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TBT #7 | Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004, Alfonso Cuarón)

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TBT #7 | Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004, Alfonso Cuarón)

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é o terceiro filme adaptado da saga literária criada pela escritora J. K. Rowling e é, incontestavelmente, o que marcou o ponto de virada no tom e na maneira como os críticos viam as adaptações cinematográficas dos livros da autora.

Lançado em 2004, o longa foi brilhantemente dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón indicado ao Oscar de Melhor Diretor por Roma, que também concorre em outras nove categorias – e é considerado por muitos o melhor da franquia.

Com a estética de Cuarón, o filme traz de volta o trio protagonista, Harry Potter (Daniel Radcliffe), Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson), em uma trama mais adulta e envolvente. Com a fuga do assassino Sirius Black (Gary Oldman) da prisão de Azkaban, a vida de Harry corre perigo, e nem mesmo dentro de Hogwarts ele estará protegido.

Diferente dos dois longas anteriores, A Pedra Filosofal (2001) e A Câmara Secreta (2002), ambos dirigidos pelo Chris Columbus (Esqueceram de Mim) – que retorna como produtor –, os quais tinham um tom mais alegre e infantil, O Prisioneiro de Azkaban tem um ar mais sombrio e o senso de perigo e urgência está presente em muitos momentos.

A excepcional fotografia de Michael Seresin (Planeta dos Macacos: A Guerra) e a trilha sonora de John Willians – que faz aqui o seu último trabalho na série do jovem bruxo – com os clássicos A Window To The Past e Buckbeak’s Flight contribuíram para que esse capítulo fosse um ponto de virada na franquia, assim como o design produção de Stuart Craig e os efeitos visuais de Roger Guyett e Tim Burke.

Criticamente falando Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é um longa muito bem feito. Curiosamente, esse foi o filme da série com a menor arrecadação. Apenas US $ 796 milhões de dólares.

Mas nada foi mais impactante – positivamente falando, é claro – para essa produção do que a escolha de Alfonso Cuarón para diretor, ele teve uma liberdade criativa muito grande, e isso foi muito importante. Comparando O Prisioneiro de Azkaban com outros trabalhos do cineasta percebemos o quanto algumas das marcas dele como a utilização de tons mais escuros, planos abertos e a câmera sempre em movimento estão presentes. Ademais, foi ideia de Cuarón substituir os uniformes dos estudantes por roupas normais na maior parte da história.

O que não falta à franquia Harry Potter são momentos memoráveis, e alguns dos principais estão no terceiro filme. O voo do Bicuço – planos aéreos de encher os olhos –, toda a cena na Casa do Grito, a conversa entre Harry e Sirius no final, momento girl power de Hermione no qual ela dá um soco em Draco Malfoy (Tom Felton), e mais.

Novos elementos são introduzidos à mitologia do mundo bruxo nessa nova jornada do “menino que sobreviveu”, como a presença macabra dos dementadores (que são claramente uma alegoria para a depressão), o patrono, o mapa do maroto, Azkaban, viagem no tempo, entre outros.

Temos também novos personagens sendo apresentados, destaque para Remo Lupin (David Thewlis) e Sirius Black. Thewlis e Oldman injetam muito carisma em seus personagens, facilitando o apego do público a eles.

Uma das mudanças mais drásticas da série aconteceu em O Prisioneiro de Azkaban com a substituição do ator que interpretava Alvo Dumbledore. Com a morte do irlandês Richard Harris, responsável por viver o diretor nos dois primeiros capítulos, Michael Gambon assumiu o papel – recusado por Ian McKellen –, causando polêmica entre os fãs por causa da alteração na personalidade do personagem, o qual passou de um velhinho calmo e sereno para um homem autoritário. A escolha do Gambon tem seus prós e contras, mas é inegável que ele deu ao personagem a imponência necessária para os próximos capítulos da saga.

Infelizmente, para quem não leu os livros algumas coisas podem ficar sem respostas, principalmente em relação ao mapa do maroto cujos criadores não são devidamente apresentados no cinema. Além disso, o longa apresenta um furo de roteiro ao não explicar como os gêmeos Fred e Jorge (James e Oliver Phelps) aprenderam trabalhar o mapa. Mas nada disso tira o brilho dessa história que devemos ver e re-ver sempre. 

 

E aí, curtiu a recomendação? Harry Potter é um dos maiores fenômenos da cultura pop e é sempre bom revisitar essa obra incrível, seja através dos livros ou filmes. Não se esqueça de avaliar, comentar e compartilhar esta publicação com seus amigos Potterheads.

 

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