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CRÍTICA: ‘A Quiet Place: The Road Ahead’ falha em replicar fórmula de sucesso dos filmes

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The Road Ahead

A Quiet Place: The Road Ahead é uma das primeiras empreitadas da Paramount em transformar a franquia de sucesso nos cinemas em uma sensação transmídia. The Road Ahead foi desenvolvido pela Stormind Games e publicado pela Saber Interactive. O jogo nos insere na história de Alex, Martin e um grupo de sobreviventes que vivem em um hospital. Ambientado no mesmo mundo da história dos filmes, acompanhamos a história destes sobreviventes do dia 1 até o dia 120.

Com o extermínio da humanidade cada vez mais próximo, controlaremos Alex em uma gameplay em primeira pessoa. A missão é sobreviver em um mundo completamente hostil. O game conta com diversas mecânicas que podem tanto favorecer nosso progresso quanto nos atrapalhar. Com uma engenharia de som absurda e extremamente imersiva – apenas em alguns momentos -, o game acerta em muitos aspectos e peca em outros. Enquanto se aproxima da experiência de Alien: Isolation, The Road Ahead nos faz entender que aqui, não seremos perdoados.

A Quiet Place: The Road Ahead desafia o jogador com diferentes terrenos que podem revelar nossa localização. Superfícies variadas e até mesmo nosso modo de andar influenciam a jogabilidade. O jogo coloca nas nossas mãos o controle sobre o rumo da jornada, brincando com a forma como escolhemos avançar. Ao longo de pouco mais de oito horas avancei, levei diversos sustos e confesso, passei bastante raiva.

SINOPSE

A Quiet Place: The Road Ahead é inspirado na aclamada franquia de filmes de sucesso. Trata-se de um jogo de horror e aventura para um jogador que narra uma história de sobrevivência após uma invasão de criaturas mortíferas. Nesta sequência exclusiva, o jogador acompanha a jornada de uma jovem que precisa sobreviver em um apocalipse traiçoeiro. Além disso, ela lida com conflitos familiares interpessoais enquanto enfrenta seus próprios medos.

ANÁLISE

Desde seus primeiros momentos, o que me deixou atônito no game, vem do fato deste ser extremamente imersivo. Até deixar de ser. Ao passo em que avançamos no controle de Alex, descobrimos mais da história não apenas dela, como dos sobreviventes que a rodeiam.

Conforme criaturas alienígenas lançam caos na Terra, precisamos encontrar refúgio, enquanto tentamos sobreviver em silêncio. Algumas linhas narrativas permeiam todo o game e transpassam a relação de jogador/personagem, estas nos encantam com uma história ligeiramente emocionante, por fim se mostra apenas rasa.

Apesar de possuir uma história simples, o game se baseia quase que completamente sua narrativa no progresso e conclusão de um objetivo. Com inúmeros capítulos, Alex em quase toda sua jornada sozinha, precisa avançar apesar dos perigos do mundo.

Com um design de som absurdo em seus primeiros momentos, o game se torna uma repetição sem fim de jumpscares forçados, em um mar de criaturas perigosas.

JOGABILIDADE E MECÂNICAS

Se esforçando ao máximo para ser uma história profunda, o game acaba por ser fraco no que diz respeito à narrativa. Ao falhar em entregar uma narrativa empolgante, o game nos força a viver a experiência quase que completamente sem sobressaltos.

Graças a tecnologia do game de ouvir sons através do microfone do PC e fazer a criatura te encontrar, tive que controlar tanto as minhas reações, quanto a minha “ansiedade” em relação à jogabilidade.

Movimentando-me lentamente, precisei constantemente gerenciar meus itens com cuidado. Além disso, tive que estar atento aos arredores para evitar fazer barulho. Isso incluía pisar em latas, cascalho, poças d’água ou até mesmo cacos de vidro, que poderiam denunciar minha localização.

Além das mecânicas relacionadas a locomoção, abrir portas, gavetas e movimentar dentro de espaços reduzidos precisa ser feito com cuidado. Pois qualquer movimento em falso, pode te entregar.

Uma das mecânicas que mais se destacam no game, vem do fato de Alex ser asmática. Em um mundo em que o som de uma tosse, ou até mesmo um espirro pode causar sua morte, problemas respiratórios podem causar o fim de sua vida. Encontrando remédios, bombinhas de asma e até mesmo aprendendo a controlar a respiração da personagem, avançamos na história.

Alex é forte e precisa sobreviver, pois tem muito mais a perder do que apenas sua própria vida. Estando sozinha no game quase todo, precisamos encontrar saídas em um mundo completamente hostil. Forçando aos jogadores estarem sempre atentos, precisamos desarmar armadilhas, ter atenção no nosso caminho e acima de tudo: não fazer barulho.

GRÁFICOS E NARRATIVA

Com uma RTX 3060, 16gb de RAM com 3200 MHz, e um SSD, o game se mostrou extremamente fluído. Durante a gameplay, o desempenho poderia ter sido mais otimizado, com o jogo rodando entre 35 e 45 fps. Para garantir uma experiência mais fluida, configurei tudo no alto. Isso me permitiu identificar claramente elementos no cenário, como cacos de vidro, cascalho e água, que poderiam dificultar o progresso.

Com um dos mais belos efeitos de ondulação de água que eu já vi em um game, The Road Ahead é fundamentalmente um walking simulator que tenta emplacar de todas as formas sustos por meio de seu design de áudio. Entre um de seus aspectos mais profundos, está a forma de em determinado momento, Alex poder contar apenas com ela mesma para sobreviver.

Mesmo que todas as histórias ambientadas em um mundo pós apocalíptico possuam um aspecto em comum – a sobrevivência acima de tudo -, ao longo das pouco mais de oito horas de gameplay não consegui sentir isso. Com motivações fracas e pouquíssimo carisma, queria de verdade, que Alex fosse diferente.

Com uma personalidade baseada na codependência, Alex parece quase ser um reflexo de seu pai – mas de outro gênero -, e uma amálgama de alguns outros personagens presentes na história. Alguns dias após sua vida mudar completamente, ela precisa seguir a fim de sobreviver.

VEREDITO

A Quiet Place: The Road Ahead nos lança pelo assustador mundo da aclamada franquia do cinema. Falhando em entregar personagens cativantes como os apresentados nos longas, ele acerta ao nos punir frequentemente pelos nossos erros. Falhando em sua narrativa, ele entrega imponentes elementos de gameplay, o que torna tudo mais balanceado.

Tentando punir os jogadores frequentemente seja pelos mínimos ruídos possível, ou por jumpscares forçados por meio de sons feitos para assustar. Avançaremos com cuidado, desde o primeiro dia – em que as criaturas chegaram -, até o dia 120, o dia em que a história termina.

Alex, é uma jovem sem muita personalidade, o que decepciona. Mas por meio de uma jornada desafiadora, ela encontrará a força que nem sabia ter para se salvar. Em uma jornada de sacrifício, redenção e em busca de um local seguro, Alex lutará com unhas e dentes para sobreviver. E mesmo quando o caminho parecer bloqueado, ela precisará enfrentar seus medos e ir na direção daquilo que ela foge desde o início.

A Quiet Place: The Road Ahead é curiosamente divertido. Nos pegando em aspectos que não esperamos, este possui um importante aspecto na exploração. O que pode garantir itens colecionáveis bem interessantes caso você o faça. Mas caso não, você pode apenas sobreviver.

3,5 / 5,0

Confira o trailer do jogo:

O game foi lançado no dia 17 de outubro para PC, Xbox Series X/S e PlayStation 5.

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