Início FILMES Crítica TBT #261 | Os Outros (2001, Alejandro Amenábar)

TBT #261 | Os Outros (2001, Alejandro Amenábar)

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Os Outros

O diretor chileno-espanhol Alejandro Amenábar sempre optou por dirigir filmes que causem um certo desconforto, ou pelo menos que fujam do que ficou estabelecido como o padrão ocidental de produzir longas. Responsável por Morte ao Vivo (1996), Abre los ojos (1997), Mar adentro (2004) e muitos outros, o diretor se estabeleceu como alguém original. Que fugia de tramas batidas e finais previsíveis. Sendo quase sempre impossível descobrir o final do longa só por seu primeiro ato. No primeiro TBT de 2024, abordaremos o longa Os Outros, estrelado por Nicole Kidman, Christopher Eccleston e grande elenco.

No longa, acompanhamos a história de uma família que vive em uma área reclusa da cidade. Quando três novos empregados chegam para trabalhar na propriedade, a matriarca Grace e seus dois filhos começam a testemunhar estranhos acontecimentos, fazendo Grace suspeitar de que sua casa seja assombrada.

SINOPSE

Durante a 2ª Guerra Mundial, Grace (Nicole Kidman) decide por se mudar, juntamente com seus dois filhos, para uma mansão isolada na ilha de Jersey, a fim de esperar que seu marido retorne da guerra. Como seus filhos possuem uma estranha doença que os impedem de receber diretamente a luz do sol, a casa onde vivem está sempre em total escuridão. Eles vivem sozinhos seguindo religiosamente certas regras, como nunca abrir uma porta sem fechar a anterior, mas quando eles contratam empregados para a casa eles terminam quebrando estas regras, fazendo com que imprevisíveis consequências ocorram.

ANÁLISE

Assim como em todos os filmes, Amenábar dá a Os Outros um tom único. A atuação errática de Nicole Kidman desde seus primeiros minutos exacerba as tensões presentes na trama e de como Grace precisa permanecer no controle de tudo. Além de um claro sintoma de T.O.C., o longa nos apresenta detalhes que são explicitados desde seu primeiro momento, mostrando que o zelo pelas crianças e sua superproteção pode ser elevada rapidamente à qualquer outro lugar.

Distante dos filmes com uma moral, Amenábar tem como intuito apenas contar uma história, independente do quão dolorosa ela pode ser. Em Os Outros, é como se acompanhássemos o desenrolar da história do meio. Mas de um ponto de vista, ou de um momento que descobriremos o que está acontecendo, assim como nossos personagens. Ver Os Outros hoje, 23 anos depois de seu lançamento nos faz entender como o longa envelheceu bem, mesmo depois de sua fórmula ser aplicada à exaustão no final dos anos 2010.

A direção e a trilha sonora que são assinadas pro Alejandro Amenábar fazem com que o longa passe para os espectadores a tensão desenrolada em tela. Mas de uma maneira muito mais íntima. Sendo meramente instrumental, a trilha do longa nos apresenta incômodos violinos e pianos no máximo volume em momentos de tensão, nos deixando quase sempre extasiados e desnorteados.

Nos colocando como espectadores sempre no limiar do real e irreal, somos lançados pela espiral de loucura que parece ser viver uma casa aparentemente assombrada.

VEREDITO

Qualquer elemento do filme que eu venha a contar, não é suficiente para dizer o quão necessário Os Outros é para o cinema. O longa levou para casa oito Prêmios Goya – o Oscar espanhol -, alguns deles foram: de melhor diretor, melhor atriz, melhor trilha sonora e melhor roteiro original.

Os Outros é incômodo, mas contará uma história complexa que há muito havia sumido da minha memória – tenho certeza que da sua também. Suas complexidades nos levam por lugares inesperados e sua diversão incômoda se permeia por todos os 104 minutos de sua duração.

5,0 / 5,0

Confira o trailer do filme:

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