres.   

Como um filme de romance, têm-se pares legitimamente interessantes. Elinor se interessa pelo encantador Edward Ferrars (Hugh Grant), mas suas diferenças de classe social são o bastante para afastar o casal apaixonado. Por sua vez, Marianne desperta o interesse do charmoso Christopher Brandon (Alan Rickman), mas ela acaba se apaixonando por John Willoughby (Greg Wise). 

De fato, existe um jogo de amor em Razão e Sensibilidade, no qual palavras às vezes não são ditas, e gestos valem mais que tudo. E isso se deve ao grande trabalho de adaptação de Thompson, que concretizou uma história cercada de ênfases. O texto é inteligente, divertido e bonito, dando espaço para que esses personagens do século XIX cresçam em tela.

Da mesma forma, a direção de Ang Lee é um primor, captura um certo humor entre os olhares dos personagens, ao mesmo tempo em que sabe utilizar dos planos abertos para mostrar o esplendor dos campos ingleses. Logo, Razão e Sensibilidade é um conjunto de bons direcionamentos que levam a obra a ser esplêndida. 

Ainda assim, em certos momentos, o filme se arrasta. No segundo ato há uma perda de foco do seu real objetivo, e alguns personagens secundários são tão desinteressantes que realmente realçam os personagens principais. No entanto, é um filme sobre as aventuras e desventuras do amor e como isso pode ser encarado por seus participantes, com razão e sensibilidade.

VEREDITO

Razão e Sensibilidade é um filme que evoca drama e romance, mas sem nunca apelar ou se tornar meloso. Têm um bom humor típico das obras de Austen e um elenco afiadíssimo que dá grandeza ao roteiro e direção. 

4,5 / 5,0

Razão e Sensibilidade atualmente está disponível para assistir na Netflix. Veja o trailer:

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