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CRÍTICA – Planet of Lana (2023, Wishfully)

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CRÍTICA – Planet of Lana (2023, Wishfully)

Longa foi a espera para conhecer definitivamente Planet of Lana. Desde a sua revelação, no The Game Awards de 2021, meus olhos de amante de indies já acompanhavam esta obra. Mas a espera chegou ao fim, com a data de seu lançamento no dia 23 de maio de 2023.

Criado pelo estúdio sueco Wishfully, formado por uma equipe com experiência em filmes e animações, o game tem seu foco em uma narrativa profunda, visuais marcantes e enigmas que conversam com o ambiente.

Distribuído em parceria com a Thunderful Games, responsável por títulos aclamados por nós do Feededigno, como Swordship e Wavetale, Planet of Lana está disponível para Xbox One e Series X|S, Steam e Epic Games.

SINOPSE

Um planeta que costumava ser um lugar de equilíbrio imperturbável entre humanos, animais e natureza tornou-se em algo completamente diferente.

A desarmonia que se formava por séculos a fio finalmente chegou na forma de um exército sem rosto. Mas esta não é uma história sobre guerra. Esta é uma história sobre um planeta belo e vibrante, e sobre a jornada para mantê-lo assim.

ANÁLISE DE PLANET OF LANA

O jogo, ainda que focado em seus puzzles, oferece uma experiência interessante como plataformer, remetendo aos jogos da série Ori não só em sua jogabilidade como em sua temática.

A capacidade criativa em termos artísticos certamente é o ponto alto do estúdio Wishfully, com a bagagem em animações somada à trilha sonora incrível de Takeshi Furukawa. As referências utilizadas na composição do game são claras, lembrando-nos de jogos como Limbo e Zelda Breath of the Wild, além das animações dos estúdios Ghibli.

TEMÁTICA

Planet of Lana foi construído a partir de uma imagem que Adam Stjärnljus, diretor criativo e cofundador do estúdio. Aquele cenário criado em 2017 foi a base do projeto que se desdobrou para dar forma aos sonhos da equipe.

Como o próprio Adam relatou em uma entrevista, ele queria que o jogo tivesse muito de seu foco voltado à experiência com o companheiro. É interessante que apesar de usarem um dialeto incompreensível, todos os diálogos e interações são carregados de muito sentimento, tornando a história mais profunda a cada avanço.

ARTE

Ter os estúdios Ghibli como referência já deveria bastar para dar um selo de qualidade máxima para o estilo gráfico de Planet of Lana. Mas o jogo foi além com suas texturas pintadas a mão, combinando elementos 3D e 2D à iluminação para fornecer sombras dinâmicas, fazendo com que o plano de fundo seja um pouco mais parte da experiência.

Andar pelo mapa e sentir o cenário alterando, interagindo com a movimentação, dá uma sensação de vivacidade à obra. Essa sensação é impulsionada pela excelente trilha, composta por Takeshi Furukawa. O compositor japonês, responsável por trabalhos como The Last Guardian e Star Wars The Clone Wars, conseguiu dar o toque que faltava para que Planet of Lana fosse uma experiência Ghibli interativa.

MECÂNICAS

Por ser um jogo que mistura puzzle e plataforma, as mecânicas poderiam ser bastante simples. Mas ainda aqui, Planet of Lana surpreende, oferecendo uma variedade honesta de comandos para Lana e seu amigo Mui. A interação com o cenário oferecida é interessante, valorizando muito a versatilidade de nosso pequeno amigo, além de sua capacidade para feitos descomunais.

O jogo se baseia em momentos de side scrolling para contemplação do cenário e puzzles criativos e divertidos. Apesar de desafiadores em alguns momentos, nenhum dos enigmas espalhados pelos diferentes biomas ofereceu um desafio intransponível, sendo bastante possível completar a história em menos de 5 horas de jogo. Até os mais difíceis podem ser transpostos com alguma exploração e um pouco de lógica.

VEREDITO

Definitivamente, Planet of Lana soube atender minhas expectativas. Desde o início oferecendo textura aos acontecimentos do jogo e dando o peso às movimentações. Apesar de não ser muito meu estilo de jogo, me senti bastante entretido a cada puzzle proposto, sem perceber grandes dificuldades.

Entendo a proposta do estúdio ao apostar em enaltecer suas maiores habilidades com filmes e animações, oferecendo longos momentos de contemplação do cenário em side scrolling, mas em alguns momentos essa execução parecia um pouco tediosa. Não que as animações e ambientes sejam desinteressantes; muito pelo contrário. Mas talvez a cadência entre trabalhosos e longos enigmas, sucedidos por períodos extensos apenas segurando a tecla D, poderia ter sido um pouco melhor projetada.

Ainda assim, amantes dos estúdios Ghibli e de belas animações certamente encontrarão em Planet of Lana um sentimento de aconchego, permitindo momentos de entretenimento ou de puro descanso, caso opte por escolher sua paisagem, parar e escutar a bela trilha sonora.

4,5 / 5,0

Confira o trailer de Planet of Lana:

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