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CRÍTICA – ITORAH (2022, Grimbart Tales)

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ITORAH é um jogo de plataforma e ação de um estúdio indie alemão, com elementos de metroidvania e temática mesoamericana.

Seguindo a cobertura de jogos indies de 2022, trazemos hoje para vocês o game ITORAH, desenvolvido pelo estúdio alemão Grimbart Tales e distribuído pela também alemã Assemble Entertainment.

Lançado no dia 21 de março, ITORAH se classifica como um jogo de plataforma e ação em 2.5D com elementos de metroidvania e com gráficos desenhados à mão. Sua temática aborda a cultura mesoamericana, a qual é bem retratada no cenário e personagens.

SINOPSE

Descubra o mundo de Nahucan neste jogo de plataforma e ação 2.5D. Você é Itorah, a única humana neste lugar estranho. Explore, lute e sobreviva para revelar seu passado e salvar Nahucan da maior ameaça: uma praga misteriosa!

ANÁLISE DE ITORAH

Desde seu anúncio, ITORAH me conquistou e me deixou extremamente ansioso pelo seu potencial. Consumindo conteúdos sobre sua produção e sua demo, minha expectativa crescia. A temática e os belos gráficos, com a promessa de ser um metroidvania, me levavam a crer que seria um dos melhores indies do ano.

Temática de ITORAH

Como um dos primeiros e principais pontos, preciso destacar as inspirações para a temática do jogo. Muito se vê jogos que tomam por base culturas antigas, mas ainda são raras as referências à cultura e às deidades de povos latino-americanos.

A cultura asteca é tão rica e muito bem retratada neste jogo, sob um recorte náuatle, trazendo referências a deidades, como o responsável pelo submundo, Xibalba, e também a localidades, como Tlalocan, um dos paraísos.

Jogabilidade

Se formos classificar Itorah em termos de jogabilidade, ele seria um jogo de plataforma com pouco foco no combate. Apesar do destaque que a história dá à Koda, o martelo místico que Itorah encontra no início do jogo, o combate é bastante relativizado.

Ao menos durante as primeiras duas horas de jogo, temos pouco apelo explícito ao combate, tendo confrontos simples e sem grandes dificuldades. O desincentivo ao combate também se dá por ele ser pouco responsivo.

Além do personagem atingido piscar em branco, não se percebe, em quase nenhum momento, um indicativo de que o ataque foi cancelado ou se o inimigo foi atingido. As animações durante o combate para além do básico são bem escassas, não colaborando para este fator.

Metroidvania? Litevania? Metroidlite?

Apesar de identificarmos visualmente semelhanças com Ori and The Blind Forest, os elementos de metroidvania presentes são bem poucos. A necessidade de retorno a lugares se dá em um nível bem baixo, seguindo até uma linearidade, não premiando muito a exploração.

Fugir da linha óbvia de jogo, ao invés de premiar com habilidades distintas ou upgrades interessantes, no máximo te permite o acesso a um baú com alguns cristais que servem como moeda no jogo.

A presença de um indicador no mapa mostrando exatamente aonde devemos ir também é um fator de facilitação que foge bastante ao padrão do gênero. Além disto, um componente que incomoda é que, por vezes, alguns pontos de entrada não seguem o mesmo vetor de direção, atrapalhando a compreensão e localização no mapa.

Arte

Se existiram pontos que vão contra ITORAH, a arte é um dos pontos que salva o jogo. Seus gráficos desenhados à mão são belíssimos e apresentam ambientes vivos, com cores vibrantes e detalhes riquíssimos.

As representações da cultura asteca são um ponto alto, recheando cenários, cidades e personagens com símbolos e características. As cidades apresentam estruturas tanto da nobreza quanto da plebe, detalhando arquitetura, agricultura e costumes.

O jogo de sombras e luzes merece um parágrafo exclusivo, pois proporcionam momentos muito lindos, principalmente na região em que o pôr do sol ganha destaque, mostrando apenas a silhueta dos personagens e oferecendo um show de cores e sombras.

A trilha sonora é incrível, recheada de elementos regionais que auxiliam na imersão e compreensão da temática. Os efeitos sonoros, ao contrário de alguns elementos da mecânica, auxiliam na responsividade, facilitando um pouco a identificação do impacto de uma hitbox.

VEREDITO

No fim das contas, eu queria ter gostado mais de ITORAH. Este indie poderia ter sido muito melhor, se não fossem pequenos detalhes. O que me deixa feliz é que, no dia em que estava finalizando esta crítica, os desenvolvedores lançaram um patch de atualização.

Testei algumas das funcionalidades que foram atualizadas no patch (podem ler quais foram neste link) e percebi que os desenvolvedores acompanharam as críticas e feedbacks e buscaram melhorar.

Isto é um excelente indicativo, pois ITORAH pode receber mais reparos e se brilhar nos pontos que peca. E eu admiro muito a indústria indie por aproveitar essa facilidade de proximidade com o público, não se colocando em um pedestal e atendendo aos pedidos.

Ainda não conseguiram reparar tudo o que torna o jogo por vezes até cansativo, mas o último esforço já deu passos nesta direção e conseguiu até melhorar minha impressão sobre o game.

3,1 / 5,0

Itorah está disponível para PC.

Confira o trailer de ITORAH:

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