Início GAMES Crítica CRÍTICA: ‘Kong Survivor Instinct’ é surpreendente metroidvania no Monsterverso

CRÍTICA: ‘Kong Survivor Instinct’ é surpreendente metroidvania no Monsterverso

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Kong

Materiais mais recentes souberam distanciar o King Kong de sua origem problemática, repleta de racismo e problemas de classe, que costumavam tornar o diferente como exótico, mas acima de tudo, reforçava um dos mais terríveis aspectos humanos. De não saber observar à distância, mas querer sempre ter tudo sobre controle. Isso aconteceu no passado com relíquias, animais e acima de tudo, pessoas. Aqui, abordaremos uma história recente, ambientada no Monsterverse da Warner e da Legendary. ‘Kong Survivor Instinct‘ é desenvolvido pela 7Levels, Legendary e com uma engenharia de som absurda pela fmod.

Com foco em King Kong, ou melhor, Kong mais recente, acompanhamos acontecimentos ambientados após Godzilla vs. Kong, o filme de 2021. Após Kong voltar para seu abrigo na Terra Oca. Enquanto o Godzilla protege a superfície, é o trabalho do jovem Kong proteger o mundo subterrâneo.

No controle do protagonista David, precisamos partir para encontrar sua filha Stacy em uma cidade completamente destruída por um ataque de um Titã.

SINOPSE

Quando os monstros lutam, ninguém está seguro. Embarque em uma emocionante missão de sobrevivência em uma cidade que agora é um campo de batalha para os Titãs. Use a força letal dos Titãs a seu favor neste jogo oficial do “Monsterverse” que se passa após os eventos de Godzilla vs. Kong.

ORIGEM DE KONG

A origem do King Kong data de antes mesmo da criação do Godzilla e de outros kaiju. Enquanto o primeiro permeou o imaginário coletivo como uma trama repleta de racismo que que personificava o medo das pessoas brancas, e criava um espetáculo a partir deste. A parte disto, estudiosos apontaram que a trama possuía também não apenas um racismo intrínseco à sua trama, como também reforçava aspectos colonialistas.

Tendo sido criado ao final dos anos 30, King Kong possuía em seu cerne muito dos problemas relacionados aos temores de um mundo que não levava em conta minorias, apenas demonizava-as. Ao longo de sequências de ação e muitos anos de luta, ganhando diversos remakes ao longo dos anos, a Warner e a Legendary viram no remake de Godzilla de 2014 a oportunidade de repaginar não apenas o personagem que ficaria conhecido como Kong, como também todos os Kaijus, ou titãs do mesmo mundo.

ANÁLISE

No controle de uma trama que surpreendentemente conseguiu contar uma história concisa e de escala gigantesca a partir de uma gameplay sidescroller, vemos uma São Francisco destruída por um recente ataque de Titãs. Causado pelas “Hienas”, uma organização paramilitar busca controlar essas criaturas, acompanhamos um pouco deste mundo a cada nível. Enquanto está prestes a embarcar em um mundo que o engolirá na primeira chance, David buscará por sua filha nos escombros de uma cidade.

Como um homem de meia idade, aparentemente indefeso, David precisará fazer uso de toda e qualquer ajuda a fim de avançar e ter êxito em seu objetivo. Fazendo uso de pés de cabra, porretes e até mesmo uma pistola, precisamos solucionar puzzles, encontrando segredos espalhados no mapa apenas para avançar.

Ao passo em que progredimos, nossa história se faz repleta de segredos que precisamos descobrir a fim de avançar. Encontrando incríveis e ameaçadores Titãs, o adorado Kong pode ser o único capaz de nos colocar em segurança.

Atravessando a cidade e visitando diversos pontos como bunkers embaixo da terra, hospitais e até mesmo um arranha-céu, o game faz uso de um moderado backtracking a fim de avançar. Além da ponte Golden Gate, que é vista ao horizonte, Kong também pode ser visto quase sempre ao longe. Mas em outras, perto até demais.

Em um primeiro momento destruindo tudo em seu caminho e derrubando de maneira impiedosa os Titãs, Kong cumpre seu papel no jogo. De assustar e por vezes, nos auxiliar em nosso avanço.

JOGABILIDADE, MECÂNICAS E DINÂMICAS

Como citado anteriormente, toda nossa navegação no game se dá por meio de uma gameplay sidescroller. Sendo extremamente satisfatório em tudo que ele faz, Kong Survivor Instinct é feliz em suas escolhas narrativas. Se fechando sobre ele mesmo, não deixa ponta soltas. Mas o que foi feito pela 7Levels, pode abrir precedentes para outros games da franquia.

Focando também em exploração como de games como Hollow Knight, Ori e até mesmo Dead Cells, este game se mostra mais simplificado do que os anteriormente citados. Com combate não menos complicados, precisamos enfrentar as “Hienas” sempre que estas nos encontram. Sendo um dos maiores, porém não mais perigosas ameaças, os hienas fazem parte de um grupo que parece querer fazer mais do que devolver o mundo aos Titãs. Estes se aproveitarão como puder de uma cidade destruída para fazer seus planos se desenrolar.

Com mecânicas profundamente ligadas ao nosso progresso, nos munimos desde os primeiros minutos com um pé de cabra, que possibilitará não apenas quebrar paredes de madeira, como derrotar inimigos. Assim, podemos obter equipamentos como uma pistola, uma marrerta, um gancho para nossa exploração transversal, e até mesmo garrafas d’água. Que se obtivermos duas, uma nova barra de vida se junta às já existentes. Mas tenha em mente que isso só é possível de obter se explorarmos cada uma das áreas.

Cumprindo objetivos opcionais, nosso index é completado, e assim, entendemos mais desta história. Com dinâmicas muito bem definidas, Kong tem o objetivo de proteger este mundo. E nós, temos que encontrar a filha de David, Stacy. Com elementos que me revelaram o enredo desde os primeiros momentos, peguei dicas que se confirmaram apenas no ato final.

VEREDITO

Vivendo por um mundo em que Titãs existem, encontrar Kong é o momento menos assustador. As caveiras rastejantes, Warbats, Abaddon, Tiamat e outros titãs assustam apenas por existir – também por tentar nos destruir a cada uma das oportunidades que têm. Criaturas enormes com também enormes poderes destrutivos, aqui vemos como cada uma destas criaturas podem facilmente obter êxito em sua missão, se não fosse por Kong.

Kong é misterioso, poderoso e bondoso. Desde nosso primeiros encontros, o gigante nos protege, mesmo que sem saber. Sendo justo e também uma força imparável, ele é um dos titãs mais poderosos vistos aqui, mesmo que seu maior poder seja a pura e verdadeira força bruta.

Diferente de Tiamat, um dos mais poderosos Titãs, Kong é versátil e destruirá tudo o que surgir em seu caminho. E é claro, que David precisa tomar cuidado antes de avançar. Encontrando sempre empecilhos que impedem nosso progresso, obter os “ecos” dos Titãs é de suma importância, pois assim, podemos chama alguns deles para nos auxiliar.

Kong Survivor Instinct é poderoso, uma história sobre resistir, e acima de tudo, sobre o amor paterno.

Kong é uma das mais divertidas jornadas ambientadas neste mundo, não por nos tornar um expectador passivo desta história, mas por nos colocar no controle de seu protagonista, e por esse e outros motivos, o game merece ser jogado.

5,0 / 5,0

Confira o trailer do game:

Kong Survivor Instinct está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X/S.

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